CRIATIVIDADE

Estudantes de Franca criam bioplástico usando casca de banana

Por N. Fradique | da Redação
| Tempo de leitura: 2 min
Divulgação
Protótipo de bioplástico foi desenvolvido pelos estudantes em um semestre
Protótipo de bioplástico foi desenvolvido pelos estudantes em um semestre

“Na natureza nada se perde, tudo se transforma”, frase do francês Antoine Lavoisier, considerado o pai da química. Foi assim que estudantes da 3ª série do Ensino Médio da Escola Estadual Ângelo Scarabucci, em Franca, desenvolveram um protótipo de bioplástico feito com cascas de banana e outros materiais naturais encontrados na feira e no supermercado.

Os alunos Artur Luís da Silva e Miguel Macedo Martins tiveram a ideia, buscando alternativa para que a invenção possa substituir o plástico comum, feito de combustíveis fósseis, e usado no cultivo de bananas por parte de pequenos produtores. Marcos Ângelo Ferreira da Silva Bueno, na época aluno da unidade, também contribuiu com o início do projeto. 

A inspiração partiu dos bananais da cidade de Delfinópolis-MG, a 1h30 de Franca, onde os produtores costumam cobrir os cachos de banana logo no início do seu desenvolvimento com sacos plásticos. "Essa técnica protege a banana do sol, das mudanças do clima e dos animais. É muito importante para os produtores, mas pode ser mais sustentável", disse o estudante Artur.

Com a ajuda do professor de química e orientador do projeto, Paulo Roberto da Costa Lemos, e o professor de biologia e coorientador, Henrique Pereira, os estudantes produziram um bioplástico que, após oito testes, tem em sua composição final a casca de banana, amido de milho, fécula de mandioca, glicerina e vinagre. "Tivemos que pensar em cada detalhe: a banana é para a fibra do bioplástico, a glicerina para a elasticidade, o amido e fécula para dar volume, o vinagre para impedir a proliferação de mofo", explicou o estudante Miguel.  

O professor Paulo Roberto destaca o papel do Programa de Ensino Integral (PEI) no sucesso da pesquisa dos estudantes. "Desde o tempo dentro da escola, até as possibilidades pedagógicas existentes dentro do programa, tudo tem o propósito de garantir um protagonismo maior do estudante. Nós ajudamos, orientamos e corrigimos se necessário, mas a concepção, planejamento e execução da coisa é totalmente dos estudantes", destaca o professor.

O protótipo do bioplástico de banana, iniciado no final 2023, sustenta entre 5 e 8 quilos e deverá ter de 1m a 1,5m de comprimento. Outro desafio do projeto é o preço do bioplástico no mercado em comparação com o ao que já é comprado pelos produtores de banana. "Nosso protótipo poderia custar R$ 6, enquanto o saco plástico comum, às vezes, custa menos de R$ 1. Pensar em sustentabilidade é também pensar na economia que ela pode gerar, por isso estamos estudando mexer na composição do protótipo, mas isso leva tempo", disse Artur Luís.

"Tudo isso é muito desafiador. Toda a equipe da Escola Estadual Ângelo Scarabucci nos apoia e, por isso, quando a coisa dá certo, é muito satisfatório", acrescenta o estudante Miguel.

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Comentários

1 Comentários

  • Freitas 23/08/2024
    Parabéns! Reduzir o consumo de plástico talvez seja a atitude ecológica mais útil para a humanidade e o planeta. Deveriam focar mais em apoiar ideias e produtos como este, ao invés de ideias impraticáveis e inúteis propagadas por globalistas.