Contexto Paulista

Coronavírus: ciência paulista se engaja no esforço pela vacina

Esta coluna, publicada pela associação Paulista de Jornais pode ser lida e atualizada em www.apj.inf.br - Publicação simultânea nos jornais da Rede Paulista de Jornais, formada por este jornal e outros 13 líderes de circulação no Estado de São Paulo

18/03/2020 | Tempo de leitura: 3 min

No momento em que todos os setores da sociedade são convocados a dar a sua contribuição ao enfrentamento da pandemia, surge uma luz no fim do túnel por meio da ciência: a esperança de desenvolver uma vacina contra o novo coronavírus. A Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) confirmou que pesquisadores do Laboratório de Imunologia do Instituto do Coração (Incor) da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FM-USP) estão desenvolvendo uma vacina contra o coronavírus da síndrome respiratória aguda grave, o Sars-CoV-2. De acordo com a Agência Fapesp, em matéria assinada por Elton Alisson, os cientistas brasileiros esperam acelerar o desenvolvimento e conseguir chegar, nos próximos meses, a uma candidata a vacina contra o novo coronavírus que possa ser testada em animais por meio de uma estratégia diferente das adotadas por indústrias farmacêuticas e grupos de pesquisa em diversos países.

Moléculas sintéticas

Utilizada no desenvolvimento da primeira vacina experimental contra o Sars-CoV-2, anunciada no fim de fevereiro nos Estados Unidos, a plataforma tecnológica de mRNA se baseia na inserção na vacina de moléculas sintéticas de RNA mensageiro (mRNA) - que contêm as instruções para produção de alguma proteína reconhecível pelo sistema imunológico. A ideia é que o sistema imunológico reconheça essas proteínas artificiais para posteriormente identificar e combater o coronavírus real. Já a plataforma que será utilizada pelos pesquisadores do Incor é fundamentada no uso de partículas semelhantes a vírus (VLPs, na sigla em inglês de virus).

Segurança

Estruturas multiproteicas, as VLPs possuem características semelhantes às de um vírus e, por isso, são facilmente reconhecidas pelas células do sistema imune. Porém, não têm material genético do vírus, o que impossibilita a replicação. Por isso, são seguras para o desenvolvimento de vacinas. "Em geral, as vacinas tradicionais, baseadas em vírus atenuados ou inativados, como a do influenza [causador da gripe], têm demonstrado excelente imunogenicidade, e o conhecimento das características delas serve de parâmetro para o desenvolvimento bem-sucedido de novas plataformas vacinais", afirmou Gustavo Cabral, pesquisador responsável pelo projeto.

Frase

"Acreditamos que a estratégia que estamos empregando para participar desse esforço mundial para desenvolver uma candidata a vacina contra a Covid-19 é muito promissora e poderá induzir uma resposta imunológica melhor do que a de outras propostas que têm surgido, baseadas fundamentalmente em vacinas de mRNA" - Jorge Kalil, diretor do Laboratório de Imunologia do Incor e coordenador do projeto, apoiado pela Fapesp.

Desafio nas estradas

A exemplo do problema enfrentado pelas companhias aéreas no mundo todo, a demanda por viagens de ônibus rodoviários caiu no País nos últimos dias e o setor avalia que o serviço poderá entrar em colapso se os governos federal e estaduais não adotarem medidas de apoio, afirmou a associação que representa as empresas do setor, Anatrip, em comunicado nesta terça-feira, segundo a agência Reuters. A queda teria sido da ordem de 60% no movimento.

Setor reivindica

Para a preservação das empresas e garantia da continuidade dos serviços, a Anatrip propõe a suspensão por seis meses da cobrança do PIS, Cofins e da Cide incidente no óleo diesel, no âmbito federal e do ICMS, tanto o que incide sobre o óleo diesel como o que é cobrado dos passageiros, no âmbito estadual, segundo a entidade. O setor também pede desoneração da folha de pagamento, "a fim de preservar empregos.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do SAMPI

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