TURISMO

Gramado e Vale dos Vinhedos vivem

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Divulgação
Arquitetura do centro de Gramado
Arquitetura do centro de Gramado

Destino de frio mais procurado do Brasil, segundo divulgou o site de reservas Booking.com no ano passado, Gramado bateu um recorde de 8 milhões de visitantes de todo o Brasil em 2023. Hoje, no entanto, após as cheias que atingiram o estado no início de maio, quem vem segurando as pontas e ajudando na reconstrução do turismo são os turistas do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná.

O mesmo acontece no Vale dos Vinhedos, em Bento Gonçalves, uma estradinha pitoresca que reúne dezenas de vinícolas, restaurantes, pousadas e lojas de quitutes. "O que nós estamos vendo aqui é principalmente pessoal do Rio Grande do Sul mesmo. Depois, gente de Santa Catarina e, em menor número, do Paraná. É o pessoal que consegue chegar de carro", diz o gerente do hotel Sky Gramado, Amarildo Garcia da Rosa.

Dos oito hotéis da rede Sky na região, apenas dois ficaram abertos em maio. Em junho, quando a lotação deveria estar esgotada aos finais de semana e com 70% de ocupação nos dias da semana, ele diz que as taxas caíram para 50% e 15%, respectivamente.

Buscando uma recuperação, a rede criou a diária solidária, baixando de cerca de R$ 350 para R$ 150 a noite para o casal, que deve levar um quilo de alimento. A promoção vale de domingo a quinta em cinco hotéis da rede. "Adiantou pouca coisa", revela Rosa. "Mas não estamos esperando melhorar mais do que está agora até o fim do ano." Mesmo assim, estacionar continua sendo quase impossível nas ruas principais de Gramado.

O VALE

O gerente operacional do hotel Villa Michelon, Leandro Jose Giordani, conta que sua ocupação neste mês é de 60% em geral. "Vamos ter uma média de 25%. Nossos eventos empresariais de maio e junho foram todos adiados e alguns estão indo para o Nordeste", diz Giordani. "É uma cadeia muito sensível. O avião não chega, e isso vai repercutindo por toda a economia. Está sendo pior que a pandemia. Sabe qual foi nossa ocupação de maio? Foi de 3,5%. Mas somos otimistas no geral. O vale não está destruído, como alguns pensam. Podem vir conferir."

 ESPERANÇA

No restaurante caseiro Empório da Colônia, Vilmar Benetti já chegou a alimentar 400 pessoas, com uma média de 200 ao dia. No bucólico Lago Negro, Juliane Wolff, Kelen Selau, Rafaela Lima e Eric Homem não queriam saber de comida caseira. Eles observavam pedalinhos e se preparavam para comer a seleção de fondue, grande hit da cidade. E não precisaram viajar de tão longe para isso. Estavam a cerca de uma hora e meia de Sapucaia do Sul, em Porto Alegre. "A dica é não comer brócolis e batata, que eles colocam antes, e reservar espaço para as carnes e chocolates", ensina Wolff.

Presidente da Gramadotur, autarquia responsável pelos eventos públicos de turismo e cultura na cidade, Rosa Helena Volk afirma que está buscando alternativas para trazer os 200 convidados que o Festival de Cinema de Gramado aguarda.

Uma das unidades da vinícola Aurora, que deveria estar recebendo até 200 pessoas por dia para degustações de vinho, viu o movimento cair para 50.

Na pequena Torcello, recebiam-se 50 e agora aparece apenas a metade dos visitantes. "É Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná", conta a atendente Ana Paula, na loja do local. Para melhorar, a vinícola está dando 30% de desconto para as deferentes degustações, que variam entre R$ 90 e R$ 140.

Quase em frente, do outro lado da estrada, pode-se entrar nos domínios do mestre queijeiro Enio Martin Biancho, produtor de dez tipos do laticínio usando 500 litros de leite a cada dia. Biancho conta que 99% de seus queijos premiados, da marca Valbrenta, são comprados por turistas.

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