Geral

Antigo prédio da padaria Torre de Belém é demolido

Tisa Moraes
| Tempo de leitura: 3 min

Ponto comercial que marcou uma geração nas décadas de 1980 e 1990, o antigo prédio da padaria Torre de Belém, localizado na esquina entre a avenida Duque de Caxias e rua Rio Branco, foi demolido.

De acordo com o proprietário Evaristo Gonzalez, o imóvel e outros dois edifícios vizinhos foram adquiridos por uma empresa no início deste ano. Já a demolição teve início na semana retrasada. Não há confirmação sobre o tipo de estabelecimento que será construído no local.

A padaria Torre de Belém foi pioneira, sendo a primeira a funcionar 24 horas por dia, o que fez com que atraísse públicos bastante distintos. Durante a madrugada, era destino certo de jovens que saíam da balada e queriam comer um lanche ou salgado antes de retornarem para casa. "Também atendíamos estudantes que saíam da faculdade à noite e passavam lá para comprar algo para comer", relembra Gonzalez.

Inaugurada em 1976, a padaria da Duque com a Rio Branco foi a terceira unidade da Torre de Belém em Bauru. A primeira foi aberta por Gonzalez e dois sócios na Praça Machado de Mello, em 1969, e a segunda em 1973, na rua Primeiro de Agosto.

"Na época, a praça era onde funcionava a rodoviária de Bauru. Os trens também chegavam de São Paulo na Estação Ferroviária. Então, o movimento era intenso", conta. Ainda de acordo com ele, o nome Torre de Belém foi criado por uma exigência do então dono do prédio em frente à Machado de Mello, o imigrante português José da Silva Martha (o comendador).

"Eu sou espanhol, mas ele alugou o imóvel com a condição de que a padaria tivesse um nome que fizesse referência a Portugal. Foi assim que nasceu o nome e, a partir de uma fotografia da torre, criamos a logomarca", detalha Gonzalez.

EM TEMPO INTEGRAL

Outras duas unidades, na rua Ezequiel Ramos e na rua Gérson França, chegaram a ser abertas, mas, em 1978, a sociedade dos três empresários foi dissolvida. A padaria da Duque ficou com um dos sócios até 1982, quando Gonzalez voltou a assumir o negócio.

Ele decidiu demolir o prédio antigo e construir outro, de dois andares, com a proposta de trazer um novo conceito de padaria para Bauru. Já em sua reinauguração, em 1983, o estabelecimento passou a funcionar 24 horas.

"Naquela época, as pessoas falavam que a Duque era a avenida Paulista de Bauru. A padaria da Machado de Mello já tinha funcionado, por um período, 24 horas por dia. Era algo que não existia no Brasil. Então, resolvi implantar a mesma ideia na Duque", detalha.

Em uma área no andar de cima, ainda chegou a funcionar um restaurante, que tinha nome próprio: Terraço da Torre.

ENCERRAMENTO

A padaria funcionou até 2003, sendo que, dez anos antes, tinha sido arrendada por Gonzalez para uma família vinda de São Paulo. No decorrer do tempo, as demais quatro unidades da Torre de Belém também encerraram suas atividades. Depois que a padaria da Duque foi fechada, o prédio abrigou diversos estabelecimentos - como lojas de confecção infantil, de produtos de limpeza e de impressoras - até ser demolido na última semana.

Comentários

Comentários