
O mais recente Mapa da Inadimplência da Serasa revela que a população de Bauru carrega o peso de um dos indicadores econômicos mais indesejados do País: o valor médio das dívidas dos consumidores inadimplentes do município chega a R$ 7.135,51, o equivalente a quase cinco salários-mínimos.
Bauru possui cerca de 155,3 mil CPFs negativados, o que corresponde a 40% dos moradores da cidade. E o valor devido por estas pessoas é 12% maior do que a média do Estado de São Paulo (R$ 6.382,50) e 27% superior ao endividamento nacional, de R$ 5.617,00. No território paulista, são 17,4 milhões de devedores e, no Brasil, mais de 74 milhões de pessoas.
Segundo o educador financeiro Felipe Gazzeta, integrante da Serasa Influencer Community, comunidade de criadores de conteúdo de finanças, quase 30% dos débitos que levaram estes consumidores a ter o nome inscrito no serviço de proteção ao crédito referem-se a pendências junto a instituições financeiras, como bancos e cooperativas de crédito.
"Isso envolve operações de crédito em geral, como não pagamento da fatura do cartão de crédito e do cheque especial, financiamentos, entre outros", comenta. Ainda de acordo com ele, conhecido nas redes sociais como "O Contador", devido à falta de educação financeira de boa parte dos brasileiros, quase sempre os consumidores negativados possuem mais de uma dívida inscrita na Serasa. "Normalmente, há um descontrole sobre os gastos e um acúmulo de contas que deixam de ser pagas", reforça.
A dificuldade em organizar o orçamento nos primeiros meses do ano e a falta de diálogo sobre finanças dentro de casa são motivos que levam os consumidores a comprometer o orçamento com valores tão altos, segundo Lucas Tosati, especialista da Serasa. "Os meses de janeiro e fevereiro trazem gastos fixos que pesam de forma extra no orçamento, como IPVA, IPTU, matrícula escolar e outras despesas", explica.
Reorganização
Para Gazzeta, a principal dica é aproveitar o momento para organizar as finanças. "Registrar o que são despesas essenciais, necessárias e supérfluas, negociar eventuais dívidas e projetar os próximos meses colabora para um ano mais tranquilo. Metas e limites ajudam demais nesta organização financeira", frisa.
A Serasa lista sete passos aos quais os consumidores devem se atentar para não perder o controle sobre seus gastos. Os primeiros passos são listar todas as dívidas, com detalhamento dos valores e datas de vencimento das parcelas; categorizar as despesas mensais em essenciais, necessárias e supérfluas; e reservar uma quantia para quitar os débitos pendentes.
Depois, é importante negociar o pagamento junto aos credores e, se necessário, fazer um empréstimo bancário com juros menores para honrar dívidas com taxas maiores. Caso receber uma renda extra, antecipe o pagamento de parcelas para livrar-se da pendência mais rapidamente, inclusive com descontos. Por fim, vale a pena avaliar os motivos do endividamento e quais ações precisam ser adotadas para não retornar a esta situação no futuro.