ELEIÇÃO

Hoje eu me sinto preparado, afirma Coronel Meira sobre candidatura a prefeito

Em entrevista, ex-comandante geral da Polícia Militar diz que experiência como vereador o cacifa a disputar chapa majoritária

Por André Fleury Moraes | 05/01/2024 | Tempo de leitura: 5 min
da Redação

Guilherme Matos

O vereador Coronel Meira (União Brasil) durante entrevista ao JC
O vereador Coronel Meira (União Brasil) durante entrevista ao JC

Vereador em seu segundo mandato, o ex-comandante geral da Polícia Militar de São Paulo (PM-SP) Coronel Meira (União Brasil) admite ao JC que as negociações em torno de seu nome para a disputa à Prefeitura de Bauru estão avançadas e ele não esconde o entusiasmo. "Hoje eu me sinto preparado para o cargo", afirma.

Para Meira, a possibilidade de fazer mudanças numa cadeira do Executivo é maior do que no Legislativo e essa diferença que o inspirou a buscar uma candidatura. "Na Câmara nosso limite são projetos, requerimentos, indicações ou ofícios", explicou o parlamentar durante entrevista ao JC nesta quinta-feira (4). "Creio que posso fazer mais".

Ele não nega, no entanto, que a experiência enquanto vereador foi crucial para sua potencial candidatura. "Quando assumi pela primeira vez, em 2017, busquei me aprofundar em cada assunto da máquina pública. Procurei me informar sobre como funciona o Fundeb, a Funprev e outras coisas", exemplifica.

Resta decidir, porém, o partido pelo qual ele deverá disputar. Meira conversou na manhã desta quinta-feira (4) com o deputado federal Capitão Augusto, vice-presidente nacional do PL, legenda que não esconde o desejo de abrigar o vereador numa chapa majoritária à prefeitura. Mas Meira ainda não bateu o martelo: ele aguarda um retorno também do Republicanos, que sonda seu nome há tempos e discute a medida internamente.

A seguir, os principais trechos da entrevista.

JC - Hoje o sr. se reuniu com o deputado Capitão Augusto para discutir sua candidatura a prefeito e tudo indica que houve um alinhamento entre vocês. O que ficou acordado?

Meira - O PL tem hoje o maior tempo de televisão, recursos significativos dos fundos públicos e condições de subsidiar uma candidatura ao Executivo. Participar das eleições majoritárias nos municípios é uma meta do partido em todo o Brasil.

Aqui em Bauru não é diferente. Existe também um acordo de composição nas cidades entre o PL e o Republicanos. Então as siglas sondam alguns nomes, entre os quais o meu. Tenho intenção de me candidatar, essa pretensão existe e é verdadeira.

Vejo que entrar na disputa é algo viável. Claro que não é simples, principalmente quando se trata de uma adversária como a prefeita Suéllen [Rosim], que tem a máquina [pública] na mão. Mas muita coisa pode acontecer. Há investigações em curso, como esse caso do hacker e da Saúde.

JC - O sr. está em seu segundo mandato como vereador. De onde surgiu a ideia de se candidatar a prefeito?

Meira - Eu gosto muito de Bauru. Vim para cá como segundo tenente, tinha 23 anos. Desde então estou aqui. Fiz carreira na Polícia Militar, me tornei comandante-geral - e não posso negar aqui que o [ex-deputado] Pedro Tobias desempenhou um papel importante nessa trajetória - e só depois, quando aposentei, me engajei na política.

A primeira pessoa com quem tive contato foi o doutor Paulo Eduardo [ex-vereador], que me chamou para conversar. Na época eu entendia pouco de sigla partidária, quem era quem, e me filiei ao PSB pela amizade e respeito que tenho com ele. Foi quando me elegi vereador. Nos primeiros quatro anos busquei me dedicar a cada área da administração. Se o assunto era educação, procurava quem sabia do assunto e estudava. E assim fiz com todas as pastas.

Logo nos primeiros dias de mandato eu recebi um calhamaço de documentos com relatórios sobre a situação da Cohab. E comecei a investigar esse caso. Percebi que havia resistência na Câmara para abrir uma CEI. Então aproveitei as reuniões da comissão interpartidária para apurar as inconsistências na companhia. Até que surgiu o problema do acordo [da Jakef], que levei ao Ministério Público. Foi o pontapé. Deu no que deu.

E então eu fui percebendo as possibilidades que têm o chefe do Executivo. Dá para fazer muito mais do que enquanto vereador. Mas essa experiência foi crucial, creio que todos precisem passar por isso. Hoje eu me sinto preparado para assumir o cargo máximo do Executivo.

JC - O sr., todos sabem, é uma das vozes mais destacadas da oposição à administração. No começo do ano o sr. chegou a se aproximar da prefeita por um momento, mas depois descolou. A que se deve isso?

Meira - Isso aconteceu por dois motivos e não vejo problemas em dizer isso. O primeiro é uma área pertencente ao governo estadual perto do instituto penal agrícola que, para mim, seria ideal para construir uma escola de soldados. Eu não conseguiria conversar com o vice-governador ou com o secretário de Segurança Pública sobre a destinação dessa área somente como vereador. Tinha de passar pela prefeita para agendar uma reunião.

O segundo foi o hospital municipal, projeto no qual acredito. Tinha a questão da contrapartida da Uninove, que só a prefeitura consegue resolver. Daí a aproximação.

JC - Essa questão do hospital reflete bastante as demandas da Saúde, um 'gargalo' de Bauru. O sr. vê algum avanço nesse setor?

Meira - Não. Acho que o caminho a ser trilhado é outro. Primeiro temos de ampliar as equipes de saúde da família, isso é fundamental. Não precisamos a princípio construir novas UBSs, mas reestruturar as existentes. Essas falhas que temos hoje, de falta de medicamentos e de ar-condicionado, podem ser resolvidas de outra forma: capacitando servidores a gerir orçamento. Não precisa entender tudo, mas o básico.

JC - Outro impasse atual está no Plano Diretor, que está vencido desde a gestão Gazzetta. Nem o ex-prefeito nem o atual governo avançaram nisso. Não parece ser um problema da administração?

Meira - Entendo que 2024 é o prazo máximo para esse projeto chegar na Câmara. E não precisa ser necessariamente aprovado neste ano. Prevejo um período de no mínimo seis meses de discussão desse projeto. O Gazzetta teve o problema da pandemia, o MP avaliou na época as audiências virtuais sobre o plano não eram válidas. Mas passamos dessa fase, estamos no pós-pandemia e parece que a responsável pela modelagem será a Fipe. Creio que ela tem competência para finalizar isso.

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6 COMENTÁRIOS

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  • ACIR TERCIOTI
    11/01/2024
    parabéns CORONEL MEIRA.., estamos juntos.....
  • Jorge Hamilton Quatrina
    06/01/2024
    ...o município de Bauru tem vários \"empresários \" que \"também\" administram suas empresas , E ESTÃO CAPACITADOS PARA \"ADMINISTRAR\" A PREFEITURA DE BAURU, que não é só com políticos públicos com experiências \"duvidosas\" ( não é o caso do entrevistado , com a Graça de Deus!), que podem dar sua colaboração certa e honrada !
  • Hudson Covolan
    05/01/2024
    O Coronel Meira reúne duas qualidades importantes para o política: é competente e honesto. Bauru só tem a ganhar, quando for eleito. Dinâmico, criativo e inteligente, a cidade irá progredir muito sob seu comando. Deus o abençoe para que seja eleito.
  • Mauro Ricciarelli
    05/01/2024
    Grande Comandante Meira! Nem dê bola para pessoas despreparadas que não o conhecem. Tenho certeza que o Sr fará uma excelente gestão como Prefeito de Bauru. Não foi à toa que comandou a maior e melhor Polícia Militar do país. Minha família bauruense está com o Sr. Boa sorte e conte comigo para o que precisar! Polícia Militar: a Força Pública de São Paulo!!!
  • Clayton. Dias
    05/01/2024
    Meira está super preparado para governar Bauru. Tem meu total apoio
  • Antonio
    05/01/2024
    Ele se sente preparado para vender a emdurb, Dae e terceirizar grande parte da prefeitura. Bauru tá feio de candidatos hein.