EM BAURU

Candidatura do Novo está em aberto, afirma presidente estadual

Por André Fleury Moraes | da Redação
| Tempo de leitura: 3 min
André Fleury Moraes
Da esquerda para a direita, Eduardo Borgo, Ricardo Alves e Ana Sandrin após reunião ontem
Da esquerda para a direita, Eduardo Borgo, Ricardo Alves e Ana Sandrin após reunião ontem

A candidatura do advogado José Clemente Rezende à Prefeitura de Bauru pelo partido Novo ainda não está confirmada e todas as opções estão em aberto, afirmou ao JC nesta quinta-feira (11) o presidente estadual da legenda, Ricardo Alves.

A reportagem conversou com o dirigente pouco depois das 22h30, ao término de uma reunião a portas fechadas que reuniu filiados do Novo e cuja presença era obrigatória. Além da indefinição sobre a candidatura de Clemente, há ainda a possibilidade de que a própria diretoria do partido a nível local seja alterada às vésperas das convenções.

O principal impasse envolve a condenação de Rezende por improbidade administrativa numa ação movida pelo Ministério Público (MP) de Lençóis Paulista. O caso envolve uma licitação da Câmara daquele município que teria sido direcionada - Clemente não venceu o certame, mas contribuiu para o direcionamento, afirmou a sentença.

Clemente nega irregularidades e afirma, por exemplo, que chegou a ser absolvido de uma ação penal sobre este mesmo episódio.

Há discussões sobre eventual inelegibilidade do pré-candidato, situação que será definida no momento de registro da candidatura perante a Justiça Eleitoral. A Lei da Ficha só considera inelegíveis aqueles condenados em órgão colegiado por lesão ao patrimônio público e enriquecimento ilícito.

No caso de Clemente, está configurada apenas lesão ao patrimônio (dano ao erário, no caso), de acordo com a sentença condenatória.

Mas há julgamentos, por outro lado, em que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) estendeu a análise sobre a legislação e considerou inelegíveis aqueles que contribuíram para que alguém obtivesse enriquecimento ilícito.

Essa discussão, de qualquer forma, está em segundo plano. O principal impasse em torno do nome Clemente Rezende dentro do Novo vem do diretório estadual do partido e envolve o estatuto da legenda. A avaliação é que a condenação do advogado afronta o estatuto do Novo.

O problema, segundo apurou o JC, é que o Novo atualizou seu estatuto partidário mas o documento ainda está pendente de aprovação pelo Tribunal Superior Eleitoral. Se válido desde já, segundo consta, Clemente teria caminho aberto para concorrer.

A reunião desta quinta teve momentos de tensão e a maior parte dos filiados de Bauru ainda aposta na candidatura de Rezende, que foi também vereador e presidente do Departamento de Água e Esgoto (DAE), e não deixou passar despercebido o descontentamento com a possibilidade de mudança.

Filiados ao Novo e pré-candidatos à Câmara Municipal dizem que o partido ganhou vida orgânica dentro do município e qualquer interrupção no processo que vinha sendo conduzido - com aval da cúpula estadual até há pouco tempo, aliás - pode desgastar relações internas.

Para Ricardo Alves, o presidente estadual, ainda há caminho a ser trilhado. "Estamos na reta final, inclusive para avaliar a composição da nominata do partido. Pré-candidatura é uma 'jabuticaba' brasileira. O que define o candidato é a convenção municipal", disse.

"O Novo é um partido, talvez o único, que deixa a direção municipal decidir as lideranças. Mas existem questões jurídicas que não dizem respeito ao partido e estamos avaliando as possibilidades para caminhar rumo à convenção como um time forte", complementou.

O JC apurou que não está descartada, por exemplo, mudança no dia da convenção do Novo para dar fôlego às conversas sobre o papel do partido nas eleições.

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