Às vezes não apenas eu, mas muitos de nós temos a impressão que as coisas passaram dos limites, e que já não teriam mais recuperação.

Então me lembrei da metafórica estória dos dois cães que habitam dentro de nós. Onde um é ruim e o outro bom, e que sobressair-se-ia aquele que alimentarmos mais.

Com o "esvaziamento" daquele que estiver mais mal nutrido. Ou seja, entendo eu que temos dentro de nós as duas versões, a boa e a má, igualmente de "cães".

E a escolha a qual delas fortaleceremos, teoricamente ao menos, seria nossa.

Senão, vejamos, o que os nossos lados bons e os ruins estão fazendo por aí. Pois animalescos somos quando "criamos" em nossos quintais animais "dóceis" que são capazes de comer gente vivas.

Casos que afloram dia a dia, como o da escritora que teve ferimentos mortais, incluindo a perda de um dos braços trucidado, pelas mandíbulas dos bichos (neste caso eram dois).

Comumente esses pets atacam também os próprios donos ou/e suas crianças.

Abram seus jornais, senhores, e vejam as respostas dos criadores desses bichos pós tragédias.

"Ele sempre foi muito dócil, não entendemos o que houve com ele". Quanta imbecilidade de uma história que se repete com uma frequência assustadora.

Muito dóceis, sim, até matar ou arrancar pedaço das pessoas que, às vezes ou muitas vezes, não tiveram nada a ver com essas feras.

E vai por aí a inversão dos valares e dos pets, com até justa razão em muitos casos. Em substituições dos humanos nas relações de amor e fidelidade.

Mas com tudo ou em tudo o melhor seria mesmo, seria procurarmos alimentar o ser humano que existe em cada um de nós. E o nome dele já nos diria tudo, está faltando humanidade nas pessoas.

Se repararmos nisso, já estaremos reparados, e o mundo com certeza ficará muito melhor de se viver.

Viver como humanos, e de bem com os animais.

"Pelo nosso amor,

pelo amor de Deus

Eu não sou cachorro, não

Eu não sou cachorro...

não para viver tão

desprezado..."

(Waldick Soriano)