FILHO DE MEDALHISTA

Gabriel Manzoli: DNA olímpico e atlético nas veias

Por Lucas Faleiros | da Redação
| Tempo de leitura: 4 min
Nelson Toledo/LDB
Gabriel Manzoli, à esquerda, posa com o pai, Edson Luciano, à direita, medalhista olímpico do atletismo
Gabriel Manzoli, à esquerda, posa com o pai, Edson Luciano, à direita, medalhista olímpico do atletismo

A ciência diz que ninguém é capaz de ter um DNA idêntico ao de outro humano. Em cada parte de nosso corpo, existem informações genéticas que nos fazem especialmente diferentes. Mas isso não quer dizer que não carregamos traços de outras pessoas.

Gabriel Antônio Manzoli Ribeiro, natural de Ribeirão Preto, completa 19 anos na próxima segunda-feira, 29. O jovem ala-pivô das categorias de base do Sesi Franca disputa sua primeira LDB (Liga de Desenvolvimento de Basquete) e já soma dez partidas com a camisa francana.

A paixão pelo basquete começou cedo, aos 5 anos de idade, e se intensificou com as aulas na escola do ex-atleta e ídolo francano Chuí. Depois, passou pelo Aspa, onde ficou até os 14 anos. Por fim, com 15, veio o ingresso no Touro, depois de ser selecionado em uma peneira.

Acontece que Gabriel parecia estar, desde muito antes, predestinado. Tinha que se tornar um esportista. A mãe era do heptatlo. O avô, na mesma linha, corria em provas de rua como a São Silvestre. Já o pai... bom. O pai de Manzoli é o medalhista olímpico Edson Luciano, prata em Sydney 2000 e bronze em Atlanta 1996.

O DNA esportivo está presente em cada célula do garoto, que, como era de se esperar, não hesita em destacar os pais como principais influências para seguir a carreira de atleta. "Tanto meu pai quanto minha mãe são grandes inspirações para mim no esporte. Eles me dão muitas dicas e sempre expressam muito apoio."

O jogador do Franca contou que Edson, com uma carreira notável no atletismo, assumiu um papel de mentor, passando ensinamentos, ajudando com treinamentos e preparando a parte psicológica dele.

"Eu tento influenciar o Gabriel da melhor forma possível, mostrando a importância da dedicação. Vence aquele que se dedica mais, treina mais e quer mais", explicou Edson Luciano.

Em contrapartida, o atleta olímpico também faz questão de dimensionar o orgulho sentido pelo filho. “É muito satisfatório vê-lo trilhando o mesmo caminho que eu e tendo a possibilidade de ter sucesso da mesma forma que eu tive. Nunca imaginei que, um dia, eu teria um filho numa categoria de base de um time tão importante como o Sesi Franca Basquete.”

A troca de experiências entre a dupla é muito legal e muito bonita, mas será que existiu alguma pressão para que Gabriel fosse para a mesma modalidade em que o pai brilhou? De acordo com o ala-pivô, não. "Ele sempre deixou a escolha comigo e eu acabei me apaixonando pelo basquete", disse.

O ex-atleta, que continuou envolvido com projetos esportivos mesmo depois de se aposentar, como o Correndo Para o Futuro, que formou o também medalhista olímpico Alison dos Santos, confirma a fala de sua cria. “Eu nunca o obriguei a seguir uma modalidade específica. O Gabriel experimentou várias até se encontrar no basquete, esporte que eu até chegava a praticar sem compromisso, quando ainda era mais jovem", relembrou Edson, que ainda brinca. “Claro, se ele tivesse pendido para o atletismo, seria muito bacana. Mas o biotipo dele é mais de jogador de basquete, mesmo”, afirmou.

Disputando sua primeira LDB, Gabriel Manzoli diz que está satisfeito com o que vem sendo construído em sua carreira. “A minha trajetória no basquete é muito boa, com muitos campeonatos e jogos em que aprendi bastante e fiz muitos amigos.”

Apesar disso, o torneio de categoria de base que reúne os principais jovens jogadores de todo o Brasil despertou nele o desejo de buscar evoluir ainda mais. “Estou aprendendo muitas coisas novas na LDB e vendo que, para chegar onde desejo, preciso me esforçar bastante.”

Se depender do pai, Gabriel será tão vitorioso ou mais do que ele foi, só que, para isso, o esforço citado pelo filho será fundamental. “Eu digo que ele tem que sonhar com o mais alto. Com a Seleção Brasileira de basquete, com as Olimpíadas e até mesmo com a NBA (National Basketball Association). Mas não basta só sonhar, é preciso se dedicar."

O jovem do Sesi Franca deve voltar às quadras com a equipe na segunda fase da LDB, que acontece no final de agosto, em São Paulo. O Touro está no grupo C, assim como Corinthians, Pinheiros e Minas. Manzoli ainda pode ser escalado para disputar o Campeonato Paulista com os profissionais.

Carreira vitoriosa

Nascido no Paraná, Edson Luciano, hoje com 51 anos, tinha 19 anos e estava servindo o Exército quando foi convocado para participar de uma competição interna de atletismo. Ele se destacou e iniciou uma nova carreira. Antes disso, trabalhou na colheita de algodão e como frentista, lavador de carros, marceneiro e aprendiz de mecânico.

Como velocista, competiu em três Jogos Olímpicos, Atlanta 1996, Sydney 2000 e Atenas 2004, além de dois Jogos Pan-Americanos. Sua primeira medalha, o bronze no revezamento 4x100m, em Atlanta, foi conquistada só quatro anos depois de começar a correr.

Formado em educação física, Edson Luciano se aposentou em 2005 e passou a se dedicar a projetos de formação de novos atletas em São Joaquim da Barra, de onde surgiu Alison dos Santos.

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