Parece que agora vai! Mas há muito tempo nossa Bauru Sem Limites carece de um Plano de Arborização ou melhor que isso não só da contratação de um plano, mas de ações efetivas quanto a esta condição básica para que possamos melhorar a nossa qualidade de vida no ambiente urbano da cidade onde vivemos.
Há muito tempo ouvimos discursos sobre a importância da elaboração de um Plano, pelos menos na esfera do Conselho Municipal de Desenvolvimento do Meio Ambiente, a primeira vez que o assunto do plano veio á tona no Conselho foi em meados de 2015 e dez anos já se passaram e ainda nada aconteceu.
O desconhecimento das diretrizes municipais de arborização que são públicas e estão disponíveis no site da Semma e também a desinformação da maioria dos cidadãos quanto as responsabilidades que cada munícipe tem em conservar e dar manutenção adequada as espécies arbóreas existentes na frente de cada residência faz com que tenhamos cada vez mais graves problemas de quedas de arvores em situações frequentes de chuvas e ventos fortes; destruição de calçadas; problemas de entupimento de esgotos e tubulações subterrâneas; quedas de energia elétrica com diversos tipos de prejuízo e o riscos eminentes de até perdas de vidas.
Temos que registrar que as manutenções das muitas arvores plantadas nas praças e espaços públicos são de responsabilidade exclusiva da Prefeitura e da Secretaria Municipal do Meio Ambiente e que a estrutura existente para este trabalho é totalmente desproporcional as necessidades de manutenção existentes.
Não bastassem estas situações ainda temos as consequências da falta de planejamento na escolha de espécies ao longo de anos e ainda os impactos da recente mudança na legislação municipal que transferiu parte da responsabilidade das podas para a iniciativa privada ou melhor para a concessionária que explora os serviços públicos de energia elétrica e que tem como objetivo principal evitar as responsabilidades decorrentes da queda de fornecimento do insumo vital que fornecem.
Outra constatação triste e evidente é que ao longo do trecho urbano onde corre o Rio Bauru e outros de seus afluentes temos a presença de milhares e milhares de árvores leucenas, uma espécie invasora que naturalmente se multiplica rapidamente e acaba criando problemas na qualidade ambiental urbana e paisagística da Sem Limites. Esta situação das leucenas invasoras só tende a se agravar pela própria característica deste tipo de vegetação. É preciso atentar a esta situação cada vez mais caótica.
Por outro lado, vale registrar que merecem aplausos e elogios algumas iniciativas privadas isoladas para a preservação de nossos recursos hídricos com ações efetivas como o plantio de centenas arvores na região da nascente do Rio Batalha por voluntários e abnegados do Fórum Pro Batalha. Quanto as dezenas de arvores tombadas (no bom sentido!) por razões históricas (exceto a maravilhosa e bem exposta espécie de Copaíba da Getúlio Vargas) muito pouco se faz para conservá-las, sinalizá-las e pasmem para apenas conservá-las com podas e tratamento adequado. Em especial na principal praça da cidade, a Praça Rui Barbosa onde há diversas arvores quase centenárias é muito fácil constatar que faltam podas regulares, sinalizações adequadas para identificar e proteger as espécies raras e ações para conservar que as arvores que nossos antepassados plantaram na esperança de deixar para as gerações futuras uma Sem Limites com mais qualidade de vida.
Inúmeros estudos qualificados já apontaram uma correlação estatística muito forte entre a existência de uma arborização adequada e melhores índices de qualidade de vida e uma relação estatística inversa com as questões de violência e criminalidade.
Há inúmeros exemplos no Brasil em cidades como Goiânia, Maringá, Indaiatuba e outras que já se preocuparam há tempos com esta questão e que hoje já se beneficiam de ter um Plano de Arborização adequado e de desfrutar de uma cidade verde com um ar mais puro e agradável.
Os moradores da Sem Limites merecem respeito, melhor qualidade de vida e vamos torcer para que o recente anúncio de contratação do Plano de Arborização saía do papel e transforme a paisagem urbana o mais rápido possível.