Pudim de chocolate para saborear de sobremesa

Aproveite pedaços de chocolate que sobraram dos ovos de Páscoa, com este pudim e avelã.

21/04/2019 | Tempo de leitura: 4 min

Para aproveitar pedaços de chocolate que sobraram dos ovos de Páscoa, nada melhor que preparar um pudim que leva o acréscimo de pasta de avelãs e pode ser decorado com morangos frescos
Para aproveitar pedaços de chocolate que sobraram dos ovos de Páscoa, nada melhor que preparar um pudim que leva o acréscimo de pasta de avelãs e pode ser decorado com morangos frescos
Gosto de gente, bichos, plantas, lugares, chocolate, vinho, papos amenos, amizade, amor. Acho que a poesia está contida nisso tudo.”
Carlos Drummond de Andrade

 

Ingredientes

 1 xícara (chá)  de chocolate ao leite picado
 1 xícara (chá) de pasta de avelã (Nutella)
 2 xícaras de creme de leite
 1 xícara (chá) de leite
 2 colheres (sopa) de gelatina em pó
 Morangos e calda de sorvete para decorar
 
O chocolate que hoje se tornou alimento onipresente no mundo, e para muita gente chega a ser vício, tem uma história onde religião e trabalho se mesclam. Tudo começou com os povos que habitavam a região onde hoje é o México. Ali crescia em abundância árvore do cacau, fruto cujas sementes torradas eram a base de uma bebida amarga chamada tzolcoatl, origem da palavra em nosso idioma. Os primeiros vestígios da descoberta do chocolate são de 1.500 aC e vêm da civilização Olmeca. Maias, astecas e incas consumiam a bebida em cerimônias religiosas e antes do trabalho e das guerras. Altamente energética, permitia-lhes grandes esforços sem expressivo cansaço. Foi este aspecto, principalmente, que chamou a atenção dos espanhóis. Em cartas enviadas pelo explorador León Cortez ao rei de Espanha, reside a informação factual. Com o domínio espanhol sobre os Maias, o cacau foi introduzido em toda a Europa. Inicialmente somente nobres e sacerdotes podiam consumir a bebida usada em cultos da Igreja Católica. Com a popularização da planta, novas receitas com o ingrediente foram criadas. Mas só os suíços, já no século XIX, com a revolução industrial a todo vapor, tiveram a ideia de misturar pó de cacau ao leite, dando origem ao chocolate em barra e em pó.
 
O produto então conquistou seu espaço e foi ganhando importância econômica com a expansão do consumo. Por conta da demanda crescente, tentativas foram feitas visando à implementação da lavoura cacaueira em regiões com condições de clima e solo semelhantes às de origem. O cacaueiro, planta tropical, nativo nas Américas, encontrado tanto nas terras baixas, dentro dos bosques escuros e úmidos sob a proteção de grandes árvores, como em florestas menos exuberantes e relativamente menos úmidas, pedia altitudes variáveis, até 1.000 metros acima do nível do mar. Chegado ao Brasil, aclimatou-se bem na região do Recôncavo baiano, e seu cultivo, de forma brutal no que se refere a relações de trabalho, serviu de mote para vários romances de Jorge Amado, onde fazendeiros exploravam agricultores que viviam do plantio e da colheita de cacau na região de Ilhéus. Um leque enorme de personagens emergiu desse painel; uma delas, Gabriela.
 
Do fruto do cacaueiro se extraem sementes que, após sofrerem fermentação, transformam-se em amêndoas, das quais são extraídos o cacau em pó e a manteiga de cacau. Em fase posterior de processamento, obtém-se o chocolate, produto de alto valor energético. Hoje, nosso país é 5° maior produtor de cacau do mundo, ao lado das africanas Costa do Marfim, Gana, Nigéria e Camarões. Atualmente, cerca de 90% de todo o cacau brasileiro é exportado, gerando divisas para o país; na última década, foram 10 bilhões de dólares. O fruto segue para a Europa e Estados Unidos, de onde volta, em parte, sob forma de chocolate em barras. Destinados às festividades de Páscoa, milhões de tabletes se transformam em ovos numerados por tamanhos e envoltos em embalagens simples ou sofisticadas, uma tentação para adultos e crianças. Pra finalizar esses comentários, não posso deixar de lembrar que é bem significativo o nome científico que os botânicos deram ao fruto que os nativos chamaram cacau: Theobrama, ou seja, “Bebida dos deuses”. Melhor batizado, impossível.
 
Para fazer o pudim, que não vai ao fogo, comece por derreter o chocolate picado em banho-maria. Se achar mais prático, use o micro-ondas, mas fique atenta ao tempo: 35 segundos serão suficientes. Se exagerar nos minutos, o chocolate queimará e terá de ser jogado fora, pois não servirá para mais nada. Dissolva o pó de gelatina segundo as informações do fabricante. No caso, hidrate com oito colheres de água e leve ao banho-maria, lembrando-se de que não pode ferver, pois se isso acontecer, ela perderá suas características coagulantes. Coloque no liquidificador o leite, o creme de leite, a pasta de avelãs, a gelatina, o chocolate derretido. Bata por um minuto.
 
Desligue e bata por mais um. Coloque numa forma untada com óleo e leve à geladeira por cinco horas no mínimo. Na hora de servir, retire da geladeira cinco minutos antes. Desenforme sobre um prato grande. Faça uns desenhos na superfície com calda para sorvete. Decore ao redor com morangos lavados, enxutos e sem os cabinhos. A combinação da acidez do morango com a doçura do chocolate sempre vai dar certo e agradar ao paladar.

Passo a passo
 
1 - Reúna os ingredientes: chocolate picado, leite, creme de leite, pasta de avelã, pó de gelatina
 
2 - Hidrate a gelatina, derreta o chocolate, junte todos os ingredientes no liquidificador
 
3 - Bata por um minuto, velocidade baixa, desligue e bata de novo mais um minuto.
 
4 - Unte uma forma com óleo de milho, despeje a mistura, leve à geladeira por um mínimo de cinco horas.
 
5 - Desenforme, decore com calda de chocolate e morangos frescos, sem os cabinhos.
  

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