As eleições para o Conselho Tutelar, realizadas no último domingo, 1º, levantaram o debate acerca da importância do órgão e de sua atuação nos últimos anos.
Em Campinas, o número de eleitores aumentou em 86,88%, saltando de 13,8 mil votos em 2019, quando houve a útima disputa, para 25,9 mil eleitores no pleito atual.
Desde 2019, no entanto, o Conselho Tutelar de Campinas foi acusado de omissão em diferentes ocorrências contendo algum tipo de violência infantil.
1º
O mais emblemático deles ocorreu em janeiro de 2021, quando um menino de 9 anos foi encontrado por policiais militares preso por arames a um barril de aço, sob a laje de uma casa na região do Jardim São Fernando, na periferia da cidade.
Neste caso, a acusação consta de vizinhos, que relataram aos policiais que o Conselho Tutelar já havia sido notificado sobre a situação da criança. Segundo os relatos, um conselheiro teria visitado a residência duas vezes e mantido a guarda da criança com o pai, que foi condenado a 11 anos de prisão pelo crime.
Além de ser mantido preso dentro do recipiente, o menino era mantido nu e fazia suas necessidades em si mesmo. Ainda era alimentado com restos de vegetais e fezes. O barril usado ficava alojado na laje da casa, dentro de um cubículo, e tinha apenas uma pequena passagem de ar (veja a foto abaixo).
2º
Um segundo caso ocorreu em outubro de 2022, quando uma menina de apenas cinco anos foi deixada pela mãe e permaneceu por 12 horas presa em um apartamento na Vila Padre Anchieta, região norte da cidade.
Na ocasião, policiais relataram à Sampi com exclusividade que acionaram o Conselho Tutelar durante a ocorrência, mas que os conselheiros haviam se negado a ir até o local.
Segundo o soldado Leandro Carvalho Santos, da Polícia Militar, a resposta negativa partiu de ao menos três membros do Conselho Tutelar da Região Norte, responsável pela área onde era atendida a ocorrência.
"Tivemos que explicar a história mais de uma vez, contar que era algo urgente, e mesmo assim a afirmação é que eles não viriam", contou Santos à época.
Meses após o ocorrido, em março último, a criança foi novamente resgatada por policiais enquanto estava no colo da mãe, que estava alcoolizada e com a filha no colo na porta de um bar durante a madrugada.
3º
Já em janeiro deste ano, três crianças de 3, 7 e 11 anos foram encontradas sozinhas em uma casa imunda e sem alimentos na Vila Vitória.
Segundo a GM (Guarda Municipal), que atendeu a ocorrência, elas teriam ficado sozinhas desde a manhã de um sábado até a noite do domingo.
A mãe compareceu ao local durante a presença da equipe da GM, e foi detida por abandono de incapaz. O pai não foi identificado.
Vizinhos relataram à reportagem que o Conselho também havia sido avisado, mas nenhuma providência teria sido tomada.
Ao portal G1 Campinas, a conselheira da região sudoeste, Rosângela Barbosa, relatou que o caso passou despercebido pelo órgão pois os pais teriam deixado de levar as crianças ao Centro de Saúde, onde é feito um acompanhamento pelas equipes da situação das crianças.
Comentários
1 Comentários
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Val 03/10/2023Antes de falar que o Conselho foi Omisso, deverias saber a historia real! Duvido que publiquem o comentário, mas acho que deveriam treinar melhor esses repórteres