JUSTIÇA

Polícia conclui inquérito e pede prisão de motorista de Porsche pela 3ª vez

Em nota, a Secretaria de Segurança Publica informa que o inquérito foi concluído pelo 30° DP (Tatuapé) e encaminhado para a Justiça, que deve acatar ou não o pedido de prisão

Por Isabella Menon | 25/04/2024 | Tempo de leitura: 3 min
da Folhapress

Reprodução

 Fernando Sastre de Andrade Filho  foi indiciado por suspeita de homicídio doloso, lesão corporal e fuga de local de acidente
Fernando Sastre de Andrade Filho foi indiciado por suspeita de homicídio doloso, lesão corporal e fuga de local de acidente

A Polícia Civil concluiu o inquérito que investiga o acidente envolvendo o Porsche dirigido pelo empresário Fernando Sastre de Andrade Filho, 24, e pediu, pela terceira vez, a prisão preventiva dele. O jovem foi indiciado pela colisão que causou a morte do motorista de aplicativo Ornaldo Viana, 52.

Em nota, a Secretaria de Segurança Publica informa que o inquérito foi concluído pelo 30° DP (Tatuapé) e encaminhado para a Justiça, que deve acatar ou não o pedido de prisão. A polícia já havia solicitado a prisão do empresário outras duas vezes, mas os pedidos foram negados. Procurada na manhã desta quinta (25), a defesa de Fernando Sastre Filho não havia se posicionado até a publicação deste texto.

A prisão foi solicitada após a Polícia Militar ter entregue as imagens das câmeras corporais do policiais militares que atenderam a ocorrência para a investigação.

Nesta terça-feira (23), foi divulgado o laudo da perícia que demonstra que o motorista do Porsche estava a 156 km/h momentos antes da colisão. De acordo com a SSP (Secretaria de Segurança Pública), também afirmou que, após sindicância, concluiu que houve falha de procedimento dos policiais que atenderam a ocorrência pelo fato do motorista não ter sido submetido ao bafômetro.

Nesta quinta, a polícia realiza a perícia do acidente na Salim Sarah Maluf, no Tatuapé. No local, polícia utiliza drone e scanner 3D para reproduzir a batida de carro.

Relembre
A batida aconteceu na madrugada do último dia 31 em uma via da zona leste de São Paulo. O Porsche de Fernando Sastre de Andrade Filho bateu no carro do motorista de aplicativo Ornaldo da Silva Viana, 52.

Sastre perdeu o controle do Porsche e colidiu na traseira de um Renault Sandero, de acordo com policiais militares que atenderam a ocorrência. Atingido, Viana foi socorrido e encaminhado ao Hospital Municipal do Tatuapé, onde morreu. O empresário foi indiciado por suspeita de homicídio doloso, lesão corporal e fuga de local de acidente. O dono do Porsche se apresentou na delegacia na tarde de segunda, mais de 30 horas após a colisão.

O Ministério Público afirma que Daniela Cristina de Medeiros Andrade, mãe do empresário que causou o acidente, tentou atrapalhar as investigações. De acordo com a Polícia Civil, o condutor do Porsche foi levado do local do acidente no carro da mãe sob a alegação de que seria atendido no hospital São Luiz. Com isso, os policiais militares que atenderam a ocorrência não aplicaram o teste do bafômetro.

A conduta da mãe do dono do Porsche também foi levada em consideração para o pedido de prisão, segundo o delegado que cuida do caso.

O secretário da Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, afirmou a PM que está apurando se houve erro por parte dos policiais militares ao permitir que ele fosse socorrido pela mãe. A Polícia Civil entrou na Justiça para que os agentes entregassem as imagens das câmeras corporais que usavam no momento da ocorrência.

Testemunhas do caso foram ouvidas, como a namorada de Sastre e o amigo que estava com ele no carro e a namorada do amigo que estava com ele na noite que antecedeu o acidente. Enquanto a namorada do empresário nega que ele tenha bebido, os amigos afirmam que todos beberam horas antes do acidente.

A Folha de S.Paulo teve acesso ao inquérito com informações sobre onde o grupo do empresário estive antes do acidente - eles foram jantar e depois seguiram para uma casa de pôquer. Em um dos estabelecimentos, eles consumiram oito drinques chamado Jack Pork - feito com uísque, licor, angostura e xarope de limão siciliano -, além de uma capirinha de vodca.

Também foram consumidos água, um torresmo, um bolinho de costela, um hambúrguer e outros dois salgados. O total gasto foi de R$ 620. No inquérito é dito que ainda não é possível confirmar se há imagens de Sastre ingerindo bebida alcoólica, mas que existe essa possibilidade.

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