A crise econômica na Bolívia, com forte escassez de dólares, inflação galopante e falhas no modelo centralizador, deve servir como alerta para o Brasil. Assim como a Argentina sob o modelo intervencionista mostrou seu colapso fiscal, a Bolívia lança sobressaque para mudança de rumo.
A Argentina como exemplo: os riscos do intervencionismo, à medida que enfrentou hiperinflação e dívidas crescentes, com a dívida pública ultrapassando 80% do PIB antes da chegada de Javier Milei.
Sob políticas liberais, Milei conseguiu conter a inflação e impulsionar uma retomada econômica expressiva.
Na Bolívia, Rodrigo Paz Pereira (centrista) e Jorge "Tuto" Quiroga (conservador) avançaram para o segundo turno, eliminando o candidato governista, Eduardo del Castillo, do MAS — partido que dominou a política boliviana por duas décadas.
Por lá a crise econômica está agravada, enfrentando escassez cambial extrema, com reservas internacionais de cerca de US$ 2 bilhões, sendo apenas US$ 47 milhões em moedas convertíveis, o restante em ouro.
A inflação anual está em até 25%, enquanto a inflação mensal chegou a 3,65 % — maior em 40 anos.
O descontrole fiscal está insustentável. A dívida pública bruta da Bolívia alcançou cerca de 95% do PIB, com previsão de permanecer elevada nos próximos anos.
O FMI recomenda ajustar urgentemente subsídios, sistema salarial e política cambial, além de melhorar transparência e controle dos gastos públicos.
O desgaste do MAS impulsionou candidatos que defendem privatizações, reformas liberais e aproximação com o FMI, refletindo o descontentamento popular com o modelo intervencionista.
Em resumo, a Bolívia vive sua maior crise econômica em décadas: escassez de dólares, inflação elevada, déficit fiscal e reservas exíguas. A rejeição ao modelo intervencionista e a aceitação crescente de reformas liberais mostram que o país está em momento de transição.
Ao Brasil, cabe atenção: insistir em expansão descontrolada dos gastos públicos pode levar a situação semelhante à vivida por seus vizinhos — um caminho cheio de riscos e consequências duras. Fica o alerta.