O Janeiro Branco é uma campanha, assim como os outros meses - Dezembro Vermelho e Outubro Rosa, que lutam a favor da prevenção e cuidados do HIV/AIDS e Câncer de Mama e Colo de Útero, respectivamente -, que visa a atingir uma melhor qualidade para a saúde mental da população.

A médica Daniele Cardeal trabalha na área de psiquiatria há seis anos. Em 2018, iniciou sua especialização no Hospital São Marcos, em Jaboticabal. Trabalhou em ambulatórios de saúde mental. Hoje atua no Caps (Centro de Atenção Psicossocial) e na Fundação Allan Kardec, como médica assistente, e tem seu próprio consultório particular.

Ela reitera a importância de prevenir e cuidar da Saúde Mental. “Esse é um tipo de campanha que, além de ter uma função preventiva, também auxilia na desmistificação dos preconceitos que cercam os pacientes psiquiátricos. E deixar o mês inteiro para esse tema, para esse tipo de discussão, é jogar luz ao assunto, atingindo o maior número de pessoas possível e por maior tempo possível também. Além disso, é simbólico o mês de janeiro, que já é um período de reflexão, planejamento, recomeços”, explicou a médica.

Ainda segunda ela, o mês de janeiro é uma fase “com maior nível de ansiedade, de preocupações”, por se tratar do início de um novo ano.

A psiquiatra diz perceber o receio com o qual a população recebe os tratamentos psiquiátricos. Ainda segundo ela, grande parte desse estranhamento é por conta do desconhecimento. “Quando a gente conversa sobre qualquer tema relacionado à psiquiatria - seja fazer uma terapia, seja ir a uma consulta psiquiátrica, tomar algum tipo de medicamento, frequentar um Caps, um Centro de Atenção Psicossocial -, nós percebemos muito preconceito e um medo muito grande”, reitera Daniele.

Segundo dados da Organização Mundial de Saúde, a OMS, os transtornos de ansiedade generalizada e depressão são os que mais acometem a população, e no Brasil os números são alarmantes. Nosso país se encaixa na quinta posição do mundo em relação a casos de depressão.

Como procurar ajuda
A psiquiatra Daniele Cardeal diz que a Saúde Mental é ancorada em vários pilares, e por isso o cuidado com ela deve ser "multi". A orientação é sempre procurar uma consulta, para que o paciente consiga ter uma vida social mais saudável; bons vínculos com a família, amigos e parceiros, para que desenvolvam uma rede de apoio; e para muitos a espiritualidade acaba sendo um pilar importante; atividades físicas de forma regular; manter uma rotina de dia a dia e com horários fixos, para acordar, dormir e comer; e principalmente, buscar ajuda quando o paciente começar entrar em estado de sofrimento.

“Tanto a própria pessoa, como familiares, amigos, pessoas próximas, pode procurar ajuda em serviços públicos especializados que têm a porta aberta ao atendimento, sejam pronto-socorro em Saúde Mental ou um Caps, que é um Centro de Atenção Psicossocial, por exemplo. No pronto-socorro, a pessoa vai passar por uma primeira avaliação e o médico vai encaminhar a pessoa para o melhor serviço na ocasião”, orientou Daniele Cardeal.

O Caps oferece serviços de portas abertas em Franca. A pessoa é acolhida por uma equipe de profissionais composta por terapeuta ocupacional, psicólogo, educador físico, enfermeiros, e vai ser inserido em oficinas, que buscam melhorar seu estado mental. “Há também a possibilidade de acompanhamento particular, seja por um psicólogo, por um psiquiatra, que na maior parte das vezes vão acabar trabalhando conjuntamente para melhor resultado”, finalizou.

O Centro de Atenção Psicossocial de Álcool e outras Drogas 24h - Caps III Renascer está localizado na rua Cavalheiro Petráglia, 80, Vila Santos Dumont. Já o Caps III Florescer é localizado na rua da Concórdia, 4.881, Parque dos Pinhais.