Requeijão de inhame

Essa pasta criada por veganos, mas aprovada por todos, é boa para passar no pão ou ser servida com torradinhas. Na geladeira, em frasco bem fechado, dura cinco dias.

Por Sonia Machiavelli | 13/06/2021 | Tempo de leitura: 3 min
especial para o GCN

Reprodução

 Da sua lista de iguarias práticas e acessíveis retirei o requeijão de inhame, que se vê na foto
Da sua lista de iguarias práticas e acessíveis retirei o requeijão de inhame, que se vê na foto

Ingredientes
3 inhames pequenos (cerca de 400g)
1/3 de xícara da água do cozimento do inhame
3 colheres (sopa) de azeite
1 colher (sopa) de suco de limão
1 colher (chá) de sal
Temperos a gosto

Quando criança gostava de comer inhame polvilhado com um pouquinho de açúcar. Achava uma delícia. Os adultos diziam que era bom para a pele. Usavam o adjetivo “depurativo” para destacar sua maior qualidade. Segundo eu entendia, limpava o sangue de impurezas, de forma que os comedores de inhame não teriam espinhas no rosto. Eu nunca tive, nem na adolescência, mas não sei se foi por conta dessa dieta alimentar. De toda forma, a medicina oriental recomenda ingestão de inhame, rico em zinco, para fortalecer os gânglios linfáticos, postos avançados de defesa do sistema imunológico. Curioso é que a forma do inhame é muito parecida com o desenho dos gânglios.

Por décadas o tubérculo sumiu das cozinhas, ninguém o encontrava mais para comprar. Mas há alguns anos reapareceu timidamente nas feiras e, depois, nos varejões. Hoje, em qualquer um desses lugares onde você chegar, vai encontrá-lo ao lado de outro tubérculo que reaprendemos a comer: o cará. Mas cará não é inhame, embora muitos confundam. Ainda bem que sempre há plaquinha indicando a espécie, pois a confusão é grande. O cará, raiz bojuda, marrom, de polpa branca e granulada, é chamado de inhame no Norte e Nordeste do Brasil. Nas outras regiões, como a nossa, inhame é o nome do vegetal conhecido internacionalmente como taro, que é arredondado, pequeno, nativo da Índia e da Malásia, onde é muito consumido. Basta ver nos vídeos de culinária oriental para constatar como ele se faz presente.

Sônia Hirsch, escritora especializada em comida saudável, tem um livro dedicado ao inhame. Com ele, chefs como Neide Rigo preparam delícias nutritivas: bolo, cuscuz doce, aperitivos salgados, bolinho frito, polenta, nhoque, purê e outros itens. Mas a receita que trago hoje, encontrei num vídeo de moradora de comunidade carioca. Ela me impressionou. Veja o leitor que essa mulher, com poucos ingredientes, algumas panelas bem simples, numa cozinha que é precária, tem preparado pratos incríveis para ensinar as donas de casa a usar melhor alimentos baratos e nutritivos. Já fez panquecas de fubá, pão de minuto, omelete de talos, farofa de cenoura, creme de batata-baroa, sopa de aveia, mas também quiche e torta de banana. Tudo fácil, econômico, saudável. Da sua lista de iguarias práticas e acessíveis retirei o requeijão de inhame, que se vê na foto.

Para prepará-lo, é preciso antes de mais nada cozinhar muito bem o inhame, depois de higienizado. Use a panela de pressão, pois em geral ele leva cerca de quarenta minutos para ficar macio. E precisa estar bem cozido, seja qual for a receita em que entre, porque contém substâncias que, cruas, podem causar uma sensação de picância na boca e até alergias. Embora alguns livros de culinária registrem suco de inhame cru, ele não é aconselhável por nutricionistas.

Então, estando cozido o inhame, descasque logo e corte em pedacinhos. Isso é importante porque se ele esfriar vai prejudicar o ponto. Coloque no processador, junte a água fervente, o azeite de oliva, o suco de limão, o sal e triture. Se não tiver o eletrodoméstico, pode usar liquidificador. Nesse caso, se ele não for potente, bata aos poucos, em pequenas porções, e depois tudo junto. O importante é bater por cinco minutos.

Quando tudo estiver homogeneizado, retire para uma tigelinha, prove o sal e junte os temperos de que mais gostar. Podem ser pimenta-do-reino, páprica doce picante ou defumada, pimenta síria, salsinha finamente picada, tomilho e o que mais você gostar. A receita que apresento aqui é a básica. Há quem bata junto com o inhame um dente de alho, mas acho que perde o sabor próximo do requeijão. Mas vira creme de alho, gostoso também.

Essa pasta criada por veganos, mas aprovada por todos, é boa para passar no pão ou ser servida com torradinhas. Na geladeira, em frasco bem fechado, dura cinco dias.

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