PARA A HISTÓRIA

'Fruto do envolvimento, do trabalho', diz Helinho sobre título mundial do Sesi Franca

Após a conquista do título mundial, Helinho Garcia revela ao GCN/Sampi que fará um quadro com a jogada decisiva e fala sobre os bastidores na Ásia e a emoção da carreata em Franca.

Por N. Fradique | 30/09/2023 | Tempo de leitura: 6 min
da Redação

Marcos Limonti/ Sesi Franca Basquete

Helinho entra de vez para a história do basquetebol de Franca aos 48 anos de idade
Helinho entra de vez para a história do basquetebol de Franca aos 48 anos de idade

Há 8 anos, ele estava fazendo a transição de jogador para técnico. Antes, ele fez uma escala no cargo de gerente do próprio clube por uma temporada. Mas o destino de Hélio Rubens Garcia Filho, o Helinho, parece que já estava traçado. Ele carregava o peso de ser filho do lendário Hélio Rubens Garcia, tanto na época de atleta quanto ao herdar a vaga do pai no comando do time, no entanto, o DNA não erra.

Em pouco mais de sete anos como treinador, Helinho ganhou tudo o que um técnico poderia sonhar. Ganhar estaduais, nacionais, sul-americano e até das Américas, alguns clubes podem alcançar, mas conquistar o título de campeão do Mundo é para poucos. Se tornar lenda de um clube não é para qualquer um também.

Na semana em que o Sesi Franca Basquete retornou da Ásia com o título mundial na bagagem, ao bater a equipe da Alemanha Telekom Bonn (70 a 69), em Singapura, Helinho cumpriu vários compromissos, mas teve um tempo para conversar com a reportagem do GCN/Sampi.

Antes da viagem, Helinho já mostrava a grandeza de um vencedor ao convidar ex-jogadores que fizeram história com a camisa do basquete de Franca, como Fransérgio e Fausto Giannecchini, para uma palestra com o grupo de jogadores.

Helinho destacou que uma palestra de quem foi duas vezes vice-campeão seria importante para os seus atletas. “Sabendo da importância desse campeonato, eu quis convidar pessoas que passaram por isso, que a gente iria passar para nos darem uma fala, aquilo que eles vivenciaram, e ninguém melhor do que Fransérgio e o Fausto, por terem vivenciado isso. Esses caras foram desbravadores, foram os caras que deixaram o legado, que abriram caminho para gente estar vivendo isso. Fiquei muito feliz por eles terem vindo naquele momento, passado para os jogadores a experiência. Nós carregamos isso na nossa mente, no nosso coração, para que a gente pudesse deixar tudo em quadra lá em Singapura”.

O treinador do Sesi Franca diz que não é fácil conquistar títulos, e sempre procura manter os valores deixados pelo pai. “Não é fácil a gente conquistar um título, é sempre um trabalho árduo, muito duro. Eu acredito que a forma como meu pai se portava perante as equipes é algo que eu carrego comigo, sempre cultivando e zelando pelos valores que ele aprendeu com o professor Pedroca, com o pai dele, meu avô Chico Cachoeira. Então, o que eu mais procuro é cultivar esses valores, zelar por isso porque eu tenho certeza que os títulos, as vitórias, vêm através desta energia e dessa forma de pensar que eu recebi como legado”.

"Jogadores foram sensacionais"
O caminho para chegar ao título de um Mundial Interclubes aparentemente parece curto, mas não é nada fácil, conta Helinho. “É muito difícil. A gente teve a oportunidade de jogar com um time (dos EUA) que com certeza vão ter três jogadores draftados entre os dez melhores no ano que vem. Jogamos contra equipe com cinco jogadores da seleção do Egito. Então foram dois jogos dificílimos, e contra a Alemanha nem se fala, porque é o vice-campeão alemão. A Alemanha detém o título de melhor time do mundo de seleções, ganhou a Champions League europeia. Vendo eles jogarem, vi o quanto iria ser pauleira, mas eu confesso que o nosso time  jogou num nível altíssimo, nós conseguimos lidar com situações duras que a gente sabia que iríamos ter pela frente. De uma forma fantástica, os jogadores foram sensacionais por abraçarem a forma como a gente tinha que fazer e conquistar esse campeonato mundial”.

Helinho revelou que abordou dois aspectos importantes durante sua preleção com os atletas antes da decisão do título. Além de orientar o time na parte tática, que seria necessário tirar o volume de jogo da equipe alemã e que era necessário também deixar tudo em quadra. “Disse os jogadores do momento que a gente estava vivendo, que a gente poderia, independente do que acontecesse, a nossa missão era deixar tudo em quadra, fazer aquilo que a gente batalha todo dia, que o título viria como consequência Os jogadores motivados e comprometidos fizeram também por merecer tudo isso”.

O técnico, que já participou de centenas de carreatas na cidade, tanto como jogador quanto treinador, disse que desta vez foi diferente ao chegar em Franca. Pessoas o abraçavam e até choravam. “Foi indescritível, eu tinha passado por muitos momentos especiais aqui. Confesso que eu nunca tinha visto uma carreata tão grande na minha vida, as pessoas indo atrás da gente, pessoas me abraçando, chorando, vivenciando esse momento especial. Vou levar para sempre guardado comigo, no meu coração, na minha mente, na minha memória”.

Aos 48 anos de idade e já com 11 títulos na carreira, Helinho diz que a ficha vai caindo aos poucos. “O mais importante para nós, não só como profissionais do esporte, mas como seres humanos, é fazer o melhor para nós e para quem está do nosso lado. Se todos nós pensarmos assim, então, a gente ainda tem muita coisa para fazer, acontecer, pra gente crescer como profissional, como seres humanos imperfeitos que somos, e é atrás desse crescimento que a gente está todos os dias”.

Helinho disse que a conquista aumenta ainda mais a responsabilidade de todos no clube, e a motivação tem que ser a mesma de antes. “A motivação é necessária. Quando você ganha um título como esse naturalmente, aumenta sua responsabilidade, mas quando você tem uma responsabilidade, é porque você fez jus por ela, você fez por merecer. Então, que a gente abrace essa responsabilidade e faça o nosso melhor em busca de outros objetivos”.

A pintura da jogada
Sobre a jogada desenhada que deu o título ao Sesi Franca Basquete, Helinho disse que havia planejado algumas jogadas ainda no hotel antes da final e que vai colocar em um quadro o desenho da jogada executada em quadra e que resultou no título. “Meu forte não é desenho, mas claro que dentro daquilo que eu fiz eu sabia o que eu tinha que desenhar na prancheta, e o que foi mais impressionante, e eu falo que foi uma força superior isso aí, é que eu e o Pablo (Costa, auxiliar técnico) a gente tinha reunido na noite anterior, tínhamos passado algumas jogadas de sinal de jogo para os jogadores, e essa era uma delas. Mas, quando eu comecei a escrever no hotel as jogadas de sinal de jogo, eu escrevi uma, e a segunda foi a jogada que nós fizemos. Eu parei por ali, não escrevi nem a terceira, nem a quarta, nem a quinta, com a certeza que a gente poderia usar aquela jogada”.

A reportagem perguntou como o quadro iria se chamar depois de pronto. “Vou colocar ‘A bola, a bola do campeonato’, mas quero colocar junto com a prancheta, com a assinatura dos atletas. Nesse momento nós temos que realmente deixar guardado para sempre na nossa memória e no nosso coração”.

"História linda"
Helinho finaliza a entrevista agradecendo a todos os envolvidos na conquista inédita. “Eu fico muito feliz por tudo que eu estou passando, eu falo que é fruto do envolvimento, do trabalho de muita gente, da imprensa que passa para o público que nos acompanha, tudo aquilo que a gente vive no nosso dia a dia. A gente trabalha diariamente para que possamos fazer o nosso melhor e naturalmente dar essa alegria para as pessoas que nos acompanham. Realmente é uma história linda, que eu me orgulho, me honra e que eu procuro e vou procurar, cada vez mais, estar cultivando as coisas boas para que eu possa dar ao público, para todos que torcem por nós, sempre o melhor”.

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2 COMENTÁRIOS

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  • Tiago
    01/10/2023
    Grande bosta
  • CARLOS ALBERTO ANTONIETE
    30/09/2023
    Esse menino é maravilhoso. A humildade dele é impressionante.Grande homem, grande caráter, grande ser humano. Deus abençoe a todos nós.