Igreja preserva tradição da Ave Maria


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O casal Geraldo Tadeu Ventreschi e Solange comparece todos os dias, às 18 horas, na igreja para rezar o Angelus e colocar a fita com a música Ave Maria de Gounod
O casal Geraldo Tadeu Ventreschi e Solange comparece todos os dias, às 18 horas, na igreja para rezar o Angelus e colocar a fita com a música Ave Maria de Gounod
Seis horas da tarde. Avenida Major Nicácio. Do alto da torre da Igreja Nossa Senhora das Graças, ecoa uma oração: “O Anjo do Senhor anunciou a Maria. E Ela concebeu do Espírito Santo. Ave Maria ...” É o Angelus (reza de três ave-marias) ou O Anjo do Senhor, que para os católicos recorda a saudação do anjo Gabriel a Maria. Para os mais velhos, o som que se sobrepõe às buzinas e aos barulhos dos motores dos veículos que atravessam uma das avenidas mais importantes de Franca, em horário de pico, traz boas lembranças dos tempos da infância e vilarejos de outrora. Outros consideram o momento como de reflexão e silêncio. “Por mais dura que seja a pessoa, ela se sente tocada com a oração. Traz uma paz, um conforto...”, disse a secretária Marli Tavares. No Vaticano é costume, há muitos séculos, o papa aparecer, aos domingos, na segunda janela do seu apartamento para recitá-lo. Em Franca, a tradição religiosa começou há dez anos, mas ficou inativa por sete. Somente em maio deste ano retornou, para a alegria de sua idealizadora, a professora aposentada Nair Borges de Moraes Freitas, 74. “Sempre tive muita devoção a Nossa Senhora, fui educada em colégio de irmãs, por isso sugeri ao padre da época, o frei Cândido, que fizéssemos algo diferente, que chamasse a atenção”, disse ela. Idéia aceita, Nair comprou um disco de 78 rotações com a música Ave Maria de Gounod, que depois foi gravada em uma fita cassete, e escreveu como tudo deveria ser feito, todos os dias, inclusive feriados, sempre às 18 horas. “Montei um esqueminha em um papelão e ele é seguido até hoje. Fiquei emocionada quando me disseram que retornariam com o Angelus.” Atualmente conduzido pelo casal Geraldo Tadeu Ventreschi e Solange, que há oito anos participam das atividades na igreja, o procedimento dura cinco minutos, é ao vivo e requer doação e força de vontade. “É uma forma de evangelizar, de passar uma mensagem boa para quem está transitando pela avenida, saindo estressado do trabalho”, disse Geraldo. O casal mora a poucos metros da igreja e se sente realizado em poder prestar esse serviço. “É muito gratificante, sentia no coração esse desejo. Somos felizes por atuarmos na condução do Angelus”, disse ele. Geraldo e Solange também servem na Pastoral da Liturgia e são coordenadores dos Ministros da Eucaristia. Segundo a professora Nadir, durante os três primeiros anos também fizeram parte do ritual os casais Laércio Aylon Ruiz e Mariluci, Sérgio Basse e Vanda e Celso Crippa e Vanda. “Espero que o Angelus na Igreja Nossa Senhora das Graças tenha vida longa e que mais casais possam ter esse desprendimento em servir Maria, pois ela é Mãe e saberá recompensar”, disse.

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