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Turismo: alto luxo, de Cusco a Machu Picchu

Trem vintage conduz roteiro luxuoso com spa nas montanhas, vagões ao estilo dos anos 20 e requinte nos pratos, com peixe amazônico

Por Juliana Coissi | 12/05/2024 | Tempo de leitura: 3 min

O convite à simplicidade, em conexão com a natureza, também abre espaço para o luxo no Peru. A visita a Machu Picchu pode ser acompanhada de spa nas montanhas, viagem de trem com vagões ao estilo dos anos 1920 saindo direto do hotel e requinte nos pratos, com peixe amazônico, quinoa, batata e milho. A jornada começa em Cusco, onde fica o aeroporto mais próximo. Ao pousar lá, o momento é de se ambientar e desacelerar. A hospedagem na região do vale sagrado, a cerca de 2.000 metros de altitude e 60 km da cidade, é um pouco mais amena e ajuda a preparar o corpo e o espírito para encarar as montanhas.

Após um café da manhã com granola cultivada no vale e tuna, a fruta do cacto, é hora de partir. De janeiro a abril, no período chuvoso, o visitante tem uma vantagem extra: o trem Hiram Bingham, composição da rede Belmond, sai da porta do hotel, em vez da estação em Cusco.

Viajar em um trem que remete a cem anos de história é como fazer uma viagem a um universo conhecido apenas em livros e filmes. Impossível não se sentir transportado para o Expresso do Oriente descrito por Agatha Christie (mas sem assassinato); ou esperar que um espião no estilo James Bond esteja à espreita do vilão.

Com um mobiliário tão europeu, o toque andino do trem fica por conta do pisco sour (a caipirinha dos peruanos, preparado no bar), do som latino de banda ao vivo e das montanhas da região cusquenha.

Espiar da janela a paisagem é ter a certeza de que se vive um sonho antes mesmo de se chegar ao ponto final do trajeto. Parece se cumprir, afinal, a máxima de que o melhor da viagem é o caminho.

Mas o destino é Machu Picchu, sítio arqueológico símbolo do império inca, eleito pela Unesco uma das sete maravilhas do mundo moderno. É possível regressar de lá no mesmo dia, em um bate e volta de trem. Para quem preferir se aventurar nas trilhas e fazer uma imersão com mais tempo, o ideal é dormir na noite anterior em Águas Calientes.

"O Brasil tem lindas praias. Mas o Peru oferece uma enorme diversidade de cultura, gastronomia e paisagens", diz Javier Carlavilla, 46 anos, gerente-geral do Rio Sagrado, hotel do grupo Belmond, com diárias a partir de US$ 743 (R$ 3.850). É o próprio cusquenho Javier quem comanda o passeio de bicicleta pelo entorno. Há ainda ioga, hike e observação de pássaros como opção ao ar livre. Ao meio-dia, as alpacas parecem apontar aos visitantes a próxima experiência. Perto delas, no chão, as pedras incandescentes na fogueira anunciam a pachamanca, prato feito com técnica ancestral de preparo dos alimentos embaixo da terra.

DICAS

Independentemente da temperatura, não esqueça do protetor solar.

Muita água e chá de muña, que é mais agradável do que o chá de folhas de coca, ajudam a atenuar os efeitos da altitude.

Em junho tem Inti Raymi, festa do Sol.

Nos arredores de Cusco, é imperdível a visita à Montanha Colorida.

Vale a pena fazer uma parada de um ou dois dias em Lima, para conhecer a rica gastronomia da cidade.

Entre as frutas, o morango é docinho e muito barato (13 soles o quilo, ou cerca de R$ 18). Vale também experimentar o aguaymanto e a tuna, fruta do cacto.

Para seguir desbravando o Peru sobre trilhos, há o Andean Explorer, que parte de Cusco e passa por Arequipa e Puno, no lago Titicaca, na fronteira com Bolívia. O roteiro dura 3 dias (com 2 pernoites no trem) por US$ 5.688 (R$ 29,4 mil).

HIRAM

O trem Parte de Cusco para Águas Calientes todos os dias, e inclui almoço e jantar, drinques, ingresso e transfer para Machu Picchu, coquetel de recepção no hotel Sanctuary Lodge, ao lado do parque, e guia em espanhol ou inglês. Passagens de ida e volta a partir de US$ 1.140 dólares (cerca de R$ 5.900) em belmond.com/trains

A repórter Juliana Coissi viajou a convite da rede Belmond.

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