ECONOMIA

Por dentro do PIB

Por Reinaldo Cafeo | 03/06/2023 | Tempo de leitura: 4 min

Agência Brasil

PIB apresentou crescimento de 1,9%, já descontada a inflação, portanto, crescimento real
PIB apresentou crescimento de 1,9%, já descontada a inflação, portanto, crescimento real

O IBGE divulgou dados do PIB – Produto Interno Bruto brasileiro do primeiro trimestre deste ano. Na comparação com o trimestre anterior (outubro, novembro e dezembro/2022) o PIB apresentou crescimento de 1,9%, já descontada a inflação, portanto, crescimento real. Lembrando que o PIB mede a geração de riqueza do país no período. O valor nominal gerado nos 3 primeiros meses desse ano foi de R$ 2,6 trilhões. No acumulado em 12 meses o crescimento foi de 3,3% e se comparado ao primeiro trimestre de 2022 o crescimento foi de 4,0%.

PIB pelo lado da oferta

O PIB analisado pelo lado da oferta considera os valores apurados pelos setores da economia. O setor primário, ou seja, a agropecuária teve crescimento expressivo: 21,6%, mas como o setor pesa em torno de 5% do PIB, o impacto foi menor em termos gerais, mas não deixa de ser um crescimento robusto. Este patamar de crescimento não ocorre desde 1996. O outro setor analisado é o secundário, isso é, a indústria. Novamente decepção: queda de 0,1% no período. E o setor terciário, que abriga o comércio e serviços, que tem peso na casa de 70% do PIB cresceu 0,6%. Na ponderação com o peso de cada setor, o crescimento da economia foi de 1,9%.

PIB pelo lado da demanda

O PIB também pode ser analisado pelo lado da demanda que chegará no mesmo resultado, ou seja, 1,9%. Neste caso são somados o Consumo das Famílias (C), a Formação Bruta de Capital (Investimento – I), o Consumo do Governo (G), e o resultado líquido das Exportações (X) menos Importações (M). Nessa matriz o Consumo das Famílias é que tem maior peso: em torno de 70%. Os resultados foram os seguintes: Consumo das Famílias + 0,2%; Investimentos -3,4%; Consumo do Governo: +0,3%; Exportações: -0,4%; Importações: -7,1%.

Visão crítica

O resultado do PIB do primeiro trimestre ainda reflete em parte o modelo econômico do governo anterior. Os agentes econômicos aguardam avanços no novo Arcabouço Fiscal para analisar o nível de risco que o país assumirá no tocante ao controle fiscal nos anos em que o atual governo comandará o país. A percepção é que o nível de atividade econômica está mais lento atualmente, e a economia, caso o mercado avalie que há pouco compromisso com o controle fiscal por parte do governo Federal, tende a crescer menos do que o projetado pelo governo é que na casa dos 1,9% no ano fechado. Ficaria entre 1,0% e 1,5%. Vale destacar alguns aspectos do PIB do primeiro trimestre: o crescimento elevado do setor primário, o que não se repetirá daqui para frente, e o crescimento negativo dos Investimentos, o que demonstra que os agentes econômicos estão mais cautelosos em relação a economia.

Vendas de carros novos caem 5,3% em maio

O mercado de carros novos registrou queda de 5,3% em maio na comparação com igual mês do ano passado, com 166,5 mil licenciamentos no período. Na comparação com abril, entretanto, houve alta de 9,8%. Esse resultado positivo na passagem de um mês para o outro se deve ao desempenho do mercado na primeira quinzena, que vinha em ritmo crescente. As notícias de que o governo anunciaria medidas para reduzir os preços dos automóveis, em especial os classificados como populares, desaceleraram as vendas a partir daí.

Dívida Bruta x PIB

A dívida pública brasileira teve leve oscilação para cima em abril. Dados do Banco Central mostram que a Dívida Bruta do Governo Geral alcançou R$ 7,456 trilhões no mês de abril, o que representa 73,2% do Produto Interno Bruto. Vale lembrar que essa dívida abrange os governos federal, estaduais e municipais, excluindo o Banco Central e as empresas estatais e é uma das referências das agências globais de classificação de risco, da capacidade de solvência do país. Em uma visão prática, quanto maior a dívida, maior o risco de calote por parte do Brasil.

Crédito cai 0,1% e juros sobem em abril

Dados do Banco Central (BC) apontam que o saldo de crédito do sistema financeiro brasileiro caiu 0,1% em abril ante março. Somou R$ 5,36 trilhões em comparação com R$ 5,368 trilhões no mês anterior. As informações da autoridade monetária demonstram uma desaceleração do mercado de empréstimos neste ano. A perda de força se dá depois de a taxa básica, a Selic, se manter em 13,75% ao ano desde setembro de 2022 e acima de 2 dígitos desde fevereiro do ano passado. Já a taxa média de juros do país foi de 32,2% ao ano. Subiu 0,4 ponto percentual em abril ante março. No ano, a alta registrada foi de 2 pontos percentuais. Em 12 meses, avançou 4,4 pontos percentuais. Os juros cobrados às pessoas físicas foram de 59,7% ao ano. Já no cartão de crédito as taxas atingiram 447,7% ao ano.

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** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do SAMPI

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