FINANÇAS

Unicamp fechou 2023 com déficit de R$ 46 milhões

Balanço foi apresentado pela Aeplan (Assessoria de Economia e Planejamento) que prevê receitas baixas também para este ano.

Por Luis Eduardo de Sousa | 02/04/2024 | Tempo de leitura: 3 min
Especial para a Sampi Campinas

Divulgação/Unicamp

Reunião da Aeplan e pró-Reitoria.
Reunião da Aeplan e pró-Reitoria.

A Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) fechou o ano de 2023 com um déficit financeiro de R$ 46 milhões. A instituição teve uma receita de R$ 3,464 bilhões, frente a R$ 3,510 de despesas. De acordo com o diretor da Aeplan (Assessoria de Economia e Planejamento), Thiago Baldini, o resultado negativo se justifica pelo repasse de recursos do estado, que retraiu no ano passado em função da queda de arrecadação com o ICMS (Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços).

O déficit orçamentário, no entanto, ainda não tem potencial para causar um pânico fiscal na universidade, visto que os dois anos anteriores foram de superávit.

Em 2022, por exemplo, o orçamento fechou positivo em R$ 560 milhões, com despesas e receitas da ordem de R$ 3,02 bilhões e R$3,5 bilhões, respectivamente.

Já em 2021, a universidade gastou R$ 2,4 bilhões, e recebeu cerca de R$ 3,1 bilhões.

Segundo Baldini, a expectativa do governo estadual era arrecadar cerca de R$ 150,5 bilhões com o ICMS em 2023, mas a receita ficou em R$ 144 bilhões. “O que se arrecadou em 2021 e 2022 não é mais uma realidade para as universidades”, advertiu ele, em referência a dois anos de bons repasses. No primeiro ano, o estado repassou R$ 2,5 bilhões à Unicamp, e outros R$ 3,2 bilhões em 2022.

De acordo com o balanço, as receitas próprias da Unicamp fecharam o ano de 2023 em R$ 215 milhões, pouco acima da previsão inicial, que era de R$ 204 milhões. Segundo a Aeplan, o aumento se deve, em grande parte, ao rendimento obtido com aplicações financeiras. “Nos últimos meses, no entanto, as aplicações vêm sendo reduzidas por conta da queda nas taxas de juros e pelo pagamento do 13º salário”, explicou Baldini.

O balanço mostra ainda que as despesas de R$ 3,5 bilhões totalizaram um valor 8,5% menor que o estimado na proposta orçamentária inicial. Segundo o órgão, isso se deveu, basicamente, ao fato de alguns concursos não terem ocorrido. O comprometimento do orçamento com a folha de pagamento subiu de 75,23% para 91,22%, resultado, segundo a Aeplan, dos avanços na valorização dos servidores e também do fato de a arrecadação de 2023, em valores nominais, ter sido menor que o arrecadado em 2022.

O pró-reitor de Desenvolvimento Universitário, Fernando Sarti, disse que a Universidade está trabalhando para o ano de 2024 com a expectativa de arrecadação semelhante à de 2023, ou seja, menor que o verificado nos dois anos anteriores. A boa notícia, disse ele, é que nos meses de janeiro e fevereiro deste ano, a receita foi maior que o previsto. “A questão é saber se isso é uma exceção ou se vai se manter nos próximos meses”.

Reservas
A reserva estratégica da Unicamp ficou em R$ 1,6 bilhão, segundo o balanço apresentado pela Aeplan. Isso significa cerca de R$ 100 milhões a menos na comparação com o ano anterior. A Aeplan informa, no entanto, que apenas uma pequena parte desse recurso está livre. O órgão diz que o valor previsto no planejamento estratégico, por exemplo, caiu de R$ 637 milhões para R$ 514 milhões.

O dinheiro da responsabilidade social (recursos destinados a programas de permanência estudantil) subiu de R$ 64,6 milhões para R$ 77,7 milhões, assim como o da reserva de segurança – que garante três folhas de pagamento –, que foi de R$ 713 milhões para R$ 790 milhões.

O programa de continuidade e eficiência administrativa – que completa o total das reservas – caiu de R$ 302 milhões para R$ 276 milhões.

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