OPINIÃO

Dia Mundial de Luta Contra a Poliomielite - 24/10

Por Ariani Sá |
| Tempo de leitura: 2 min
A autora é sobrevivente da Poliomielite

A erradicação da poliomielite é uma das maiores conquistas da saúde pública mundial. Graças às campanhas de vacinação em massa iniciadas na década de 1950, a poliomielite, uma doença viral altamente contagiosa que pode causar paralisia permanente em diversas musculaturas, incluindo órgãos vitais, sendo assim pode levar a morte da criança. O Rotary Internacional desempenhou um papel crucial na erradicação da poliomielite. O envolvimento da organização começou em 1979, quando a entidade lançou um projeto para vacinar crianças nas Filipinas, em 1985 - o Rotary lançou a campanha PolioPlus, a primeira iniciativa para erradicar a poliomielite por meio da imunização em massa. O Rotary tem colaborado com diversas organizações, como a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) e o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos. Em 2007, a Fundação Bill & Melinda Gates também se uniu à causa, contribuindo com financiamentos significativos. Em 1988, a Organização Mundial da Saúde (OMS) lançou a Iniciativa Global de Erradicação da Pólio, com o objetivo de eliminar completamente a doença. Desde então, a maioria dos países foi declarada livre da poliomielite. Em 2021, apenas dois países, Afeganistão e Paquistão, ainda tinham casos endêmicos representando um progresso enorme desde o início da campanha.

Após a eliminação do vírus, algumas pessoas que contraíram a poliomielite podem desenvolver a síndrome pós-pólio (SPP). Essa condição afeta aproximadamente 25% a 40% das pessoas que sobreviveram à pólio, essa síndrome rara geralmente ocorre décadas após a infecção original, trazendo novos sintomas, como fraqueza muscular progressiva, fadiga extrema, dores nas articulações e dificuldades respiratórias. Acredita-se que a SPP ocorra porque, com o tempo, os neurônios que sobreviveram ao ataque inicial do vírus acabam se desgastando devido à sobrecarga, uma vez que eles assumem a função dos neurônios que foram destruídos. As consequências afetam a qualidade de vida dos sobreviventes da pólio, não existe cura, apenas tratamento é focado em gerenciar os sintomas por meio de fisioterapia, exercícios leves, uso de cadeira de rodas, órteses e medicamentos para alívio da dor.

O reconhecimento da síndrome pós-pólio reforça a importância da vacinação, garantindo a erradicação e prevenindo novas infecções e complicações futuras, e ao mesmo tempo, sublinha a necessidade de um suporte contínuo para os sobreviventes da pólio, assegurando-lhes qualidade de vida no enfrentamento aos efeitos devastadores à SPP. Então, por amor ao direito à saúde, vacinem seus filhos, combatendo o vírus e o grande e grave movimento anti vacinas.

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