A Vigilância em Saúde Ambiental (Visam) de Jundiaí identificou, na região do Caxambu, um morcego positivo para a raiva, a partir de demanda recebida da população pelo 156. É o décimo caso do ano. O animal foi localizado vivo e pendurado na parte interna de um imóvel residencial em área urbana. Não houve contactantes humanos ou animais. A espécie é Myotis nigricans, um morcego que se alimenta de insetos.
“Esse contato feito pela população, ao encontrar o animal com comportamento atípico, – isto é, caído no chão, enroscado em grades -, é fundamental para que possamos atuar, promovendo em tempo oportuno as ações de vigilância e prevenção da raiva para os humanos e, também, para a população animal”, enfatiza o médico veterinário da Visam, Felipe Pedrosa.
Será ainda realizada reunião com a UBS Caxambu e clínicas veterinárias do entorno para notificar o caso e reforçar medidas de controle e prevenção importantes para a doença.
Orientação
A Visam orienta que, no caso da população encontrar um morcego em situações não usuais, como no interior de residências, nos quintais, voando durante o dia ou caído no chão, vivo ou morto, o órgão deve ser contatado imediatamente pelos telefones (11) 4589-6340 e (11) 4589-6350, para que os técnicos façam o recolhimento do animal de maneira segura.
Recomenda-se também isolar o cômodo ou local em que o animal foi encontrado e/ou imobilizá-lo, colocando sobre ele um anteparo, como balde, pote de sorvete, pano, toalha ou uma caixa, e afastar crianças e pets. Não se deve tocar nos morcegos pelo risco de transmissão da raiva.
Outra medida fundamental de prevenção é que os tutores de cães e gatos realizem, anualmente, a vacinação antirrábica dos seus animais. O imunizante é disponibilizado gratuitamente pela Visam, a partir de agendamento telefônico nos números acima identificados (há estacionamento disponível no local).
Neste ano, outros nove morcegos positivos, como esse do Caxambu, foram identificados em quintais de casas, varandas ou áreas de condomínios residenciais e calçadas, ou seja, onde geralmente ficam ou passeiam os cães e gatos, que se estiverem sem vacina ou com a mesma atrasada, podem contrair o vírus rábico do morcego e o transmitir ao homem.
Em 2024, já houve dois casos de raiva humana no Brasil: no Piauí (mordedura de macaco) e o último por transmissão através de mordida de cão que foi infectado por um morcego positivo, no Tocantins.
“Os cães e gatos hoje fazem parte da família e têm um contato muito próximo com os proprietários ou tutores. Assim, é essencial que estejam devidamente protegidos contra a raiva, que pode ser transmitida ao ser humano. A melhor arma contra a raiva é a prevenção e a população precisa estar consciente”, destaca Pedrosa.
Os morcegos são animais protegidos por lei, sendo considerados úteis ao homem e à natureza, devendo ser preservados. É crime ambiental matá-los ou agredi-los.
Em 2023, ocorreram dezessete casos de morcegos com raiva em Jundiaí.
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