FUTURO

Abicalçados prevê aumento de 3% no consumo de calçados no país em 2023

Franca é responsável pela fabricação de mais de 30% dos calçados no Estado de São Paulo.

Por Jéssica Reis | 20/05/2023 | Tempo de leitura: 3 min
da Redação

Arquivo GCN

Abicalçados espera um aumento de vendas no setor calçadista interno brasileiro.
Abicalçados espera um aumento de vendas no setor calçadista interno brasileiro.

A Abicalçados (Associação Brasileira das Indústrias de Calçados) divulgou um estudo que faz uma projeção de aumento nas vendas do varejo calçadista doméstico de mais de 3% em relação a 2022. Esse aumento do consumo interno estimulará o crescimento da indústria calçadista brasileira em 2023. Os dados foram anunciados em abril durante a Análise de Cenários, realizada pela entidade no formato digital. A ocasião marcou o lançamento do Relatório Setorial Indústria de Calçados, que divulgou, além dos dados, análises e projeções de curto e médio prazo para o setor.

Para a Abicalçados, o consumo interno de calçados deve ficar entre 754 e 757 milhões de pares, ainda 7% a menos do que era antes da pandemia.

De acordo com o doutor em Economia e consultor setorial Marcos Lélis, são vários os fatores que devem impactar nas exportações brasileiras: a inflação mundial elevada nas principais economias, o ajuste de estoques nos Estados Unidos, a redução dos preços dos fretes internacionais e a retomada da China após um período de restrições provocado pela política de Covid Zero devem impactar nas exportações brasileiras. “A valorização do real diante do dólar, resultado da alta taxa de juros praticada no Brasil e da queda dos juros nos Estados Unidos, também deve ter impacto nos resultados das exportações”, disse.

A instituição disse que a economia brasileira deve crescer 0,9% em 2023, depois de um crescimento mais expressivo, de 2,9% no ano passado. “O Brasil, já falamos em outras oportunidades, tem um teto de crescimento provocado pelas dificuldades estruturais, de falta de investimentos públicos e privados. Hoje, operamos com a taxa de juros elevada, o que dificulta e encarece ainda mais o crédito”, ressaltou Lélis.

Franca sofreu uma oscilação na produção de calçado nos últimos três anos. Em 2020, a cidade era responsável por 29% da produção do estado paulista. Já em 2021, o município teve um aumento em sua produção e assumiu 33% da produção em São Paulo. No ano passado, a cidade sentiu uma queda na produção e fechou 2022, com 31,5% do total da produção estadual.

Nacional
Segundo a coordenadora de Inteligência de Mercado da Abicalçados, Priscila Linck, o Brasil está posicionado como o quinto maior produtor de calçados do mundo, atrás de China, Índia, Vietnã e Indonésia, a economista destacou que, em 2022, foram produzidos 848,6 milhões de pares, 3,6% mais do que em 2021.

Segundo ela, no ano passado, as exportações somaram 141,9 milhões de pares e US$ 1,3 bilhão, resultados superiores tanto em volume (+14,8%) quanto em receita (+45,5%) em relação a 2021. O valor também foi o melhor em 12 anos.

Materiais
Conforme divulgado pela Abicalçados o material predominante utilizado no setor de calçados brasileiros na produção é o plástico/borracha, seguido pelo couro.

Entre os principais produtos fabricados em 2022, está com 48,3% chinelos, 34,9% o calçado casual e social. Para a coordenadora Priscila Linck, essas porcentagens foram influenciadas pela pandemia, pois as pessoas passaram a usar mais chinelos e menos sapatos sociais. “Com o avanço na vacinação e a mitigação das medidas de restrição de mobilidade ocorridas em 2021, a participação dos calçados de uso Casual e Social na produção passou a recuperar sua participação na produção”, disse Priscila.

Empregos
A indústria calçadista foi responsável por 296,4 mil empregos formais no Brasil em 2022. Em 2022, o setor criou 24,6 mil postos de trabalho, encerrando o ano com estoque de empregos 9,1% maior do que em 2021. “Destaca-se que a manutenção do alto nível de geração de empregos na indústria calçadista reflete a continuidade da retomada da atividade ao longo do ano passado, com importante impulso pelo resultado de crescimento das exportações de calçados”, explicou Priscila.

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