ELEIÇÕES 2024

'Caso Claudia' reacende debate sobre videomonitoramento

Por André Fleury Moraes | da Redação
| Tempo de leitura: 4 min
'Caso Claudia' reacende debate sobre monitoramento e desafia candidatos
'Caso Claudia' reacende debate sobre monitoramento e desafia candidatos

O emblemático caso no qual a Polícia Civil investiga o homicídio da secretária-executiva da Apae, Claudia Regina Rocha Lobo, reacende o debate sobre a urgente necessidade de se instalar o sistema de videomonitoramento nas ruas de Bauru, tema esquecido pelos governos de plantão mas cujo problema central prejudica o trabalho das autoridades - especialmente em um episódio como esse.

As imagens obtidas pela Divisão Especializada de Investigações Criminais (Deic) de Bauru no âmbito das investigações conduzidas pelo delegado Cledson do Nascimento, afinal, são em sua maioria de câmeras de segurança privada, instaladas pelos próprios estabelecimentos justamente pela falta de uma política de videomonitoramento urbano.

O próprio Cledson do Nascimento, titular da Delegacia de Investigações Criminais, que conduz as apurações do caso Claudia desde o desaparecimento da secretária - parte delas relatada na semana passada -, se queixou do problema em coletiva de imprensa na última segunda-feira (26).

Ele apontou para a falta de um "cinturão" de câmeras na cidade e ao redor dela, o que dificultou a obtenção de imagens para traçar o caminho percorrido pelo veículo que Claudia dirigiu pela última vez.

Em Jaú, por exemplo, a prefeitura instalou 1.400 câmeras de segurança no município e criou a "Central de Monitoramento Inteligente", que atua na prevenção à criminalidade sempre que acionada.

"A Central decide a melhor ferramenta a ser utilizada: sistema de iluminação, sistema de mensagens de voz ou acionamento dos órgãos de segurança pública", explicou a administração quando do anúncio de que o projeto havia sido concluído.

Em Bauru, em contrapartida, nada disso existe. Câmeras de segurança até foram instaladas, mas em locais específicos - como nos poços do Departamento de Água e Esgoto (DAE) ou no totem "Eu amo Bauru" localizado no Parque Vitória Régia.

Não há nenhum projeto, porém, para se criar um "cinturão" de monitoramento em Bauru. Se existisse, em contrapartida, as investigações do episódio que abalou o município certamente seriam mais ágeis - e o deslinde, também.

Faltam projetos, é verdade, mas sobram promessas. A maior parte dos candidatos apresenta propostas para a segurança pública - resta saber se eles conseguirão implementá-las, se eleitos. Em ordem alfabética, conheça cada uma delas.

IZZO FILHO

O ex-prefeito Antonio Izzo Filho (Agir) propõe a implementação de um sistema de monitoramento inteligente, com foco inicial em áreas urbanas e possivelmente rurais. Ele também sugere a implementação da Guarda Civil Municipal (GCM) e a ampliação da atividade delegada, visando maior presença e eficácia nas ações de segurança.

CHIARA

Já Chiara Ranieri (União Brasil) planeja estabelecer metas para a instalação de pelo menos 200 novas câmeras integradas ao Centro de Operações da Polícia Militar (Copom) a cada ano. Além disso, Chiara pretende firmar termos de colaboração com empresas e residências que já possuem câmeras voltadas para a rua, integrando suas imagens ao Sistema Público de Videomonitoramento. A candidata ainda quer um plano municipal de segurança pública, que trace metas e estratégias ao setor.

DR. RAUL

Dr. Raul (Podemos) adota abordagem similar à de Chiara, priorizando a colaboração com empresas e residências que já têm câmeras direcionadas para a rua. O objetivo é integrar essas imagens ao Sistema Público de Videomonitoramento, o que promete expandir a cobertura e eficácia das operações de segurança na cidade.

PAULO LAGO

O candidato Paulo Lago (PCO) não abordou o tema segurança pública em seu plano de governo.

PROF. XAIDES

O arquiteto José Xaides (PDT), com nome de urna Prof. Xaides, propõe a criação de um modelo de zoneamento urbano que oferece incentivos para a instalação de edifícios públicos e privados com vigilância integrada. Ele sugere que as áreas centrais e corredores mistos recebam novos edifícios com vigilância pública e privada, além de implantar gradualmente câmeras inteligentes em regiões vulneráveis.

PROFESSOR CHAGAS

O candidato Marcos Chagas, ou Professor Chagas (PSOL), não abordou o tema segurança pública em seu plano de governo.

CREPALDI

Ricardo Crepaldi (PV) propõe avaliar a expansão do sistema de monitoramento colaborativo em Bauru. Seu plano inclui incentivar a instalação de câmeras de segurança e o compartilhamento voluntário de imagens na nuvem, focando na segurança comunitária enquanto preserva a privacidade e proteção de dados.

SUÉLLEN

Já a prefeita Suéllen Rosim (PSD), candidata à reeleição, fala em implementar o programa "Monitora Bauru", que prevê a instalação de câmeras de monitoramento e botões de pânico em todas as unidades escolares da cidade, com o objetivo de aumentar a segurança para alunos e funcionários.

Fale com o GCN/Sampi!
Tem alguma sugestão de pauta ou quer apontar uma correção?
Clique aqui e fale com nossos repórteres.

Comentários

Comentários