Alta do dólar pode trazer R$ 2,4 mi


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Imagem mostra setor de produção de uma fábrica de calçados de Franca. Exportadores da cidade podem ganhar R$ 2,4 milhões a mais, por mês, com desvalorização da moeda norte-americana frente ao real. Ca
Imagem mostra setor de produção de uma fábrica de calçados de Franca. Exportadores da cidade podem ganhar R$ 2,4 milhões a mais, por mês, com desvalorização da moeda norte-americana frente ao real. Ca
Os exportadores francanos assistem com bons olhos à alta que o dólar exibe, nesta semana, frente ao Real. Na prática, a valorização da moeda norte-americana significa ganhos maiores para os empresários. Se o dólar permanecer na casa dos R$ 2,30, como beirou ontem, seriam quase R$ 2,5 milhões a mais agregados à economia da cidade. Os calçadistas mantêm o discurso de mau momento, mas não negam que a alta é bem-vinda. A moeda norte-americana, até quinze dias atrás, se mantinha abaixo dos R$ 2,10. Na quarta-feira, o dólar atingiu o seu maior preço desde 26 de agosto de 2005: R$ 2,40. Ontem, fechou a R$ 2,292. A alta não é explicada por indicadores financeiros do Brasil, mas dos Estados Unidos. O Banco Central Americano aumentou a taxa de juros do país e, com isso, atraiu investidores. Alguns aplicadores que investiam no Brasil transferiram seus recursos para lá, em razão da maior segurança do mercado norte-americano. A oferta da moeda estrangeira por aqui diminuiu e o preço ficou mais alto. Cada centavo de Real a mais no preço do dólar representa ganho maior para quem embarca sapatos para o exterior. Dados do Sindifran (Sindicato das Indústrias de Franca) indicam que os calçadistas de Franca exportaram, em média, em cada um dos três primeiros meses de 2006, cerca de US$ 12 milhões. Com o dólar a R$ 2,10, a renda obtida pelos exportadores da cidade ficou perto de R$ 25,2 milhões. Com o preço da moeda americana em R$ 2,30, esse lucro pularia para R$ 27,6 milhões. Em um mês, seriam quase R$ 2,5 milhões a mais injetados na economia de Franca. Os empresários, mesmo ainda cautelosos e mantendo o discurso de mau momento, vêem com bons olhos a alta do dólar. Carlos Roberto de Paula, sócio da Calçados Kissol, que exporta 100% da produção, é um dos que recebem bem a alta. “Para nós, que somos uma empresa eminentemente exportadora, não resta a menor dúvida de que é bem-vindo. Mas, ainda assim, está longe do ideal”, disse. O presidente do Sindifran acredita que o aumento pode ser “motivo de alívio”. “Se houvesse uma garantia de que o dólar não caísse abaixo de R$ 2,30, já geraria uma espécie de ânimo no setor” (leia mais nesta página). INCERTO As idas e vindas desafiam os economistas, que não se arriscam a traçar uma evolução lógica para o dólar nos próximos dias. Ontem mesmo a moeda americana sofreu uma queda de 4,54%. Depois de bater a casa dos R$ 2,401, a maior cotação desde 26 de agosto de 2005, sofreu a maior queda de um dia para o outro desde agosto de 2002 ao fechar em R$ 2,292. Hélio Braga Filho, professor de Economia do Centro Uni-facef, disse que ainda é cedo para fazer previsões sobre o futuro do câmbio. “É preciso analisar o mercado para saber como vão se comportar os investidores e, a partir disso, falar com mais segurança sobre a evolução do dólar”, disse.

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