BAURU

Senhores Bacanas: o casal com mais de um milhão de “netinhos”

Ele com 89 anos e ela com 87, ambos viralizaram com vídeos do dia a dia; os dois ainda se tornaram referência na venda de caldo de cana

Por Guilherme Matos | 04/06/2023 | Tempo de leitura: 4 min
Da Redação

Reprodução

Waldemar de Almeida estava na casa dos 40 anos quando deixou a gerência de uma cooperativa, que fechou as portas. Pai de seis filhos, precisou se reinventar para garantir a renda da família. Passou a vender caldo de cana. Anos mais tarde, ele e sua esposa Joanna Quinhoneiro de Almeida se tornariam uma das maiores referências no ramo. À beira dos 90 anos, quem diria, reviravolta na trajetória do casal, que se tornou influencer. Conhecidos nas redes como os Senhores Bacanas, ele com 89 anos e ela com 87, acumulam 1,4 milhão de seguidores no TikTok e 818 mil no Instagram.

Apelidada carinhosamente por ambos como “netinhos”, a legião de fãs acompanha a rotina dos vovôs não só na venda da garapa, como também em casa, onde contam histórias, passam dicas e receitas, assim como mostram o cuidado com o jardim, por exemplo. Nos últimos meses, os Senhores Bacanas estiveram no Caldeirão do Huck, na Globo, e ganharam o prêmio “Famosos da Internet”, da Eliana, no SBT. O sucesso, conquistado com rotina de trabalho e o carisma indiscutível do casal, contou com a ajuda de dois netinhos especiais: Kelvin Almeida e Karoline Almeida.

Durante a pandemia, Kelvin reformou a Kombi utilizada pelo avô durante as vendas e criou a marca Senhor Bacana, a primeira a oferecer o serviço de delivery de caldo de cana. Consequência: números recordes. Já Karoline é a netinha responsável pela produção dos vídeos. Ela conta que o primeiro a viralizar foi gravado despretensiosamente. “Coloquei na Internet uma reação da minha avó, depois de eu ficar quatro dias sem vir aqui. Postei no TikTok e explodiu”.

Bacanas, os senhores destacam o papel da equipe que dá retaguarda a todo o sucesso. “Tudo isso que está acontecendo com a gente é graças a eles. Fazem a gente crescer e são nossos anjos da guarda. Tudo partiu deles, eles promoveram a gente”. A seguir, leia os principais trechos da entrevista, realizada na mesa da cozinha, enquanto o repórter degustava bolo e café.

JC - Como é ter milhões de netinhos?

Waldemar - É um orgulho.

Joanna - Eu não esperava ter tantos netinhos, mas agora que tenho, abraço todos.

JC - Como vocês lidam com a fama nas redes sociais?

Waldemar - O pessoal aborda a gente. Eu vou ao médico, e ele me aborda… No mercado também.

Joanna - Eu fico envergonhada. Não ligo para fama não, mas gostaram da gente e não dão sossego. Mandam presentes… Esse vestido aqui, eu ganhei.  Sempre fui muito simples, sempre cuidando de tudo e do meu velho. Minha neta adotou a gente e cuida de nós. Vêm muitas mensagens, falando de mim, querendo me conhecer.

JC - Como começou a trabalhar com cana?

Waldemar - Eu comecei a trabalhar na cooperativa Noroeste em 1950, mas em 1976 fechou. Eu tinha seis crianças pequenas e o único jeito era o caldo de cana. Comecei a trabalhar e tive a sorte de me manter até hoje. São mais de 30 anos trabalhando com isso.

JC - E esse sucesso nas redes sociais?

Karoline - No começo, durante a pandemia, o que dis- parou foi a venda do caldo de cana e meu vô e o Kelvin transformaram o negócio em delivery. Agora, com essa segunda onda de viralização, o que estourou foi o livrinho de receitas da vó.

JC - De onde veio a relação com a cozinha e o que dá para encontrar no livrinho?

Joanna - Desde menina, com 13 anos, eu trabalhava com cozinha. Eu trabalhei com um casal de idosos portugueses e eles só comiam a comida de lá. Eles me ensinaram a fazer a comida do jeito deles. Fui crescendo cozinhando.

Karoline - No livro, têm receitas que a vó normalmente faz. Tem bolo de milho, pão caseiro, pudim, o famoso café… A gente transformou as melhores receitinhas da vó em um livro e as disponibilizamos para as pessoas. A avó é uma empreendedora digital.

Joanna - Quando que a gente iria imaginar que teríamos um título desses? (risos)

JC - Consideram cansativa a rotina de gravação?

Waldemar - É bom. É igual trabalhar com caldo de cana. Essa é minha vida. Eu gosto dela com rotina: acordar cedo, ir para o meu ponto…

Joana - Tem dia que gravamos o dia inteiro, mas em outros dá para descansar. É direto fazendo vídeo.

JC - Qual relação vocês criaram com os seguidores?

Karoline - Sempre mostro o feedback do pessoal. Eles estão sempre acompanhando o que a galera fala. Sempre tem uma interação entre os netinhos e os avós.

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1 COMENTÁRIOS

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  • José Roberto
    04/06/2023
    Parabéns a todos os envolvidos nessa linda história!