HISTÓRIA

249 anos: relembre crimes violentos que marcaram a história de Campinas

Por Thiago Rovêdo | Especial para Sampi Campinas
| Tempo de leitura: 3 min
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Fernando Grandolpho se matou após os crimes na Catedral
Fernando Grandolpho se matou após os crimes na Catedral

Uma metrópole com mais de 1,1 milhão de habitantes como Campinas se destaca por diversos pontos positivos, mas também há crimes de repercussão nacional que aconteceram na cidade. Campinas já foi palco de chacinas dentro de igreja, de famílias inteiras e até mesmo um serial killer já assombrou os moradores do município.

Um dos casos mais famosos da cidade aconteceu no dia 11 de dezembro de 2018. Naquele dia, logo após o almoço, Fernando Grandolpho, de 49 anos, atacou a Catedral de Nossa Senhora da Conceição, conhecida como Catedral Metropolitana, e matou cinco pessoas, deixou outras três feridas e cometeu suicídio em um dos altares da igreja.

O atirador fez tratamento contra depressão e a família temia que ele cometesse suicídio. Ele não tinha antecedentes criminais, estudou publicidade e propaganda e foi assistente de promotoria no Ministério Público de São Paulo.

Enquanto o cântico final da missa era entoado, levantou-se e virou para o fundo da Igreja para atirar contra os presentes. Em seu diário, encontrado pela Polícia Civil dias depois, ele citava a palavra massacre e a vontade de "fazer algo grande.

Chacina em família no Réveillon
Pouco antes da meia noite do dia 31 de janeiro de 2016, o técnico em laboratório Sidnei Ramis de Araújo, pulou o muro da residência onde as pessoas festejavam a virada do ano, no bairro Vila Proost de Souza, e matou nove mulheres e dois homens, incluindo a ex-mulher e o filho deles. Em seguida, Araújo atirou contra a própria cabeça.

A ex-mulher do atirador, Isamara Filier, e filho João Victor foram mortos na chacina

Em cartas e áudios deixados pelo atirador, ele justifica assassinatos ao dizer que buscava vingança por ter perdido a guarda do filho Victor depois de ser denunciado por abuso sexual contra a criança. Ele sustentou um discurso de ódio repleto de misoginia, em que trata a ex-mulher e todas as mulheres da família por vadias.

Serial Killer
Em 1962, um criminoso apelidado pela imprensa de Bandido Mascarado, se tornou um serial killer de Campinas. Ele atacava casais em novos loteamentos da época, onde havia iluminação precária, poucas casas e, consequentemente, poucas testemunhas. Até hoje ninguém foi apontado como autor dos crimes.

O homem usava um capuz preto. Carregava uma lanterna e um revólver. Abordava as vítimas, atirava no rapaz, violentava a moça. A série de crimes teve três vítimas fatais, mas há desconfiança que outras pessoas possam ter morrido da mesma forma e os crimes nunca tenham sido relacionados.

Duas pessoas foram apontadas na época como autores, mas uma foi descartada e outra, que chegou a confessar os crimes, foi absolvida, por se tratar de delírio.

Maitê Proença e a mãe vítima de feminicídio
A atriz global Maitê Proença também viveu um caso de violência em Campinas. No dia 7 de novembro de 1970, a mãe Margot Proença Gallo, morta a facadas pelo próprio marido, Augusto Carlos Eduardo da Rocha Monteiro Gallo. Na época, Maitê tinha 12 anos de idade.

Maitê Proença e a mãe Margot Proença

O crime aconteceu em uma casa então localizada na Rua Jesuíno Marcondes Machado, na Nova Campinas. Ela foi demolida em 2014 para dar espaço a um imóvel comercial. O pai da atriz, então com 46 anos, suspeitava que a esposa era amante do professor de francês da cidade.

Depois de uma discussão, desferiu 11 facadas em Margot, que morreu na hora. Além do casal, estava na casa somente a mãe da vítima. O procurador de Justiça fugiu levando a arma do crime e se apresentou 11 dias depois, mas não foi preso.

Gallo foi julgado duas vezes e absolvido em ambos, sob alegação de que agira por legítima defesa da honra. Maitê Proença foi testemunha de defesa, ouvida em plenário do Júri.

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