ENSINO

Cinco escolas de Franca podem virar cívico-militar

Por Hevertom Talles | da Redação
| Tempo de leitura: 3 min
Arquivo/GCN
Escola Estadual 'Maria D’Elia': nesta quinta-feira, 18, a Secretaria da Educação do Estado publicou um edital para convocação para a consulta pública
Escola Estadual 'Maria D’Elia': nesta quinta-feira, 18, a Secretaria da Educação do Estado publicou um edital para convocação para a consulta pública

Cinco escolas da rede estadual  de Franca manifestaram interesse em atuar no modelo cívico-militar. São as escolas EE Profª Carmem Munhoz Coelho (Jardim Boa Esperança), Mário D’Elia (Jardim Consolação), Profº Antônio Fachada (Parque Vicente Leporace), Sudário Ferreira (Jardim Portinari) e Profº Michel Haber (Jardim Paulistano).

Além de Franca, a Escola Edda Cardoso de Souza Marcussi, em São Joaquim da Barra, também manifestou interesse.

Nesta quinta-feira, 18, a Secretaria da Educação do Estado publicou um edital para convocação para a consulta pública para que as comunidades escolares opinem sobre a implantação do modelo de escolas cívico-militares a partir de 2025 na rede pública estadual. A programação faz parte da segunda etapa do processo de escuta, informou a pasta.

No mês passado, diretores de todas as unidades da rede pública paulista opinaram sobre a adesão ao novo modelo de 21 a 28 de junho. Foram 302 diretores que manifestaram interesse em atuar no modelo das escolas cívico-militares.

De acordo com o edital divulgado, agora, as unidade de ensino devem organizar reuniões com os pais ou responsáveis pelos alunos até o dia 31 para discutir o tema. No mês seguinte, em agosto, deverá ser registrado a opinião da comunidade.

“Nosso objetivo é ouvir a sociedade e a comunidade escolar. A adoção do novo modelo passa necessariamente pela consulta pública. Esta iniciativa foi estruturada para ser implementada de forma gradual, com muito diálogo e escuta da nossa rede”, afirma o secretário-executivo da Seduc-SP, Vinícius Neiva.

De acordo com pasta, a expectativa é iniciar o projeto em 2025 com 45 unidades educacionais da rede, permitindo um acompanhamento detalhado da implantação do modelo e a avaliação da possibilidade de ampliação nos próximos anos.

Quem pode participar da consulta pública:

  • Mãe, pai ou responsável pelos alunos menores de 16 anos de idade;
  • Estudantes a partir de 16 anos de idade, ou seus familiares, em caso de abstenção de alunos dessa faixa etária;
  • Professores e outros profissionais da equipe escolar.

Durante a consulta pública, se mais do que 45 comunidades escolares manifestarem interesse no programa, serão adotados critérios de desempate para a seleção das unidades. Entre eles:

  • Distância de até dois quilômetros de outra unidade que não optou pelo programa, em caso de mais de uma escola interessada na mesma cidade;
  • Número de votos válidos a favor da implantação. Para que a votação a favor seja válida, é preciso que 50% dos votantes mais um optem pelo sim;
  • Escolas com mais níveis de ensino, ou seja, que ofertam o Ensino Fundamental e o Médio;
  • Unidades com mais estudantes que se ausentaram nas provas do Sistema de Avaliação do Rendimento Escolar do Estado de São Paulo (Saresp).

A previsão é que as 45 escolas selecionadas para integrar o programa sejam conhecidas até o final de agosto. O período coincide com a primeira etapa do processo de matrículas e transferências na rede estadual de ensino. Até o início de setembro, estudantes poderão registrar intenção de transferência para essas unidades ou para outras escolas da rede.

Currículo e processo seletivo das escolas cívico-militares

As escolas que adotarem o modelo cívico-militar seguirão o Currículo Paulista, organizado pela Secretaria da Educação. A Seduc-SP também será responsável pelo processo de seleção dos monitores e pela formação dos professores das unidades.

Segundo as informações divulgadas, caberá à Secretaria da Segurança Pública apoiar a Secretaria da Educação no processo seletivo e emitir declarações com informações sobre o comportamento e sobre processos criminais ou administrativos, concluídos ou não, em que os candidatos a atuar como monitores nessas unidades de ensino possam estar envolvidos.

A secretaria também vai participar do desenvolvimento de atividades extracurriculares na modalidade cívico-militares, organização e segurança escolar. O processo seletivo dos policiais da reserva — será ao menos um por escola — caberá à Educação e deverá ter início após as consultas públicas. No caso de escolas municipais, a Segurança Pública deve colaborar com as prefeituras e a seleção ficará a critério das secretarias municipais.

O investimento nas escolas cívico-militares será o mesmo já previsto nas unidades regulares. O gasto com a contratação dos monitores, já considerando a expectativa final de 100 escolas cívico-militares, será de R$ 7,2 milhões.

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Comentários

5 Comentários

  • Guaru 13 horas atrás
    Parabéns Tarcísio, só assim para acabar com a doutrinação ideológica que acontece hoje nas escolas públicas
  • Darsio 18 horas atrás
    Ridículo!! A onda bolsonarista carece de inteligência, de ideias pautadas pela razão e, propõe as mais absurdas aberrações. Escola não é lugar de polícia que, como temos acompanhado no dia-a-dia, não dá conta se quer da segurança nas ruas. Será que é tão difícil observar o que os países nórdicos fazem para que suas escolas estejam entre as melhores do mundo de acordo com o Pisa? Certamente não possuem nada de militarização. Ocorre que estamos diante da pior gestão da educação paulista e, os dados do próprio Saresp de 2023 comprovam isso, sendo piores desde 2012. Uma gestão que, terceirizou a educação comprando por milhões e milhões de reais, aplicativos que não correspondem a realidade das escolas, inclusive na questão estrutural e, os enfia goela abaixo de alunos e professores. Servem apenas para agraciarem os amigos do mercado com a fortuna oriunda do Fundeb. Não tardará para que a bíblia substitua o já tão massacrado livro didático e, o darwinismo seja substituído pelo criacionismo e, o heliocentrismo trocado pelo geocentrismo calcado no terraplanismo.. É uma questão de tempo. Aliás, perguntem a cúpula da Secretaria de Educação, incluindo o secretário e o governador, se matriculam os seus filhos ou netos nessas escolas? Obviamente que não, pois pimenta no olho do outro não arde, não é mesmo? E, aqui não estamos nos referindo as escolas militares que há décadas são mantidas pelas forças armadas, que são tidas como sendo de elite e estabelecem um concorridíssimo Vestibulinho para selecionar somente os melhores alunos.
  • Carlos 21 horas atrás
    Esse tipo de projeto é coisa de quem não tem o que fazer. Se já não bastasse o serviço militar obrigatório. Herança maldita do governo passado
  • ALEXANDRE CESAR E LIMA DINIZ 23 horas atrás
    Se essa fonte de alienação é tão boa por que nenhuma escola particular fez convênio com os militares? Ao contrário, as melhores e mais caras escolas particulares usam o método Paulo Freire. Para os ricos Paulo Freire, para os pobres sargento major Peçonha.
  • Juarez 23 horas atrás
    Nenhuma escola nas periferias? Assim é fácil.