O brasileiro, de um modo geral, não leva a sério o voto. Não faz pesquisas, se deixa ser manipulado por políticos, se informa através da desinformação emanada pelas fake news, não leva a sério o seu direito sagrado ao voto.
Nas eleições em 2022, o conjunto dos eleitores elegeram o pior Congresso Nacional de toda história da nossa república. Mesmo assim, o país com muito custo cresceu, melhorou a economia e o reinseriu no cenário mundial. Saímos do 13º lugar para ter a 8ª economia do mundo em menos de dois anos.
Se não tivéssemos que conviver com políticos desqualificados, seriamos outra nação. Se os eleitores buscassem, entre os candidatos, pessoas do meio da sociedade, como professores, engenheiros, trabalhadores, a representatividade seria de alcance maior e melhor para os próprios eleitores e o país.
Nas eleições deste ano (2024) corremos o risco de os paulistanos, por exemplo, reelegerem um prefeito que não justificou sua candidatura no tempo em que exerceu o seu mandato. É imperioso que varremos das câmaras municipais os vassalos de extrema direita, caso contrário, o país vai continuar idolatrando a escória da política nacional.
Temos, em todo território, centenas de milhares de políticos despreparados, incompetentes, sem capacidade para redigir um texto ou interpretar um projeto de lei. Não é possível que os eleitores permaneçam elegendo essa gente por pura ignorância e preguiça mental.
Ver e ouvir pessoas acreditando em comunismo ou em teses de fechamento de igrejas, banheiros unissex, é uma vergonha, depõe contra o próprio povo. Acreditar em teorias da conspiração emanadas a partir de aplicativos de mensagens é a senha para que o país permaneça atrasado e sem ter o povo representado com qualidade nas três instâncias de poder.
O desinteresse pela política e pelas eleições vêm numa crescente em nosso país há muitos anos. Um dos fatores alegados é o desprezo pela nossa classe política. Porém, percebemos que essa situação extrapola o ato de votar. Há um afastamento em especial tantos dos mais jovens como dos idosos com relação ao acompanhamento, fiscalização e cobrança daqueles que nos governam e nos representam.
Em 2020, nas eleições municipais em seu primeiro turno na cidade de Bauru tivemos mais uma amostra desse afastamento dos brasileiros em relação à escolha de seus governantes e representantes do legislativo.
Numa eleição com 14 opções para prefeito e 380 para vereadores, impossível argumentar que não votou porque não tinha candidatos. Num eleitorado de 270.749 mil pessoas aptas a votar, tivemos 113.169 eleitores que votaram em branco (8,64%), anularam seus votos (7,66%) e se abstiveram de comparecer ao pleito (30,46%).
A ausência sistemática de um assunto ao longo da juventude, quando estão em formação a personalidade, os hábitos e interesses que moldam cada indivíduo, tende a perpetuar-se ao longo da vida, tornando-se um traço cultural difícil de ser modificado, haja visto que está enraizado profundamente no caráter da pessoa.
A solução desse problema a longo prazo passa por uma mudança de comportamento dos partidos políticos e de seus candidatos. Eles deveriam impelir o eleitorado a discutir seus programas de governo de uma forma transparente e direta. É imperioso que os políticos subtraiam de seus discursos o moralismo hipócrita, o casuísmo, a agressão covarde, a fake news e toda e qualquer forma ardilosa destinada a evitar a discussão das ideias contidas em seus programas de governo.
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