EM JUNDIAÍ

Além de crianças e adolescentes, mais 480 receberão vacina do HPV

Por Nathália Sousa |
| Tempo de leitura: 2 min
Divulgação/Instituto Butantan
A vacina do HPV é aplicada em crianças e adolescentes de nove a 14 anos, além, agora, de pessoas que fazem uso da PrEP
A vacina do HPV é aplicada em crianças e adolescentes de nove a 14 anos, além, agora, de pessoas que fazem uso da PrEP

No Brasil, pessoas de 15 a 45 anos que fazem uso da Profilaxia Pré-Exposição (PrEP) também poderão procurar a vacina do papilomavírus humano (HPV). A PrEP é o medicamento que, tomado antes da relação sexual, permite ao organismo estar preparado para enfrentar um possível contato com o HIV. Até então, apenas crianças e adolescentes de nove a 14 anos recebiam o imunizante contra o HPV. De acordo com dados do Governo Federal, em Jundiaí, há atualmente 484 usuários da PrEP.

A cidade tem outras 250 pessoas que fizeram ao menos uma retirada do medicamento nos últimos 12 meses, mas descontinuaram o tratamento, em sua maioria, menores de 18 anos. Na cidade, desde 2018, 1.074 pessoas iniciaram o tratamento. Neste ano, entre janeiro e junho deste ano, 166 pessoas começaram a tomar a PrEP.

O usuário de PrEP pode se vacinar contra o HPV em qualquer Unidade Básica de Saúde (UBS), desde que apresente qualquer tipo de comprovação de que realiza o tratamento, como formulário de prescrição do imunizante, prescrição de PrEP, cartão de seguimento, medicamento, entre outros. O imunizante disponível no SUS é o quadrivalente (HPV4), que protege contra as principais complicações da doença. Em nota, o Estado de São Paulo informa que não recebeu doses adicionais para atender a nova demanda de vacinação.

Implicações

A vacina contra o HPV a usuários da PrEP é mais uma medida de prevenção às infecções sexualmente transmissíveis (ISTs). O HPV é uma IST e está associada a verrugas nos órgãos genitais e ao desenvolvimento de câncer de colo do útero, vulva, pênis, ânus e orofaringe. Além da transmissão sexual, o vírus também pode ser passado por contato direto com a pele ou mucosa infectada. Existem mais de 100 tipos, sendo pelo menos 14 cancerígenos, conhecidos como de alto risco.

De acordo com a Vigilância Epidemiológica (VE) de Jundiaí, órgão ligado à Unidade de Gestão de Promoção da Saúde (UGPS), entre janeiro e junho de 2024, não houve registro de notificação do HPV. Trata-se de uma doença considerada não compulsória, ou seja, não há obrigação de registro por parte dos profissionais de saúde. Já no período entre 2020 e 2023, foram registrados 168 casos na cidade, sendo 57 em 2020; 68 em 2021; 30 em 2022; e 13 em 2023.

Quanto à cobertura vacinal, até junho de 2024, foram aplicadas 2.541 doses do imunizante contra o HPV em Jundiaí, o que significa 62,32% do público alvo, composto por crianças e adolescentes de nove a 14 anos. A aplicação é feita em qualquer Unidade Básica de Saúde (UBS), mas é necessário se enquadrar no público alvo para receber a vacina.

No Brasil, a prevalência de papilomavírus humano foi avaliada pelo Estudo Epidemiológico sobre Prevalência Nacional HPV (POP- Brasil), que incluiu homens e mulheres entre 16 e 25 anos sexualmente ativos. O quantitativo geral de HPV foi de 53,6%, sendo 35,2% com, no mínimo, um dos genótipos de alto risco. Dos entrevistados, 50,7% afirmou usar preservativos rotineiramente e 12,7% relataram a presença de uma IST prévia

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