OPINIÃO

Irineu Azevedo Bastos

Por Olynda A. B. Franco - pres. | 13/04/2024 | Tempo de leitura: 2 min

Nesse inesquecível amor, há religião que ora a vida de quem fez a passagem, durante 49 dias, recitando sutras para desejar uma boa jornada. Outra, reverencia entoando 5 orações por dia, na solenidade dos mortos. Na igreja católica há a tradição de se rezar a missa de sétimo dia, dos trinta dias e de um ano reverenciando a vida de quem partiu, em nós. Há um mês (12/3) encerrava seu ciclo na existência deste mundo físico, o escritor, o historiador, pesquisador e acadêmico Sr. Irineu Azevedo Bastos. Um dia não se basta para homenageá-lo. Ouvimos o eco da grandeza de quem foi, nas vozes de seus amigos.

Nesta data dos 30 dias, de exéquias que seria a missa da saudade, a Academia Bauruense de Letras (ABL) reverencia nosso querido Acadêmico Irineu Azevedo Bastos. Presta sua homenagem nas lembranças acadêmicas. Reviver o legado que deixou em nós e na Academia é muito mais significativo, do que falar do seu legado para nós. Alguém disse que a morte é como caminharmos juntos pela estrada e ao contornamos uma curva, um desaparece do campo da visão, tomando um atalho em outra dimensão. Partiu. Experimentamos a saudade do que existe, naquilo que deixou de existir. Seu nome existe e existirá na história da ABLetras, como colaborador, tendo prestado seus préstimos de historiador: organizando, arquivando, compondo a história no respeito pela tradição. Viveu o período acadêmico intensamente. Gostava de estar lá, com sua gentil presença, sendo um gentleman na forma de se relacionar. Se pôs a serviço - seus talentos na construção de uma Academia expressiva. Mostrou-nos que a vida nos proporciona possibilidades de crescimento intelectual, espiritual e solidário. Permita-me um testemunho pessoal - Fica em mim, o seu legado. Estava como primeira Secretária e em um certo momento necessitava de alguns documentos das gestões anteriores. Passávamos por um momento de organização e pesquisa da Memória da ABLetras. Por meio de um telefonema à sua filha Janaina, muito prestativa, os documentos estavam em minhas mãos. Neste ato tomei conhecimento do zelo como conduzira a sua função de Secretário. Todos os registros e generosas orientações, quanto ao andamento do processo de encerramento e início de uma nova gestão, estavam em seus arquivos de exímia organização.

Eu, como acadêmica e estando como presidente da ABL, sinto saudade do que não vivi, na história da Academia. Há nomes e fatos grandiosos nesta trajetória de 31 anos de existência. Entre as saudades Sr. Ireneu; sinto saudade de não ter convivido com pessoa tão densa, conceituada e respeitada. Amigo de todas as horas. Teria aprendido muito. Cheguei à Academia recentemente. Em nome do colegiado da Academia Bauruense de Letras, reverenciamos a memória do acadêmico Irineu Azevedo Bastos e abraçamos a família nesta hora de ternura pela vida construída e de saudade, na partida além do contorno da estrada.

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