APÓS EMBOSCADA

Promotoria de MG pede banimento da Mancha Alviverde de estádios

Por Artur Búrigo | da Folhapress
| Tempo de leitura: 3 min
Reprodução
Dois ônibus foram atacados com bombas caseiras e fogos de artifício
Dois ônibus foram atacados com bombas caseiras e fogos de artifício

O Ministério Público de Minas Gerais (MP-MG) recomendou nesta quarta-feira (30) o banimento da torcida organizada Mancha Alviverde, do Palmeiras, dos estádios brasileiros por um período de dois anos.

A recomendação se dá após uma emboscada promovida pela torcida palmeirense contra a Máfia Azul, do Cruzeiro, na rodovia Fernão Dias, em Mairiporã (SP), na madrugada de domingo (27). O ataque resultou na morte de um torcedor do clube mineiro, além de 20 feridos.

Também nesta quarta, a Federação Paulista de Futebol (FPF) atendeu a um pedido da Promotoria de São Paulo e determinou a proibição de entrada nos estádios paulistas da Mancha Alviverde.

O MP-MG expediu recomendação semelhante endereçada à FMF (Federação Mineira de Futebol) e solicitou que a decisão seja encaminhada à CBF (Confederação Brasileira de Futebol) para que seja estendida ao território nacional, "uma vez que o risco não se restringe ao estado de Minas Gerais".

O órgão determinou um prazo de 72 horas para resposta da entidade mineira.

"Pode se constatar que a participação da torcida organizada Mancha Alviverde em eventos esportivos tem contribuído sensivelmente para o acirramento dos ânimos entre os demais torcedores, resultando no agravamento da violência não só entre os membros da entidade associativa mencionada, mas também entre os torcedores não associados, amplificando a sensação de insegurança", diz o documento da Promotoria.

O órgão ainda pediu a criação de um cadastro nacional de torcedores suspensos ou impedidos de frequentar eventos esportivos.

Solicitou também que os clubes adotem procedimentos internos para que torcidas organizadas associadas à prática de violência sejam proibidas de usar o símbolo ou escudo da agremiação para evitar sanções esportivas.

Emboscada

A Drade (Delegacia de Repressão aos Delitos de Intolerância Esportiva) será a responsável por tentar identificar os membros da Mancha, maior torcida organizada do Palmeiras, que armaram uma emboscada e atacaram torcedores do Cruzeiro

O ataque resultou na morte do motoboy José Victor de Miranda, 30, integrante da Máfia Azul, principal torcida do time mineiro. Miranda estava em um dos dois ônibus atacados com bombas caseiras e fogos de artifício. O corpo do motoboy tinha marcas de queimadura, segundo a Polícia Rodoviária Federal.

Outros cruzeirenses tiveram ferimentos e foram levados para o Hospital Anjo Gabriel, em Mairiporã. Duas pessoas permanecem internadas no local, e outra foi transferida para o Hospital de Franco da Rocha.

A polícia deve analisar imagens de câmeras de segurança que ficam próximas ao local do ataque e em outros pontos da rodovia que liga São Paulo a Belo Horizonte.

A rixa entre Máfia Azul e Mancha Verde é antiga, e ambas possuem alianças com rivais. A torcida palmeirense é aliada da Galoucura, do Atlético-MG, enquanto a cruzeirense tem ligação com a Independente, do São Paulo.

A emboscada de domingo foi considerada um revide a um confronto entre palmeirenses e cruzeirenses ocorrido em setembro de 2022, na mesma rodovia, mas em solo mineiro. Na ocasião, o atual presidente da Mancha, Jorge Luís, foi um dos agredidos.

Em comunicado divulgado nesta segunda (28), a Mancha afirmou que vem sendo acusada injustamente de envolvimento na emboscada. O texto afirma que a torcida organizada não participou ou incentivou qualquer ação relacionada ao caso.

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