Nacional | Araçatuba | Bauru | Campinas | Franca | Jundiaí | Piracicaba | Rio Preto | São José dos Campos
DECISÃO UNÂNIME
TJ se diz incompetente para julgar Operação Raio-X e caso hacker pode ir à Federal
Hacker que teria monitorado desafetos do governo Suéllen é investigado por auxiliar ilegalmente policiais de Araçatuba; acórdão saiu dia 21
Por André Fleury Moraes | 25/11/2023 | Tempo de leitura: 2 min
da Redação
MPSP / Divulgação
O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) se declarou incompetente para julgar a principal ação penal da Operação Raio-X, que investigou um esquema criminoso de desvio de recursos na saúde, e mandou o caso para a Justiça Federal. Cabe recurso.
A acusação é de que os desvios ocorriam a partir de contratos superfaturados com organizações sociais (OSs) que gerenciam órgãos como hospitais públicos e unidades de saúde, a exemplo de UPAs e UBSs.
A decisão que declarou a Justiça Estadual incompetente para analisar o caso saiu no último dia 21 e é da 16.ª Vara Criminal do TJ-SP.
A votação foi unânime e veio no âmbito de uma apelação de envolvidos na operação contra uma sentença de primeiro grau segundo a qual os réus cometeram os crimes de organização criminosa, lavagem de dinheiro e peculato (desvio de dinheiro público).
Relator do recurso, o desembargador Leme Garcia afirmou que a origem dos recursos supostamente desviados é o Governo Federal.
"Como bem salientado, os valores em tese desviados pelos recorrentes eram provenientes do Fundo Estadual de Saúde, e é certo que há valores repassados pela União para a composição do referido fundo", diz trecho do acórdão.
Ainda na decisão, o desembargador pede à Justiça Federal que analise se deve ou não ratificar os atos processuais produzidos até o momento - isto é, se valida ou não as provas obtidas no decorrer das investigações.
Na prática, a determinação do Tribunal de Justiça pode federalizar também a investigação sobre o depoimento no qual o hacker Patrick César da Silva Brito, de Araçatuba e atualmente preso na Sérvia, confessa ter sido contratado pelo cunhado da prefeita Suéllen Rosim (PSD), Walmir Henrique Vitorelli, para monitorar desafetos do governo.
Patrick teria ligações diretas com a Operação Raio-X, que começou na região de Araçatuba e investigou contratos fraudulentos justamente naquele município e nas cidades circunvizinhas.
O hacker teria sido aliciado pela Polícia Civil para auxiliar policiais civis a invadir celulares de autoridades envolvidas na Operação Raio-X.
Segundo as investigações, ele teria sido cooptado por um delegado de Araçatuba depois de invadir o celular do prefeito daquele município. O delegado teria oferecido a soltura de Patrick com a condição de que o hacker trabalhasse informalmente para a polícia. E assim foi feito, disse Brito.
No depoimento, o hacker afirma ter encontrado Walmir por acaso. Um dos policiais envolvidos no suposto esquema de invasões ilegais a dispositivos eletrônicos, Felipe Garcia Pimenta, seria filho do padrasto de Vitorelli.
"No segundo semestre do ano passado, pelo WhatsApp, o senhor Pimenta pediu a minha autorização para fornecer o meu número de telefone celular para um contato dele, que mais tarde eu descobriria se tratar do enteado do pai dele. Eu obviamente autorizei", afirma o relato de Patrick nas mãos da Polícia Civil.
Receba as notícias mais relevantes de Bauru e região direto no seu WhatsApp
1 COMENTÁRIOS
A responsabilidade pelos comentários é exclusiva dos respectivos autores. Por isso, os leitores e usuários desse canal encontram-se sujeitos às condições de uso do portal de internet do Portal SAMPI e se comprometem a respeitar o código de Conduta On-line do SAMPI.
Fialho
26/11/2023