SAÚDE

Tarcísio coloca novo hospital regional na fila de espera

De acordo com o governador, a prioridade é reabrir cerca de 1,2 mil leitos que estão fechados na RMC (Região Metropolitana de Campinas).

Por Higor Goulart | 18/04/2024 | Tempo de leitura: 3 min
Especial para a Sampi Campinas

Portal GCN

O governador Tarcísio de Freiras durante entrevista ao Portal GCN, da Rede Sampi
O governador Tarcísio de Freiras durante entrevista ao Portal GCN, da Rede Sampi

O governador do Estado de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), não descarta a construção do Hospital Metropolitano de Campinas, mas afirma que a unidade não é uma prioridade do governo estadual no momento. Portanto, a discussão que se arrasta há anos deve seguir na fila de espera.

A afirmação aconteceu em entrevista exclusiva à Rede Difusora e ao Portal GCN, da Rede Sampi, na tarde desta quinta-feira, 18.

A discussão em torno do Hospital Metropolitano de Campinas surgiu pela necessidade de desafogar as unidades existentes na Região Metropolitana de Campinas. No entanto, Tarcísio acredita que a prioridade no momento é reabrir leitos que estão fechados.

Segundo o governador, em toda a RMC, mais de 1,2 mil leitos estão fechados e, se reabertos, serviriam para descentralizar os atendimentos. “Antes de dar um passo para abrir o Hospital [Regional], eu tenho que reabrir esses leitos”, afirmou Tarcísio.

“O Estado de São Paulo, quando chegamos, tinha 8 mil leitos fechados. Isso é uma prova de que a situação lá [RMC] é grave. Então, primeiro vou remobilizar os leitos e, a partir daí, se tiver demanda, pensar no Hospital Regional”, completou.

A prioridade do Governo Tarcísio descarta, portanto, um pedido recente da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) para desafogar o Hospital de Clínicas, em Campinas. Durante a semana, representantes da Universidade, além de deputados estaduais, se reuniram e discutiram a necessidade do Hospital Metropolitano Regional.

“Isso permitiria ao HC concentrar-se naquilo que é mais característico em sua função, os procedimentos de alta complexidade, hoje executados em escala menor do que a possível por causa da necessidade de atendimento na urgência”, argumentou Oswaldo Grassiotto, diretor-executivo da área da saúde da universidade.

Enquanto a construção não acontece, então, a sugestão é a instalação de uma infraestrutura mínima de atendimento, por meio de UPAs ou pequenos hospitais regionais com leitos ociosos.

“Isso envolveria melhorar o atendimento primário e secundário, com a implantação de um hospital regional e de UPAs [Unidades de Pronto Atendimento], permitindo a entrada de pacientes no HC apenas via referenciamento”, afirmou o reitor Antonio José de Almeida Meirelles.

SUS Paulista

Outro assunto em pauta na Unicamp foi a mudança na remuneração da tabela SUS (Sistema Único de Saúde) Paulista. Em janeiro, o SUS Paulista deixou de pagar pelo teto e adotou o repasse de recursos com base no número de procedimentos realizados. Antes, por exemplo, o HC recebia 100% do valor, mesmo se fizesse 80%, 90% ou 110% dos procedimentos.

Com isso, de acordo com a Unicamp, o Hospital de Clínicas deve encerrar o ano com um prejuízo de R$ 55 milhões.

Tarcísio, no entanto, afirmou que a mudança deve pagar ainda mais pelos procedimentos realizados. “O SUS Paulista agora remunera a mais os procedimentos que são realizados. Então, ela paga em três, quatro, cinco vezes a mais do que o SUS remunera. Isso vale para todos os procedimentos”, explicou.

“Quando se fala que estamos pagando menos do que o teto, ocorre que se passava dinheiro em uma cota fixa para determinadas instituições. Nós estamos buscando uma recaptação de produção. Onde é que a unidade vai ganhar mais dinheiro? Se ela produzir mais. Qual é o objetivo de pagar mais por procedimento? Forçar a produtividade. Se me entregar mais procedimentos, cirurgias, é óbvio que vai ganhar mais recursos”, completou.

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