TURISMO

Da 'farofa' ao 'luxo': Rifaina muda e atrai investimentos em todas as áreas

Por Kaique Castro | da Redação
| Tempo de leitura: 4 min
Divulgação/ Kanoah Home Resort
Projeção de como ficará um dos investimentos de Rifaina nos próximos anos.
Projeção de como ficará um dos investimentos de Rifaina nos próximos anos.

Rifaina, cidade a pouco mais de 70 quilômetros de Franca, há poucos anos era conhecida como um lugar preferencial dos “farofeiros”, que viam na praia de areia grossa uma das poucas atrações gratuitas na represa do Rio Grande, um ponto turístico regional. Tinha ali alguns ranchos - os mais nobres distantes do convívio dos mais pobres - , mas não era um lugar que atraía turistas de cidades de um raio de 100 quilômetros. Mas, de 15 anos pra cá, tudo mudou. A cidade ganhou uma grande reforma na orla com construção de um calçadão, proibições na praia artificial, novos imóveis para hospedagem, além de atrações como restaurantes e eventos, que fizeram com que os turistas tivessem a sensação de estar no litoral.

A mudança é vista em vários pontos. Em 2005, os turistas podiam escolher entre apenas quatro restaurantes ou lanchonetes para se alimentar - hoje, já são mais de 15 em funcionamento, como restaurante japonês, parrilla argentina e os famosos botecos, que atraem diversos tipos de públicos durante os fins de semana.

“A mudança de postura na administração da cidade foi um start para esse crescimento estar acontecendo. Com isso os empreendedores vieram e olharam Rifaina como um local de investimento”, afirmou o secretário de turismo Claúdio Massom.

Outro ponto que gerou muita mudança são as marinas, 12 atualmente em toda a cidade, que fazem os donos de veículos aquáticos ficarem despreocupados com a segurança e onde colocar suas lanchas, jet-skis, etc.

O empresário Luis Ricardo Martins Fernandez Goulart de Andrade “Pepê”, que possui um bar flutuante e uma pousada na cidade, viu a oportunidade de abrir negócios após uma necessidade.

“Meu pai tem rancho aqui há mais de 20 anos. Há uns sete anos, bem no início desse ‘boom’, estava andando de barco e a cerveja acabou. Aí pensei 'e agora? Teremos que ir embora!' Tinha que ter um bar aqui no meio do rio. Foi aí que decidi abrir o ‘barcô’, que é um bar flutuante”, contou Pepê.

Com o aumento na procura de passeios e turismo, recentemente Pepê inaugurou sua pousada, que possui 20 suítes e um bar “rooftop” (bar em um terraço), com vista para o rio.

Área imobiliária é a “menina dos olhos” de Rifaina

As transformações que ocorreram em 15 anos fizeram com que os olhos do mercado imobiliário apontassem para a cidade e, com isso, atraíram condomínios de alto padrão, beach clubs e rede de serviços. De acordo com o Masson, atualmente mais de duas mil unidades habitacionais entre apartamentos altos padrão, casas e terrenos em loteamentos fechados estão aprovados.

“A cidade está preparada. A Sabesp fez um investimento no saneamento para preparar o aumento de condomínios na cidade. A CPFL tem em andamento uma obra para ampliar a distribuição. A cidade também está limpa, com coleta de lixo diariamente e limpeza das ruas também”, continuou Masson

Para o corretor de móveis João Marcos de Oliveira, o “João Rinoceronte”, a cidade está em alta, mas o seu potencial ainda está no começo.

“A gente acredita que a região de Uberlândia, Ribeirão Preto, Uberaba e outros Estados vão investir em Rifaina. Tanto pessoas comprando lotes para vender, tanto para seu próprio lazer. Hoje Rifaina, é uma referência internacional no mercado imobiliário”, disse o corretor que é responsável por alguns loteamentos em condomínios em Rifaina.

Uma das pessoas que olhou diferente para Rifaina é a empresária e construtora Maria Ângela Santana Castro, de 55 anos. Acostumada a investir no mercado imobiliário de Franca, ela percebeu o potencial da cidade após comprar um apartamento para sua família.

“Valorização de um apartamento hoje em Rifaina chega a três vezes do valor investido. É um lugar que está sendo muito procurado. Eu sempre fiz apartamento e casa para vender e, afirmo, hoje não é viável construir na cidade. É melhor investir em Rifaina. A cidade é vista por pessoas de todo o Brasil porque a valorização chega a triplicar em um investimento novo. Fora que Rifaina não perde para nenhuma praia”, contou a empresária.

Falta de mão de obra

Por Rifaina ser uma cidade de pouco mais de 4 mil habitantes, a falta de mão de obra já começou a surgir. Maria Ângela afirma que a alta demanda faz com que pessoas de cidades da região procurem emprego no balneário.

“Eu não acho que vai afetar o crescimento da cidade. Mas está tendo o problema de mão de obra. Não tem gente para trabalhar. Área de limpeza e segurança, por exemplo, são funcionários de Franca e Conquista, na região”, continuou a empresária.

Prefeitura está atenta com a mão de obra

Massom disse que somente neste ano mais de 600 pessoas foram capacitadas em cursos de eletricistas, limpezas de piscina, cozinheira, barman, entre outros, realizados em parceria da Prefeitura Municipal com Sebrae. Mas que a falta de mão de obra existe.

“Rifaina é uma cidade pequena e todo mundo está trabalhando. Só não trabalha quem não quer. Eu acredito que a área de serviços ainda vai ter uma dificuldade, principalmente nos fins de semana. Hoje, por exemplo, quase 400 pessoas que trabalham aqui são de Pedregulho. Mas a iniciativa privada precisa estar presente”.

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Comentários

6 Comentários

  • AMAURI SOARES SIQUEIRA 05/12/2022
    Fico vendo ai os comentarios, o pessoal pedindo pra taxar, aumentar impostos outros dizendo que tem que multar porque dói no bolso etc, pelo amor de DEUS brasileiros!!! nao aguentamos pagar nem os tributos que temos hoje imagina se começar a taxar mais ou multar mais parem com isto somos o povo que mais paga impostos no mundo e vcs ainda pedem mais?. passou da hora de transito ser materia na escola a partir do segundo grau saniamento baico tambem, tem que educar as crianças par que no futuro proximo possamos ser um povo mais consciente um povo mais educado mais preocupado em manter tudo em ordem por onde passe. transito e saneamento materia de escola passou da hora, e tributos e taxas e tal tem que diminuir e nao aumentar, nao aguentamos mais pagar tantos impostos.
  • Igor 04/12/2022
    Pena que o poder Público da cidade não tem ligado ( ou tem ?) para a atividade de piscicultura. Vocês já navegaram na represa ? Água poluída ( consultem a CESTEB ) Dificuldade de navegar rio acima ( criação de peixes mau sinalizadas e quase que encontra a margem mineira da represa )
  • Antônio 04/12/2022
    Em Rifaina até que é justificável os valores bem mais alto. Já, quanto à Franca, está completamente fora da realidade. Imóveis em Franca estão competindo com Rio de Janeiro, São Paulo, Brasília, Balneário Camboriú. Uma piada.
  • Xing Ling 04/12/2022
    Pura especulação...preços irreais atraindo \"investidores\" ? Seriam somente investidores mesmo ??? Como já disseram aqui: está ocorrendo um crescimento desordenado do local e poluição da represa (seja com grande numero de lanchas e jet-skis e também com construções fora de metragem, que prejudicam as margens)...cadê as autoridades do meio ambiente ? Esse cenário apenas reforça o que temos visto nos ultimos 3 anos pandemia e pós pandemia: ricos ficando cada vez mais ricos e pobres indo da pobreza para a miséria. Que o novo governo taxe de imposto a conta bancária desses cidadãos de \"bem\" que sabemos muito bem em quem votaram...que façam pagar pelos impostos que realmente deveriam pagar pelo alto luxo que ostentam.
  • Pedro 04/12/2022
    Boa matéria para especular ainda mais o mercado, metro quadrado em Cranca e Rifaina estão fora da realidade.
  • Ernani 04/12/2022
    Tudo lindo e maravilhoso aos olhos de quem consegue enxergar de fora que essa especulação, diga-se de passagem, de grande interesse da administração haja visto quem está se valendo disso. Deixando de lado o foco de que Rifaina se transformou, vamos dar voz ao que diz respeito a Infraestrutura e o alto custo de vida para a comunidade. Uma cidade de 3500 habitantes passa a ter mais de 20 mil flutuantes em datas específicas qual compromete o abastecimento, prejudicando principalmente à população. Vale ressaltar algumas questões como plano diretor, COMTuR e algumas outras questões duvidosas pra esse crescimento desordenado!