POLÍTICA

Federações ainda ‘batem cabeça’

Se PSDB e Cidadania trocam farpas em torno dos rumos do grupo a Bauru, agora é a vez da federação PSOL-Rede Sustentabilidade

Por André Fleury Moraes | 24/04/2024 | Tempo de leitura: 3 min
da Redação

Fotos: Bruno Freitas e Divulgação

Marcos Chagas, coordenador da subsede de Bauru da Apeoesp, foi lançado pré-candidato a prefeito pela federação PSOL-Rede, mas Edilson Marciano contesta versão
Marcos Chagas, coordenador da subsede de Bauru da Apeoesp, foi lançado pré-candidato a prefeito pela federação PSOL-Rede, mas Edilson Marciano contesta versão

"Não tenho dúvida de que a federação vai fortalecer as coligações proporcionais aprovadas por esta Casa. Estamos dando a oportunidade para os partidos se unirem com seu conteúdo programático e com os recursos do Fundo Partidário a fim de fortalecer as instituições partidárias", afirmou o deputado Silvio Costa Filho (Republicanos-PE) quando da aprovação pelo Congresso da regra que criou as federações partidárias em 2021.

Por um lado, a nível federal as federações até podem ter dado certo. Mas nos municípios, que refletem o dia a dia da população, a medida foi um grande tiro no pé. Ao menos é o que se vê em Bauru.

O Brasil tem três federações registradas: PT-PCdoB-PV, PSOL-Rede Sustentabilidade e PSDB-Cidadania. Partidos que decidirem atuar de forma federada devem permanecer no grupo por no mínimo quatro anos e, para que a federação continue em funcionamento, dois ou mais partidos devem integrá-la.

Criadas em 2021, elas ainda estão vigentes, portanto. E se tornaram uma verdadeira dor de cabeça aos dirigentes partidários. Em Bauru não é diferente.

Há pelo menos um ano o presidente do PSDB, Caio Coube, troca farpas com a direção municipal do Cidadania - antes comandado pelo ex-secretário Arnaldo Ribeiro (Desenvolvimento Econômico) e hoje liderado por Elton Gobbi, este também presidente da federação.

Coube afirmou na semana passada em entrevista ao programa Café com Política, uma parceria entre o JC e a 96FM, que o PSDB tem tudo para apoiar a candidatura à prefeitura da vereadora Chiara Ranieri (União Brasil) e fez duras críticas ao governo Suéllen Rosim.

Depois, à coluna Entrelinhas deste JC, Elton Gobbi disse que "a federação aqui em Bauru já está devidamente constituída e que a liderança do Cidadania é fato, pois tivemos mais votos que o PSDB".

Gobbi disse ainda que "com certeza estaremos na coligação da prefeita Suéllen Rosim, e não seguiremos de outra forma". Ele ressaltou que chegou a conversar com o presidente do PSDB Caio Coube pedindo os nomes para compor o diretório da federação e que não houve resposta.

Embora as legendas ainda devam conversar para chegar a um alinhamento, o fato é que a união que se esperava quando da criação da federação não se refletiu nos municípios como pretendeu o Congresso.

Situação semelhante ocorre à esquerda. Federado com a Rede Sustentabilidade, o PSOL (Partido Socialismo e Liberdade) realizou no último sábado (20) o lançamento da pré-candidatura do professor Marcos Chagas (PSOL) à Prefeitura de Bauru. Chagas tem histórico de militância na Apeoesp, o Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo.

Em texto encaminhado à imprensa, a legenda afirmou que o lançamento de Chagas se dá pela federação - o que é contestado pelo advogado Edilson Marciano, coordenador regional da Rede.

"Foi um lançamento do PSOL. A Rede foi convidada como partido e compareceu em cortesia e respeito ao direito democrático de lançar uma pré-candidatura, mas o apoio da legenda a qualquer candidatura se dará com um alinhamento programático, sobre o qual estamos conversando mas ainda não ocorreu", disse ao JC na manhã desta terça-feira (23).

Até o momento, enquanto isso, a única federação que não enfrentou crise interna foi a PT-PCdoB e PV, cujo pré-candidato a prefeito atualmente é o presidente do PT de Bauru, Cláudio Lago.

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