Contexto Paulista

Cenário pós-pandemia favorece o ‘turismo de proximidade’

14/09/2020 | Tempo de leitura: 4 min

De acordo com o Centro de Inteligência e Economia do Turismo (CIET), do governo estadual, o chamado “turismo de proximidade” — viagens rodoviárias, por períodos curtos e destinos de até três horas de deslocamento — marca o primeiro grande movimento de retorno da atividade turística no Estado de São Paulo, com destaque para a Baixada Santista e regiões de Campinas/Circuito das Águas e do Vale do Paraíba/Mantiqueira/Litoral Norte. O êxodo no feriadão de 7 de setembro foi um exemplo dessa tendência, que veio para ficar. As demais regiões também serão beneficiadas pela retomada, na proporção de seus investimentos de divulgação dos atrativos e disponibilidade de infra-estrutura hoteleira e gastronomia, entre outros serviços. A capital paulista segue como o principal destino turístico nacional. 

Números

Dos 46,3 milhões de turistas previstos para 2020 no Estado de São Paulo antes da pandemia, a expectativa do setor é contar com 29,5 milhões no cenário mais provável. Em movimentação financeira, o previsto antes da pandemia chegava a R$ 43 bilhões; agora, R$ 26,1 bilhões. Dos quase 30 milhões de turistas previstos para este ano, 20,6 milhões são paulistas viajando para cidades dentro do próprio Estado; pouco mais de 8 milhões virão de outros Estados, além de 817 mil estrangeiros. 

Recursos injetam ânimo

O segmento de turismo vai receber R$ 5 bilhões em financiamentos para amenizar os impactos econômicos provocados pela pandemia de covid-19, segundo medida que consta na Lei 14.051/2020, publicada em edição extra do Diário Oficial da União na terça-feira (8). Como efeito imediato da medida, na quinta-feira (10) o Ministério do Turismo e a agência Desenvolve SP fecharam acordo para destinar R$ 400 milhões a empresas do setor de turismo pelas linhas de crédito do Fundo Geral do Turismo (Fungetur). 

Turismo regional

O Estado de São Paulo tem interesse especial na retomada da atividade, especialmente nos deslocamentos regionais, considerados a opção número 1 para os turistas, devido à segurança dos deslocamentos terrestres face à pandemia da covid-19, curtas permanências fora de casa e disponibilidade de áreas com baixa aglomeração de pessoas.

Setor se rearticula

O texto, editado em maio e aprovado sem alterações pelo Congresso Nacional, destina o valor para o Fundo Geral do Turismo, o Fungetur. Por meio dele, empresas como agências de viagens, locadoras de veículos, hotéis e pousadas terão acesso a recursos, que poderão ser aplicados no financiamento de capital de giro emergencial; no financiamento para investimentos em capital fixo, como bens e equipamentos; em obras civis para implantação, ampliação, modernização e reforma de empreendimentos turísticos; e para adaptação às novas exigências do mercado. 

Repercussão

A liberação de R$ 5 bilhões para financiar o turismo nacional também foi elogiada pela Confederação Nacional de Municípios (CNM), segundo a qual o setor é responsável por empregar 6,7 milhões de pessoas e representa 8% do Produto Interno Bruto (PIB), tendo sido um dos primeiros a serem atingidos pela pandemia, e um dos últimos a retomar as atividades. A área técnica de Turismo da entidade declarou que o recurso deve proporcionar mais estabilidade durante a retomada das atividades. Informações sobre o Fundo Geral de Turismo (Fungetur) podem ser consultadas no portal do Ministério do Turismo. 

Repercussão (2)

A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) também entusiasmou-se com a notícia, e por meio de seu Conselho de Turismo opinou que considera este “o caminho inicial para dar mais liquidez às empresas e evitar uma desestruturação do setor, pois o crédito será essencial para que as empresas afetadas, principalmente as pequenas e as médias, consigam um fôlego financeiro para se recuperarem”. 

Crescimento do setor

Os serviços de turismo cresceram 4,8% em julho, na comparação mensal, terceira taxa positiva seguida, acumulando alta de 36,1%. A expansão ocorreu em nove das 12 unidades da federação que entram na análise do turismo feita pelo IBGE. São Paulo cresceu 5,4%. 

Concurso nas cidades

Guias de turismo de todo o Estado de São Paulo têm até 26 de outubro para se inscrever no concurso de Roteiros Turísticos Virtuais. A iniciativa foi anunciada pela Secretaria de Turismo estadual e selecionará trabalhos de 369 municípios pré-determinados, que se enquadrem nas seguintes categorias: estância, interesse turístico (MIT) ou que pertençam a uma das 49 regiões turísticas paulistas. Os roteiros, em formato de vídeo, devem ter entre 20 e 40 minutos de duração. A lista completa de cidades e o edital do concurso estão no site www.turismo.sp.gov.br. 

Startups mobilizadas

Outra iniciativa da Secretaria de Turismo é o Desafio SP, competição de startups que busca soluções para a retomada do turismo por meio de projetos inovadores que respondam às necessidades do setor no contexto pós-pandemia. O desafio é realizado pela parceria do Wakalua Innovation Hub, primeiro polo global de inovação em turismo, e a Fundação Instituto de Administração (FIA) e faz parte do Desafio Brasileiro de Inovação em Turismo em âmbito nacional. 

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do SAMPI

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