Nossos pais carregavam o peso do mundo nos ombros sem reclamar. Homens de poucas palavras, muitas vezes frios no gesto, mas gigantes na responsabilidade. Eles não aprenderam o valor do abraço, porque não o receberam. Não souberam dar o beijo, porque nunca tiveram. Não se permitiram chorar, porque a vida não lhes deu tempo para isso. E, mesmo assim, foram heróis.
Heróis anônimos, que madrugavam para trabalhar, que deixavam de lado seus próprios sonhos para garantir os nossos. Homens duros na aparência, mas feitos de uma honestidade inquebrável, de uma coragem silenciosa, de um amor que se escondia nos sacrifícios de cada dia. Hoje, como filhos, entendemos que aquele silêncio também era amor. Que aquela distância também era cuidado.
Que aquele jeito fechado escondia uma grandeza que palavras não traduziram. Tentamos ser pais diferentes, mais afetuosos, mais próximos. Mas, no fundo, sabemos: se conseguirmos ser metade do que eles foram — na dignidade, na força e no exemplo — já estaremos honrando a herança de verdadeiros heróis. Por isso, Sr. Oscar, te amo, sempre.