OPINIÃO

Devemos desconstruir 'expressões preconceituosas' no Brasil

Por Gregório José | 18/04/2024 | Tempo de leitura: 2 min

Jornalista/Radialista/Filósofo

Temos um longo caminho a percorrer quando se trata de reconhecer e desafiar os conceitos e frases capacitistas, machistas e racistas que permeiam a cultura brasileira.

Muitas vezes, essas expressões são proferidas sem uma segunda reflexão, mas sua presença é profundamente prejudicial, pois perpetuam estereótipos e reforçam hierarquias opressivas.

Começando pelo capacitismo, é comum encontrar na linguagem cotidiana expressões que denotam preconceito contra pessoas com deficiência. Frases como "isso é coisa de louco" ou "não seja aleijado" são exemplos claros de como o capacitismo está arraigado em nossa cultura.

Essas palavras desumanizam e diminuem a dignidade das pessoas com deficiência, reforçando a ideia de que elas são menos capazes ou merecedoras de respeito.

No âmbito do machismo, a cultura brasileira frequentemente reproduz padrões de comportamento que subjugam as mulheres. Expressões como "mulher no volante, perigo constante" ou "isso é coisa de mulherzinha" perpetuam a ideia de que as mulheres são inferiores aos homens em habilidades e competências.

Além disso, piadas e comentários de cunho sexual também contribuem para a objetificação e o assédio das mulheres, criando um ambiente hostil e desigual.

Quanto ao racismo, o Brasil carrega consigo uma herança colonial que se reflete em expressões e conceitos discriminatórios. Termos como "cabelo ruim" ou "cor de pele exótica" denotam um padrão de beleza eurocêntrico que marginaliza e inferioriza pessoas negras.

Além disso, piadas e estereótipos baseados em raça perpetuam a ideia de superioridade branca e contribuem para a marginalização e violência contra comunidades negras.

É crucial reconhecer que essas expressões e conceitos têm impactos reais sobre as pessoas que são alvo delas. Elas não apenas magoam e ferem, mas também reforçam estruturas de poder injustas e contribuem para a manutenção da opressão.

Portanto, é responsabilidade de cada um de nós desafiar ativamente essas narrativas prejudiciais, educando-nos e promovendo uma cultura de respeito e igualdade. Somente assim poderemos construir uma sociedade mais justa e inclusiva para todos.

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