CRIME ORGANIZADO

'Cidade Proibida' do PCC reúne 'generais' da facção criminosa

Por Guilhermo Codazzi | São José dos Campos
| Tempo de leitura: 2 min
Editor-chefe de OVALE
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Facção foi criada em Taubaté, em agosto de 1993
Facção foi criada em Taubaté, em agosto de 1993

É a 'Cidade Proibida' do crime.
Lá, abrigam-se os ‘generais’ da mais temida organização criminosa do Brasil.
Porém, a ‘Cidade Proibida’ não se trata de um lugar, refere-se sim a mais alta patente nas fileiras do PCC (Primeiro Comando da Capital), facção criminosa criada no Vale do Paraíba, em 1993, e que hoje atua em 23 estados brasileiros e no exterior, movimentando cifras bilionárias com um império de violência, sangue e drogas.

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Conhecida também entre os 'irmãos' como ‘Chefia-geral’, a ‘Cidade Proibida’ reúne os líderes históricos da organização, criada em 31 de agosto de 1993 no ‘Piranhão’, o pavilhão anexo à Casa de Custódia e Tratamento de Taubaté, chamado de ‘fábrica de monstros’ e ‘campo de concentração’ no estatuto de criação do PCC.

"Graduação mais alta de hierarquia conhecida na organização criminosa. Atualmente, é composta por alguns dos fundadores 'clássicos' ou 'tradicionais' da organização criminosa, na sua maioria recolhidos em unidades prisionais do estado de São Paulo e/ou em penitenciárias federais", explica o 'Glossário do PCC', documento confidencial produzido pelo setor de inteligência do sistema prisional de um dos estados da federação, obtido por OVALE.

O documento obtido pela reportagem tem um dicionário a respeito de termos usados pelos 'irmãos' e informações sobre a facção, que possui uma estrutura organizacional como uma empresa voltada para lucros bilionários com tráfico de drogas, assaltos e outros crimes.

A asfixia financeira do PCC é apontada por fontes ligadas às forças de segurança como um braço importante do combate à facção. O PCC é alvo de investigações do Ministério Público e forças de segurança pública nacionais e estaduais.

Em sua estrutura, o PCC é dividido por 'sintonias' -- como são conhecidos os departamentos da facção.  A 'Sintonia Final' é a principal e concentra a alta patente do PCC -- tem membros de diferentes estados, com o objetivo de analisar 'tratativas da organização em âmbito nacional'. 

"Setor correspondente à cúpula da organização criminosa, composta reconhecidamente por sentenciados considerados como os líderes clássicos da organização criminosa, tendo como o mais tradicional, pública e notoriamente, o sentenciado Marcos Willian Herbas Camacho, vulgo Marcola", diz o 'Glossário do PCC'.
Cada estado tem também sua sintonia. O organograma mostra ainda setores responsáveis por drogas, armas, assistência a familiares, 'RH', financeiro, jurídico e outros. A Sintonia 012, por exemplo, é responsável pela RMVale.

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