O PT confirmou, em reunião do diretório ampliado realizada na tarde deste sábado, o nome de Rafael Bruxelas como pré-candidato do partido na disputa pela prefeitura de Franca. Havia outros nomes considerados, como o do vereador Gilson de Pelizaro e o do sindicalista Paulo Afonso, mas o consenso foi pela viabilidade maior de Bruxelas. Ex-candidato a prefeito e também a deputado, Bruxelas trabalha no Ministério das Relações Institucionais como gerente de projetos do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento).

“O PT tinha vários nomes para representá-lo nesta construção. Hoje (sábado) foi feita esta reunião que definiu, por consenso, sem votação, que eu poderia estar representando o partido na (tentativa de) construção de uma chapa de unidade com o campo progressista, que teve junto com o presidente Lula nas eleições de 2022”, disse Bruxelas. “Essa é a nossa a prioridade, a minha prioridade, inclusive, neste processo que vai até as convenções. Eu vou estar como este nome que pode representar o PT para gente conversar com estes outros partidos deste campo político, como o Psol, Rede, PDT, PSB. Vamos começar o processo de diálogo para gente construir uma chapa de unidade”.

Não será um objetivo fácil de ser alcançado. Apesar de praticamente todos os partidos de esquerda defenderem a união como fundamental para ter chance de chegar ao segundo turno, nenhum deles parece disposto a abrir mão de ter seu representante como principal nome na chapa. Além do PT, com Rafael Bruxelas, também já anunciaram seus pré-candidatos o Psol, com o deputado estadual Guilherme Cortez, e o PSB, com o ex-prefeito de Patrocínio Paulista Marcos Ferreira, o “Marquinhos do Abraço”.

PCB
Exceção à regra dos partidos de esquerda que, pelo menos no discurso, defendem a união do seu campo ideológico, o PCB (Partido Comunista Brasileiro) publicou nota oficial com críticas a todos os lados. Anunciou também uma chapa pura para a disputa municipal, com os nomes dos professores Títo Flávio, para prefeito, e Carlos Machado, a vice.

“Os dois campos que hoje polarizam a política brasileira são a prova dos limites e da falência da democracia burguesa: enquanto um tenta se colocar como progressista, mas é limitado pelos grandes capitalistas, o outro assumiu sem dissimulações o fascismo. O bolsonarismo, impregnado no governo Lula, segue e seguirá vivo e perigoso”, diz a nota publicada pelo PCB. “Em Franca, a maioria das candidaturas colocadas defende os interesses dos mais poderosos. Suas ‘diferenças’ são apenas disfarces para esconder seus interesses: a manutenção de uma ordem injusta onde quem trabalha mal consegue se sustentar enquanto uma pequena elite concentra riquezas. Estão também com o atual prefeito, mostrando toda sua incompetência com a educação sendo sucateada, saúde pública caótica e um transporte público caríssimo e precário”.

O pré-candidato a prefeito, Tito Flávio, disse que o PCB tem a intenção de apresentar um grande programa e fazer um profundo debate sobre o futuro de Franca. “Temos uma eleição em dois turnos. Vamos deixar para a imprensa, para os eleitores e para a população definir, decidir e apontar quem eles consideram as melhores candidaturas e qual o melhor programa.  Porque tem candidatos por aí falando que já fizeram o melhor programa, que é o candidato mais preparado, e nós achamos que isso só é definido a partir do debate público”.

No programa que pretende apresentar, Tito Flávio aponta a necessidade de profundas transformações estruturais na cidade. “Vamos colocar a classe trabalhadora no protagonismo político e na prioridade absoluta do orçamento municipal, tendo como perspectiva também a ida ao segundo turno e, no pós-eleição, retomar a organização social através da construção de um poder popular”, afirma.