Painel

11/12/2022

Monsenhor José Geraldo Segantin: 40 Anos Como Sacerdote

 Maria Teresa e monsenhor José Geraldo, em clique cedido pela colega colunista social Camila Pizzo
Maria Teresa e monsenhor José Geraldo, em clique cedido pela colega colunista social Camila Pizzo

O relato que se segue sobre a vida do monsenhor José Geraldo Segantin foi escrito pelo autor desta colula, Valdes Rodrigues, e interpretado publicamente na festa promovida pela professora Maria Teresa Segantin Ludovice, imã do religioso, no Espaço Cedro. Confira nas próximas notas.


No dia 21 de março do ano de 1959, nascia na cidade paulista de Orlândia o menino José Geraldo, filho do casal, senhor Euclides Segantin e dona Maria Ferreira Segantin. Com apenas 2 anos de vida, alguém conversando com o garoto sugeriu que quando crescesse fosse trabalhar com ele, ao que o menino recusou, dizendo que iria ser padre. Aquilo fez com que todos se admirassem, mas não imaginavam que a criança estava como que profetizando a respeito de sua missão. E logo foi trocando os brinquedos costumeiros de qualquer garoto por objetos usados pelos sacerdotes nas celebrações, que ele gostava de acompanhar. E assim, sempre convidava os coleguinhas da escola para a missa que ele imaginava estar celebrando, já cantando, como ele sempre gostava de fazer.


11/12/2022

Curiosidades

Interessante é que o padre Emílio, que mais tarde viria a ser ordenado bispo, ficava escondido na cozinha da casa observando tudo aquilo, antevendo, talvez, que ali estava crescendo um futuro padre. Além da missa, ele também gostava de organizar pequenas procissões, vestindo sua túnica e a cruz, que existem até hoje.

Quando estava no primeiro ano da escola, a professora pediu que cada aluno escrevesse alguma coisa sobre um irmão ou irmã. O menino José Geraldo chegou chorando em casa e disse para a mãe que só ele não tinha feito o trabalho porque não tinha um irmão ou irmã. Ela viria alguns anos depois e, quando ele estava na quarta série, fez questão de fazer o trabalho, descrevendo sua irmã, que havia chegado, e levou a redação para aquela professora do primeiro ano.


A vida do garoto e adolescente não foi nada fácil, mas ele mantinha firme o desejo de se tornar padre. Entrou para o seminário ainda bem jovem e foi trabalhar na biblioteca do local. Com isso, podia se manter mais facilmente enquanto frequentava as aulas. Sempre foi muito organizado, um excelente aluno, pois aquele caminho era tudo o que ele mais queria. E, sabemos, quando a gente faz o que gosta, tudo vai dando certo. Em Orlândia, onde residia e estudava, José Geraldo gostava de cantar nas celebrações, sempre com uma voz elogiada por todos, e já apreciava também decorar a igreja.


11/12/2022

Ordenação

E assim, com apenas 23 anos de idade, menos do que a Igreja Católica exigia, ele era ordenado padre em 30 de novembro de 1982, em cerimônia presidida por aquele bispo, por quem ele sempre teve grande admiração e amizade, Dom Diógenes Silva Matthes.

Vale destacar que para que pudesse ser ordenado sacerdote com apenas 23 anos, foi preciso a autorização do bispo Dom Diógenes e a aprovação da Santa Sé, em Roma, que recebeu todas as informações.

Ele, então, veio trabalhar em Franca, na catedral de Nossa Senhora da Conceição, pelas mãos de Dom Diógenes. Algum tempo depois, o bispo, já notando seu tino administrativo, decidiu transferi-lo para a igreja do Menino Jesus de Praga e Santa Efigênia. Lá não tinha praticamente nada, mas o jovem sacerdote foi organizando promoções, conseguindo alguns empréstimos com amigos e terminou toda a reforma, que ficou do agrado de toda a comunidade. Até uma casa para aquela paróquia ele conseguiu ganhar. Feito isso, Dom Diógenes decidiu levá-lo de volta à catedral. E ali ele permaneceu durante 16 anos, revitalizando aquele templo, que ficou maravilhoso.


11/12/2022

Revitalização da paróquia

Depois disso, veio o novo desafio: o bispo atual, Dom Paulo Roberto Beloto, naquelas famosas transferências dos sacerdotes para outras paróquias, decidiu colocar nas mãos do monsenhor José Geraldo uma necessária revitalização da Paróquia de Santo Antônio.

Ele foi além do combinado, aumentando o tamanho do templo, fechando e protegendo toda a área, trocando pisos, decorando e entronizando novas imagens, mudando totalmente o visual da igreja. O trabalho foi completado de maneira abençoada, já que conseguiu transformá-lo no primeiro santuário diocesano, até com o recebimento de uma relíquia de primeiro grau, que foi enviada direto de Pádua, na Itália.


E agora, quando o padre, atualmente monsenhor, José Geraldo chega aos 40 anos de sacerdócio, sua irmã muito querida, Maria Teresa Segantin Ludovice, decidiu organizar toda essa festa, na certeza de que seu saudoso marido, doutor Clóvis Ludovice, está aplaudindo no céu esse desejo, que também seria dele.

Afinal, padre José Geraldo é irmão e cunhado querido e, até por isso, Maria Teresa fez questão de organizar com todo carinho e trazer tudo de melhor para essa homenagem, sem se importar com o custo, também para atender o que sua saudosa mãe havia lhe pedido: cuidar sempre do seu irmão, da mesma forma que pediu a ele que cuidasse da irmã, que ele tanto queria ter. Ao receber essa ordem, ele também falou para a mãe: “que missão difícil que a senhora está me dando”. Mas ele, claro, atendeu.


11/12/2022

Túnica e cruz

E Maria Tesa guardou algo que o monsenhor usava nas “celebrações” que fazia ainda quando criança. Todos saibam que a túnica o padre mantinha guardada, mas a cruz que o acompanhava na infância, sua irmã Maria Teresa levou à festa e entregou como uma grande surpresa ao religioso. Para fechar o relato, todos se emocionaram com a execução da canção Sacerdote para Sempre, anunciada por Valdes Rodrigues:
- Monsenhor José Geraldo Segantin, desde sempre, em sua vida, o senhor foi, é e sempre será sacerdote... Sacerdote para sempre!