POLÍTICA

Em Bauru, Major Mecca defende GCM e reformas processuais e penais

Por Guilherme Matos | da Redação
| Tempo de leitura: 4 min
Mateus Ferreira/JC
O deputado estadual Major Mecca (PL) em entrevista ao JC
O deputado estadual Major Mecca (PL) em entrevista ao JC

Em visita a Bauru nesta quinta (24), o deputado estadual Major Mecca (PL) defendeu a criação e a eficácia da Guarda Civil Municipal (GCM), proposta defendida mas ainda não implantada pelo governo Suéllen Rosim (PSD). Ao JC, o parlamentar criticou o que classifica como impunidade e defendeu uma reforma processual e penal que inclua o fim da audiência de custódia e da progressão de pena, além de punições mais duras.

Segundo Mecca, o País e o Estado de São Paulo vivem uma sensação de insegurança generalizada que é motivada principalmente por punições brandas ou até inexistentes, sustenta.

"Quem entende de segurança pública sabe que isso é resultado das leis penais e processuais que não inibem a iniciativa criminosa do bandido. Se não fizermos urgentemente uma reforma, a segurança vai piorar. O bandido sabe que ele pratica um crime e em 24h está solto após audiência de custódia", diz Mecca.

"O ladrão sabe que, se for preso roubando, empunhando um fuzil, ele não passa mais de 8 meses dentro da cadeia, porque é beneficiado pela progressão de regime. Isso precisa acabar e os criminosos precisam cumprir pena na totalidade, no regime fechado, sem progressão e sem visita íntima", acrescenta.

Mecca acredita que, dentro da reforma que propõe, a GCM cumpriria um papel importante. "As GCMs contribuem com as polícias estaduais no controle dos indicadores criminais. Da mesma forma que cada estado tem sua característica, os municípios também têm suas particularidades", explica.

Mesmo com a sensação de insegurança, o deputado avalia que o governador Tarcísio Freitas (Republicanos) e seu secretário de segurança Guilherme Derrite (PL) têm exercido uma gestão positiva no setor.

"Nós trabalhamos juntos e eu conheço a dinâmica dele [Guilherme Derrite]. Ele trouxe a coragem que sempre teve para a SSP. O deputado [federal] estruturou e fortaleceu a polícia", afirma. Mecca, aliás, defende que o atual secretário concorra a uma vaga ao Senado nas eleições de 2026.

Os elogios se estendem também ao governador Tarcísio, que, segundo Mecca, teve um papel "crucial" no Estado.

"Primeiro porque teve coragem de colocar um policial militar à frente da SSP. Além disso, logo nos primeiros quatro meses de governo apresentou o plano de reajuste salarial. Conseguimos os aumentos com um trabalho intensivo na Alesp [Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo]", diz.

Major ressalta também a atuação de Tarcísio na aprovação de um projeto de lei de sua autoria que facilita a compra de casa própria pelos PMs de São Paulo. "Esse programa de moradia garante o mínimo de dignidade que o policial precisa entregar para a família", destaca o parlamentar.

Ele cita ainda que antigamente os agentes eram "perseguidos pelo governo". "Íamos para cima do bandido, caçava na rua para botar na cadeia e defender o cidadão. Arriscávamos as nossas vidas trocando tiro nas ruas e, graças a Deus, estamos vivos e o ladrão foi parar no cemitério, por opção dele. Nós eramos perseguidos. Eu, em particular, fui transferido 18 vezes na Polícia Militar ao longo da carreira porque combati o crime", narra Major Mecca, que atuou na corporação por mais de 30 anos.

As câmeras corporais, porém, são o ponto de discordância entre o parlamentar e o governo. Para ele, os equipamentos são inconstitucionais por obrigar os agentes a produzir provas contra si mesmos. Ele também afirma que o investimento nas câmeras seriam melhor aplicados se fossem direcionados para a infraestrutura da corporação.

"Em SP, a qualquer lugar que você for, você é filmado. É totalmente equivocado. A câmera foi uma criação de quem nunca sentou numa viatura para patrulhar, nunca trocou tiro, mas que acha que o policial tem que produzir essas imagens para ser usadas contra ele", diz. Mecca diz que busca convencer o secretário a retirar os equipamentos que, segundo ele, servem para agradar "órgãos de direitos humanos que protegem bandidos".

Emenda

A visita do parlamentar a Bauru ocorre também para acompanhar a aplicação de verbas parlamentares destinadas à força policial. Ele cumpre agenda no Centro Paulista até sábado, com visitas a quartéis e delegacias, inclusive, em Jaú. Para Bauru, Mecca destinou R$ 210 mil para o 13º Batalhão de Ações Especiais da Polícia Militar (Baep), R$ 160 mil para o Corpo de Bombeiros e R$ 100 mil para a Base de Aviação de Bauru "Águia". No total, foram R$ 470 mil investidos na segurança pública bauruense.

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