AMADOR

Estrutura precária dos distritais gera impasse entre times, governo e PM

Liga ameaça cancelar a Primeira Divisão

Por Guilherme Matos e Douglas Willian | 03/02/2024 | Tempo de leitura: 3 min
da Redação

Douglas Willian

O estádio José Spect Filho, na Vila Dutra, não possui laudo AVCB, assim como todos os outros estádios de Bauru, com exceção do Alfredão
O estádio José Spect Filho, na Vila Dutra, não possui laudo AVCB, assim como todos os outros estádios de Bauru, com exceção do Alfredão

Ausência de Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros (AVCB), falta de segurança e equipe médica e outros vários problemas causaram um impasse que envolve os clubes de futebol amador, a Polícia Militar (PM), o Ministério Público (MP) e a Prefeitura de Bauru. Benedito Ramos, o presidente da Liga Bauruense de Futebol Amador, ameaçou cancelar a primeira divisão do campeonato, caso a prefeitura não concorde com as datas propostas.

Segundo apurou o JC, a Semel queria adiantar o inicío da Liga para março. No entanto, Benedito afirma que é mais difícil conseguir os patrocínios em janeiro devido às contas costumeiras do período e, por isso, os clubes não conseguiriam se preparar para os jogos.

Nesta sexta-feira (2), a Liga comunicou o início da Primeira Divisão do campeonato para o dia 21 de abril, ignorando os pedidos da prefeitura e da PM que queria adiantar o começo da competição. O presidente afirmou ao JC que cancelaria o campeonato caso a data escolhida não fosse respeitada. A Segunda Divisão, por outro lado, inciará no dia 2 de março.

IRREGULARIDADES

De acordo com o major Gustavo Cardoso Xavier, coordenador operacional do 4.º BC, as irregularidades nos estádios foram detectadas a partir de vistorias realizadas nesses locais.

A PM encaminhou os laudos ao Ministério Público e recomendou que os campeonatos não ocorressem simultaneamente. O motivo, além da falta de estrutura, seria a falta de efetivo para atuar em ambos os campeonatos e realizar também o policiamento preventivo.

"A gente não pode atuar com segurança em 2 ou 3 jogos que ocorram na mesma data e no mesmo horário. Isso dificulta o policiamento preventivo, considerando que os policiais precisam deixar alguma região para atuar nos jogos ", explica.

O major conta que a PM realizou vistoria nos estádios ainda no primeiro semestre de 2023, recomendando a correção de irregularidades. No segundo semestre, identificou melhorias, como pinturas e reformas em banheiros. Os problemas, no entanto, são mais profundos.

Segundo a corporação, há irregularidades nas saídas de emergência, nos banheiros, e nas entradas das torcidas e no local onde ficarão os torcedores - eles deveriam entrar e ficar separados, mas isso não é possível nas atuais condições das estruturas.

Outro problema é a equipe médica. "Uma equipe deve ficar necessariamente de prontidão no local do evento para caso aconteça alguma coisa. No ano passado, um jogador passou mal e não tinha ninguém para atendê-lo. Ele precisou ser socorrido por populares", afirma o agente.

A PM sugeriu também que fossem contratados seguranças privados. A corporação conta que há um histórico de briga entre torcidas, jogadores e tentativas de agressão aos árbitros. Os seguranças poderiam conter e evitar novos casos de violência.

Ainda segundo a Polícia, nenhum dos estádios de Bauru, com exceção do Alfredão (Noroeste), está regular. Os jogos ocorreriam nos estádios da Vila Dutra, do Redentor, o Edmundo Coube, o de Tibiriçá e o Campo do Triagem, que é particular.

Na última terça-feira (30), o major Gustavo e o tenente-coronel Nilson Cesar Pereira se reuniram com o promotor Henrique Ribeiro Varonez para expor a situação. Varonez informou aos policiais que vai analisar o caso e, em breve, entrará em contato para informar quais serão as providências adotadas.

PREFEITURA

Ao JC, Alexandre Zwicker, titular da Secretaria de Esporte e Lazer (Semel), explicou a necessidade da adequação dos clubes para que os campeonatos possam ocorrer e contou ainda que os dirigentes não registraram reclamações formais. Ele pediu a compreensão dos clubes. "A prefeitura paga a arbitragem, arca com as manutenções do gramado e a limpeza após os jogos, além do reparo quando o estádio é vandalizado. Isso sem nenhum custo para os times", afirma.

O secretário diz que a Polícia sugeriu paralisar os campeonatos ainda em 2023. No entanto, o Executivo interveio e fez um acordo - que permitiu o término da competição desde que os estádios fossem regularizados em 2024. Caso contrário, não haveria competição.

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