Em 12 de outubro, a Pastoral da Mulher – Santa Maria Madalena completou 42 anos e, no próximo dia 22 de novembro, a Associação Maria de Magdala completará 29.
A Missa em Ação de Graças, pelos dois acontecimentos, aconteceu no Carmelo São José – as Monjas são nossas parceiras – no último dia 13 de novembro, celebrada pelo querido Padre Márcio Felipe de Souza Alves – nosso diretor espiritual – e ajudando no altar o Seminarista Guilherme Pomílio.
Em sua iluminada homilia, o Padre Márcio Felipe voltou aos primórdios da Pastoral, quando o inesquecível Dom Roberto Pinarello de Almeida, segundo Bispo Diocesano de Jundiaí, em frente à Catedral, envolveu com seu olhar a mulheres que passavam achincalhadas e agredidas por saquinhos de urina, estendeu suas mãos e as convidou a entrar na Igreja como o que são: filhas amadas de Deus. Colocou, também, Padre Márcio Felipe, que muitas vezes as pessoas se distanciam de Deus por não verem nossas mãos estendidas.
Pessoalmente, agradeço a Deus por ter me chamado para estar com Ele junto a elas desde os meus 13 anos. Aprendizagem sempre para ter olhos no Céu. Como escreveu o Cardeal Dom José Tolentino Mendonça – poeta, teólogo e Prefeito para o Dicastério para a Cultura e Educação na Cúria Romana: “Há uma página do Evangelho que os pobres guardam, escrita em sua vida. E, se quisermos lê-la, precisamos servi-los, encontrá-los, acolhê-los e ouvi-los para compreender”.
Em três de novembro, nosso querido Bispo Diocesano, Dom Arnaldo Carvalheiro Neto, que é de sintonia com os empobrecidos e não usa máscaras, neste Jornal, escreveu o artigo: “A oração dos pobres eleva-se até Deus”, referindo-se ao Dia Mundial dos Pobres. Em um dos parágrafos escreveu: “A oração do pobre é simples, humilde e gratuita e, por isso, conquista o coração do Senhor. Não esperando nada dos homens, esperam tudo de Deus. Por fim, somos chamados a aprender com os pobres que as coisas mais preciosas do mundo não têm preço. Os pobres são enriquecidos de sentimentos e valores humanos que foram, com o avanço da lógica do capital, subtraídas de nossas relações. Na minha experiência como padre e agora como bispo, tenho presenciado a alegria contagiante de nossos irmãos empobrecidos em nossas comunidades. Eles são pobres das coisas que têm preço. São ricos das coisas que têm valor! Mais do que isso: eles descobriram que as coisas mais importantes da vida não são coisas!”. Reflexão fantástica.
Todas as quartas-feiras à noite, nos reunimos com as integrantes da Pastoral/Magdala para rezarmos, cantarmos, meditarmos à luz da Palavra de Deus. No dia seis, pensamos sobre o trecho acima citado do artigo de Dom Arnaldo. De imediato entrou no coração das mulheres sobre quais são as riquezas que elas possuem e dinheiro algum compra.
A respeito da falta de mãos estendidas, uma delas falou que conhece gente capaz de deixar um pão embolorar, do que oferecê-lo a um pobre.
O bolor ou mofo vive principalmente em lugares úmidos e escuros. De acordo com o dicionário, o bolor é um aglomerado constituído por fungos, que se desenvolve na matéria orgânica em decomposição.
Que triste as almas lúgubres que escolhem o bolor em lugar da caridade. Busquemos aprender com os pobres.
Maria Cristina Castilho de Andrade é professora e cronista (criscast@terra.com.br)
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