NA HISTÓRIA

'Deus conversou comigo... chegou sua hora Lucas', diz herói do Mundial sobre lance final

Responsável pela cesta que garantiu o inédito título mundial, Lucas Dias se declarou para os torcedores: “Franca é minha casa”.

Por Pedro Baccelli | 01/10/2023 | Tempo de leitura: 6 min
da Redação
Sampi/Franca

Marcos Limonti/Sesi Franca Basquete

Lucas Dias com uma das redinhas da cesta da final do Mundial de Clubes
Lucas Dias com uma das redinhas da cesta da final do Mundial de Clubes

Herói. O dicionário define como “ser humano que executa ações excepcionais, com coragem e bravura, com o intuito de solucionar situações críticas”. Para o torcedor francano, esse termo pode ser explicado com um nome: Lucas Dias. E não é à toa. O ala-pivô foi responsável pela cesta no último segundo da partida que garantiu o inédito título mundial para o Sesi Franca Basquete.

“Chover no molhado”. Assim pode ser definida a relação de Lucas Dias com a torcida francana. O atleta, que chegou durante a reestruturação do clube, está a seis temporadas na capital do basquete. No currículo guarda quatro títulos paulistas (2018, 2019, 2020 e 2022); duas Copas Super 8 (2019/2020 e 2022/2023); um Sul-Americano (2018); dois NBBs (2021/2022 e 2022/2023); o inédito título da Basketball Champions League Americas (2023); e o tão aguardado Mundial de Clubes.

Como manter a ganância após esse festival de troféus? Lucas Dias responde: “Somos movidos a isso. Queremos sempre ganhar mais, mais e mais. Ótimo que nós vencemos tudo que disputamos, mas estamos focados em vencer cada vez mais títulos”.

A trajetória vitoriosa não é marcada “apenas” pelos troféus e prêmios individuais conquistados. Dentro de quadra, demonstra lealdade e comprometimento aos colegas de time, que, carinhosamente, chama de “família”. Fora das quatro linhas, o capitão também retribui o carinho pelos torcedores, com brincadeiras, fotos e autógrafos.

Ironias do esporte. Quis o destino que o herói do título mundial nascesse em Bauru, cidade onde se encontra um dos rivais mais tradicionais do Franca Basquete. Bauruense no RG, mas francano de coração. “Aqui eu me sinto em casa. Com essa torcida maravilhosa, que só me deseja coisas boas. Sou muito feliz aqui na cidade”.

Felicidade. Sentimento que se espalhou pelo município de 352 mil habitantes do Nordeste paulista na última terça-feira, 26, durante a comemoração do título. Milhares de pessoas foram para as ruas prestigiar os campeões mundiais. “Nunca tinha visto tanto carro, moto e bicicleta. Foi uma festa incrível na cidade”.

Não é apenas a comemoração com a torcida que ficará na memória de Lucas Dias. O reencontro com a mulher Carol e o filho Breno, a “base” do jogador, também tem lugar especial. Além, é claro, de tudo aquilo que passou em sua cabeça durante o lendário 1 segundo e 9 décimos.

“Lembro muito daquele momento, que Deus conversou comigo. Ouvia uma voz na cabeça que dizia: ‘Chegou sua hora Lucas’, e isso ficava repetindo na minha cabeça na hora que voltamos para a quadra”.

E a sua hora chegou. Uma história que está sendo escrita desde sua chegada em 2018. Ganhou capítulos importantes ao longo dos anos. Teve seu apogeu no segundo final de uma partida em 2023. Mas que segue sendo ditada por aquele que já tem o seu nome na lista de ídolos do maior clube de basquetebol brasileiro: Prazer, Lucas Dias! Capitão do Sesi Franca Basquete no inédito título do Mundial de Clubes.

Leia a entrevista completa de Lucas Dias ao Portal GCN/Rede Sampi:
GCN: Como foi aquele breve momento quando os alemães comemoraram o título achando que o jogo tinha terminado?
Lucas Dias:
Eu até chego a arremessar a bola do outro lado da quadra, mas, quando eu vi que eles pararam de comemorar e os árbitros estavam indo ver o vídeo, eu sabia que a gente teria outra chance.

O que o Helinho falou para vocês durante a conversa que antecedeu a última jogada?
Ele pediu o tempo, juntou todo mundo e enquanto passava a jogada, ele avisou que seria para mim, que eu teria essa oportunidade de fazer o último arremesso.

Você se lembra daquele 1 segundo e 9 décimos? O que passava pela cabeça durante a jogada ou você não conseguia pensar em nada?
Lembro muito daquele momento, que Deus conversou comigo. Ouvia uma voz na cabeça que dizia: "Chegou sua hora, Lucas", e isso ficava repetindo na minha cabeça na hora que voltamos para a quadra.

Qual foi o sentimento quando a bola caiu na cesta?
Não consigo nem descrever. Foi um misto de felicidade, com muita emoção. A única coisa que eu queria era comemorar com meus companheiros de time.

Na final do NBB, no ginásio do Morumbi, o David Jackson foi acionado na última bola e converteu. Você estava lesionado e não disputou aquela partida. No domingo, a última bola foi para você e não para o David Jackson. Isso já estava previamente decidido? Que em caso de decisão você teria a responsabilidade de definir?
Isso, na verdade, vai de jogo para jogo. Lá, no Morumbi, o David estava mais quente no jogo e recebeu essa oportunidade. No nosso elenco, somos uma família. Não tem essa de ego. Normalmente confiamos em quem está mais quente na partida.

Você não conseguiu disputar todos os jogos das finais do NBB, devido uma lesão. No Mundial, disputou e foi decisivo. Foi um acerto de contas, uma espécie de recompensa?
Sem dúvidas. Mas acho que foi mais uma recompensa por eu ter arriscado novamente. Na Copa América, tive a chance de converter o arremesso e acabei errando, e isso ficou muito tempo na minha cabeça. Então, foi sim uma recompensa.

Antes do início desta temporada houve um suspense se você renovaria com o Sesi Franca Basquete, uma vez que outros jogadores estavam deixando o clube. Você chegou a receber sondagens ou propostas de outros clubes? Por que decidiu ficar em Franca?
Franca é a minha casa. Estou indo para a minha sexta temporada com o clube. Aqui eu me sinto em casa. Com essa torcida maravilhosa, que só me deseja coisas boas. Sou muito feliz aqui na cidade de Franca.

Como foi à comemoração fora da quadra? O elenco chegou ir para algum lugar?
Foi sensacional. Chegamos a sair sim, fomos comemorar, mas logo de manhã a gente já estava de pé, porque o nosso voo no outro dia foi bem cedo.

Como foi à volta para Franca? A ansiedade era grande para reencontrar a torcida?
Foi cansativa, mas eu estava muito ansioso para chegar a Franca e poder comemorar com essa torcida, que fez uma festa linda.

E o reencontro com a família, a mulher e o filho depois dos dias fora?
Era só isso que eu queria. Estava ansioso e querendo muito ver a Carol e o Breno, afinal eles são a minha base.

Como foi à festa da torcida parando a cidade?
Foi sensacional! Eu nunca tinha visto tanto carro, moto e bicicleta. Foi uma festa incrível na cidade. É um momento especial, ainda mais por ter sido o único título que faltava para o clube.

Você é responsável pela cesta que garantiu o maior título da história do Sesi Franca Basquete. Você tem dimensão do que proporcionou para o clube?
A ficha não caiu ainda. Aos poucos ela vai passando e eu vou tendo um pouco da dimensão do que foi tudo isso para o clube e para a cidade.

Geralmente o jogador se transforma em ídolo após deixar o clube ou se aposentando. Não é o seu caso. Como é ser ídolo de uma cidade estando, possivelmente, no auge de sua forma física e podendo trazer mais conquistas para o clube?
É incrível, mas também tem muita responsabilidade, e eu sei bem disso. Agora é cuidar da parte física, porque o Paulista já está rolando também e precisamos focar nele agora.

Como manter o foco para a temporada e a ganancia por títulos após conquistar todos os campeonatos disputados?
Somos movidos a isso. Queremos sempre ganhar mais, mais e mais. Ótimo que nós vencemos tudo que disputamos, mas estamos focados em vencer cada vez mais títulos.

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5 COMENTÁRIOS

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  • Luiz Antonio
    02/10/2023
    Silas e Ed Sanches, os caras que vao na igreja e dao dizmo para o pastor andar de Land Rover kkkkkk
  • Rachel
    01/10/2023
    Parabéns pela sua fé, Lucas! Que ela continue te levando cada vez mais longe , assim como sua autoconfiança , fator também fundamental pra essas horas de decisão.Meu filho de 13 anos é atleta de basquete e são pessoas como você que inspiram essa meninada que está começando! Te desejo muita saúde muito sucesso!!!
  • Jean Carlos Luvisoto
    01/10/2023
    Deus não deu bola nem quando milhares de recém nascidos foram queimados vivos nos fornos de Auschwitz, mas se preocupa com jogo de basquete!?? Poupe-me!!
  • Silas
    01/10/2023
    Hipocrisia.....o mundo como esta vc acredita que Deus se envolve em apostas, jogos etc.....por favor poupe minha inteligência e seja menos idiota
  • Ed Sanches
    01/10/2023
    Tá çertuuu. Deus não tendo mais o que fazer,foi lá te ajudar a a ertar uma bola dentro de um aro.Dane se as guerras,fome, desastres naturais....eu vou é ajudar o Lucas.