REINTEGRAÇÃO

“Não vamos aceitar invasão de terra”, diz Dário sobre ação contra MST em fazenda ocupada

O terreno havia sido invadido por cerca de 200 famílias na manhã desta segunda-feira.

Por Flávio Paradella | 15/04/2024 | Tempo de leitura: 2 min
Especial para a Sampi Campinas

O grupo de contenção foi até o local e deu um prazo para que os ocupantes deixassem a área.
O grupo de contenção foi até o local e deu um prazo para que os ocupantes deixassem a área.

O prefeito de Campinas, Dário Saadi (Republicanos), fez uma postagem nas redes sociais para enaltecer a ação da Guarda Municipal que retirou o grupo do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) da área ocupada na Fazenda Santa Mariana, no Parque Shangrilá. O terreno havia sido invadido por cerca de 200 famílias na manhã desta segunda-feira.

Dário disse que acompanhou o desenrolar da ocupação durante toda a manhã. “Logo de início eu determinei ao Secretário de Segurança e Presidente da Cohab a reintegração de posse dessa área. E a boa notícia é que a área já foi reintegrada. Já foi devolvida aos seus verdadeiros donos”, afirmou o prefeito.

A ação, com apoio da Polícia Militar (PM), foi realizada após, segundo a prefeitura, terem sido esgotadas todas as tentativas de negociação. O grupo de contenção foi até o local e deu um prazo para que os ocupantes deixassem a área. Como não houve acordo, foi feita a intervenção da força policial para desocupação.

“Nós não vamos aceitar invasão de terra. Aqui é uma cidade que respeita a lei. E eu como prefeito não vou admitir invasão”, enfatizou Dário Saadi.

A área de aproximadamente 200 hectares é administrada por uma empresa do setor imobiliário. Segundo o MST, a fazenda é improdutiva, está tomada por pastagem degradada e há anos não cumpre sua função social.

Bancada de esquerda

Os vereadores da bancada de esquerda acompanharam toda a ação na Fazenda Santa Mariana e denunciam truculência da Guarda Municipal, que lançou bombas de efeito moral contra membros dos MST e, inclusive, também contra os parlamentares.

“Um governo municipal que não tem respeito algum com os movimentos sociais, com a reforma agrária e nem com a oposição. Pior, colocou a GM como jagunço de terra improdutiva esperando a especulação imobiliária avançar”, disse a vereador Paolla Miguel (PT).

Gustavo Petta (PcdoB) também estava no local no momento da reintegração. “É um absurdo que, sem mandado judicial, a Guarda Municipal de Campinas partiu para cima dos moradores com bombas e colocando fogo no local. Toda solidariedade ao MST”, afirmou Petta.

A vereadora Mariana Conti (PSOL) criticou a postagem de Dário Saadi e disse que o prefeito não está do lado dos trabalhadores. “Para os movimentos sociais e trabalhadores sem moradia, a prefeitura de Campinas envia as bombas, mas para os amigos do prefeito dos grandes condomínios e empreendimentos, todos os benefícios possíveis são concedidos”, declarou a parlamentar.

Procurada, a Prefeitura enviou o seguinte posicionamento: "a atuação da Administração foi realizada com todos os cuidados para garantir a integridade física das famílias, de forma tranquila, sem nenhum incidente. A contenção foi feita com base no decreto 16.920/2010, que trata de Controle de Novas Ocupações, Parcelamentos Clandestinos e Danos Ambientais no Município. Os ocupantes e seus representantes foram informados de que invasão de propriedade é crime".

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