OPINIÃO

Partos e guerras

Por J.F. da Silva Lopes | 20/10/2023 | Tempo de leitura: 2 min

O autor é advogado

Os partos derivados de momentos de amor ou, até mesmo, de extremas brutalidades constituem afirmações de vida que garantem a sobrevivência da espécie humana e que consagram pessoas com cargas variadas de significação diante do desempenho positivo ou negativo de cada vida. Existem pessoas, a grande maioria, que nascem para o bem e, infelizmente, outras, em minoria que, voluntária ou involuntariamente, se direcionam para o mal. Tanto umas como outras podem participar de guerras ou sofrer as brutais consequências delas porque o futuro comum a todas elas a Deus pertence.

Guerras são momentos do mal. Episódios de guerras ocorridos em todos os tempos e em diversos pontos do planeta por causas variáveis constituem movimentos de negação da vida que representam prevalência do mal por todas as formas possíveis e conhecidas quase sempre carregadas de falsas justificativas para transformar em heróis os vencedores e em vilões da humanidade os perdedores, desprezadas ou minimizadas as ações violentas garantidoras das vitórias. Os vencedores escrevem histórias que valorizam vitórias e escamoteiam os meios e modos utilizados para obtê-las. Aos perdedores resta humilhante silêncio.

As histórias de guerras são narrativas parciais somente desmoralizadas e corrigidas depois de passado muito tempo e quando nada mais significam as brutalidades praticadas. E enquanto os momentos de isentas reflexões críticas não chegam as vitórias conquistadas fomentam outras guerras em buscas de novas vitórias, num movimento constante e ininterrupto que, infelizmente, não engrandece e nem valoriza a espécie humana. Hiroshima e Nagasaki, com as pioneiras bombas nucleares (1945), ainda hoje não permitem justa e necessária abordagem de justificações e consequências, permanecendo à margem de boa crítica histórica. E as bombas atuais, mais aperfeiçoadas e perigosas, mantidas em estrito controle, significam poderosas ameaças de seus poderosos controladores diante do risco permanente de utilização.

Nos tempos presentes e em inúmeros pontos do planeta ocorrem momentos de guerra e de negação de vida, com mortes, carnificinas, brutalidades, desassossegos, fomes e fugas para o nada ou para algum lugar que possa ser seguro. A Ucrânia e o Oriente Médio, hoje, são dois pontos mais salientes dentre muitos outros com iguais causas e consequências que não despertam a necessária atenção.

Em todos atuam agentes direcionados para o mal que podem se transformar em heróis ou vilões, nenhum deles isentos de boa e justa avaliação histórica que, um dia, mais cedo ou mais tarde, acontecerá em favor da humanidade.

Enquanto isso, se aguarda os partos continuam a acontecer, vidas se afirmam, guerras, brutalidades, carnificinas, desassossegos, fomes e mortes ocorrem e a humanidade sobrevive com seu terrível destino. O livre arbítrio humano continua a não nos fazer bem e o silêncio enigmático dos Deuses amplia nossa fragilidade, desconforto e angústia.

Por que e até quando?

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