TRADIÇÃO

Bolo de fubá cremoso

A receita que ilustra o texto vem de tradição brasileira, desde que o milho passou a ser triturado nos moinhos de água, de forma muito rudimentar, e se transformou em fubá e farinha.

Por Sonia Machiavelli | 16/01/2021 | Tempo de leitura: 2 min
da Redação

Dirceu Garcia/GCN

Ingredientes

  • 4 ovos
  • 4 xícaras (chá) de leite integral
  • 1 ½ xícara (chá) de açúcar
  • 2 colheres (sopa) de farinha de trigo
  • 1 xícara e meia (chá) de fubá tipo mimoso
  • 2 colheres (sopa) de margarina
  • 100 gramas de queijo duro ralado
  • 1 colher (sopa) de fermento em pó

 

A receita que ilustra o texto vem de tradição brasileira, desde que o milho passou a ser triturado nos moinhos de água, de forma muito rudimentar, e se transformou em fubá e farinha. Na senzala o fubá virou angu que por muito tempo alimentou africanos escravizados. Na cozinha da fazenda, que dispunha de ovos, leite e açúcar, virou broa. Na matula dos bandeirantes que desbravaram terras intocadas pelos ditos civilizados virou cuscuz. E virou polenta com os imigrantes italianos chegados no começo do século XX, reencontrando aqui o milho que eles já conheciam, pois foi dos primeiros alimentos da América a chegar à Europa .

Cora Coralina, nossa poeta goiana, inspirou-se no milho para construir longo e expressivo poema onde , com linguagem delicada e reflexiva, teceu em versos a rica tradição dos milharais que pontuaram sua vida em Goiás Velho. O milho tem muita história. No México, na Colômbia, no Peru, em todo lugar da América Latina onde ele brotou primeiro, também encontraremos poetas saudando o grão.

O bolo de fubá cremoso nasceu em Minas, associado ao queijo, abundante no estado. Sem queijo (mineiro, parmesão ou outro de boa qualidade) esse bolo não existe. Pode haver outros parecidos e todos serão bons, com certeza. Mas esse é único. Hoje pertence, pela técnica, ao grupo dos “bolos de liquidificador”,que ganham cada vez mais adeptos na cozinha. Basta juntar tudo, menos o fermento, e bater por dois minutos. Em seguida acrescentar o fermento e apenas mexer com colher. Despeje a massa em tabuleiro untado e polvilhado com farinha de trigo. Espere três minutos antes de levar ao forno já aquecido a 180 graus. Esse tempo é necessário para que os ingredientes mais pesados se concentrem no fundo e os leves subam. Asse por cerca de quarenta minutos. Quando ele ficar corado, estará pronto. Aqui não vale o teste do palito, pois a massa ainda estará um pouco mole ao sair do forno. Mas vai firmar quando esfriar. Então, esse bolo deve ser degustado bem frio. E exige assadeira pequena, retangular. Quanto mais altas as bordas, mais nítidas as camadas.

Tenho ouvido que nunca se fez tanto bolo caseiro como nesse tempo de pandemia. Escuto também as pessoas reclamando ganho de peso. Não tem jeito. Confinados, tendemos a comer mais, e quem tem crianças em casa sabe como elas comem a toda hora... Reza a sabedoria popular que a gente pode comer de tudo e até é bom para o organismo a diversidade de alimentos que ingerimos. A questão é não exagerar.

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